Planalto quer criar uma agência para combater os cibercrimes
Crimes virtuais causam um prejuízo de US$ 10,5 trilhões (R$ 53 trilhões, aproximadamente) ao ano no mundo, o equivalente a quase cinco vezes o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 2023. O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estabeleceu como prioridade o combate a esse tipo de delito e, ainda neste ano, espera ver funcionando a Agência Nacional de Cibersegurança. O comitê que deve definir o modelo da entidade que será responsável por cuidar da implementação da política nacional para a segurança digital terá sua primeira reunião na próxima quarta-feira.
“É a quarta maior preocupação global dos próximos dois anos. Há um relatório da Cybersecurity Ventures que fala que os custos globais com o cibercrime podem chegar a US$ 10,5 trilhões por ano. Esse valor é maior do que todos os danos causados por desastres naturais, e uma modalidade de crime mais lucrativa que todo o comércio de drogas ilegais”, destacou ao Correio o advogado especialista em cibersegurança e diretor da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) Rony Vainzof.
No lançamento do Plano Nacional de Cibersegurança (PNCiber), no fim de dezembro, o governo Lula apontou a urgência e relevância do tema, posto que o Brasil é o terceiro país com maior número de ataques cibernéticos no mundo.
A criação de um organismo de segurança digital vem sendo discutida dentro do governo federal, pelo menos, desde 2013, quando o vazamento divulgado pelo Wikileaks mostrou que os Estados Unidos grampearam telefones da então presidente Dilma Rousseff e de diretores da Petrobras. Mas, apesar da urgência, só neste mês é que vai acontecer a primeira reunião do CNCiber.
O colegiado, coordenado pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência, é composto por 25 membros titulares, com representantes de 13 ministérios, da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), do Banco Central, de instituições científicas, de empresários do setor de cibersegurança e da sociedade civil.
Apesar de ainda não se ter a formatação final — se será mais uma agência reguladora, por exemplo —, especialistas apontam que essa é a modelagem mais provável. “Acho que o caminho é ter uma agência, sim, e essa agência tem um papel de estruturar as diretrizes para elevar o nível de maturidade no Brasil, cuidar de infraestruturas críticas, isso é superrelevante”, aponta Vainzof.
No Congresso, o tema não deve tramitar de forma tão pacífica. A oposição dá sinais de que tentará barrar a criação do órgão responsável pelo enfrentamento ao crime digital. Correligionários do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) dizem que só vão se posicionar depois do envio do projeto de lei, mas, reservadamente, demonstram desconfiança com a possibilidade de a agência se tornar um “cabide de empregos” para aliados do governo ou, pior, agir para regular a utilização das redes, principal ferramenta de comunicação da direita mais radical.
Luana Tavares, CEO do Instituto Nacional de Combate ao Cibercrime (INCC), disse ao Correio que, mesmo reconhecendo o receio de alguns parlamentares quanto à agência atuar na regulação de plataformas, esse não é o debate importante no momento. Para ela, não se pode perder de vista uma agenda que considera fundamental.
“A discussão no Congresso faz parte do jogo democrático, o debate político vai ter que acontecer. Mas o principal é a gente entender o objetivo dessa agência. O que precisamos saber é o custo para o país em não ter essa estrutura. Por isso, devemos olhar as experiências internacionais”, recomenda a especialista.
Tavares aponta para a necessidade de endurecer a lei penal sobre crimes digitais. “A gente precisa de um arcabouço legal que especifique melhor esse tipo de crime. Os crimes digitais vêm sendo tratados por analogia no Código Penal. Existem várias formas de crimes cibernéticos que não estão previstos. Quando você fala no ambiente digital, os desdobramentos dos crimes, hoje, transcendem o alcance da lei penal”, defende.
Outro desafio do governo na implementação da agência é a resistência da Polícia Federal, que questiona a viabilidade e o orçamento do órgão. Desde o início do governo Lula, integrantes da corporação deixam claro a disputa pelo espaço institucional ocupado pelo GSI.
A outra pedra no caminho da criação da agência, mesmo após a aprovação do projeto de lei no Congresso, é encontrar espaço no Orçamento da União para custear o novo órgão regulador. Técnicos estimam que o governo gastará, pelo menos, R$ 600 milhões por ano.
A coordenação das estratégias do governo está a cargo do GSI, comandado pelo general Marcos Antônio Amaro dos Santos. Além do tema ser uma preocupação constante das empresas — que têm a maior parte dos seus sistemas na nuvem —, a cibersegurança tem um papel fundamental na estratégia de defesa nacional.
“Indicadores internacionais demonstram que todos os países estão sofrendo com o mesmo problema. Essa iniciativa do governo, do GSI, é superimportante, visto que o Brasil tem tido um aumento grande nos crimes cibernéticos, e isso afeta o crescimento do país, a vida das pessoas”, argumenta Luana Tavares.
Um ponto prioritário para o GSI é a possibilidade de o país sofrer ataques contra suas infraestruturas críticas, como plantas de energia ou linhas de transmissão. Fontes no órgão, reservadamente, ressaltam que eventos como o apagão de 2023, causado por uma sobrecarga que atingiu a todos os estados, exceto Roraima, poderia se repetir por um ataque cibernético se medidas de cibersegurança adequadas forem negligenciadas.
Um exemplo dessa ameaça se deu em 2021, quando criminosos sequestraram os sistemas do maior oleoduto dos Estados Unidos, da empresa Colonial. O ataque de hackers à companhia, responsável por 45% do abastecimento de diesel, gasolina e querosene de aviação da Costa Leste do país, fez a Casa Branca decretar estado de emergência.
Segundo o Global Cyber Index — uma pesquisa feita com dados do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) —, entre 183 países analisados, o Brasil está na 18ª colocação em segurança digital. Mas, apesar da boa posição do país nesse índice, outros estudos indicam que ainda há muito a ser feito para qualificar o país, que é o que mais sofre ataques cibernéticos em toda a América Latina e figura como terceiro colocado no mundo.
O Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que coordena o processo de implementação da Política Nacional de Cibersegurança, encomendou dois estudos: o primeiro, de análise da situação brasileira, e outro, de comparação com experiências internacionais.
Um desses estudos, solicitado ao BID, aponta que o país ainda está em uma posição intermediária em comparação com quem já está na terceira geração em termos de prevenção e adoção de medidas de cibersegurança contra ataques a negócios, infraestruturas críticas do serviço público e de instituições, e na defesa da democracia.
Apesar de avanços no marco legal com Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), o país é, entre as grandes economias, um dos menos preparados para esse tipo de ataque. Com dados de 2022, o país corre o risco de se tornar um porto seguro para cibercriminosos de todo o planeta. Um modelo internacional apontado como referência ao projeto brasileiro é o da União Europeia, que tem uma agência dedicada ao assunto há mais de 20 anos.
Em outro estudo, encomendado pelo GSI à Universidade de Oxford, do Reino Unido, a resiliência brasileira a ataques cibernéticos é apontada com mediana. A instituição aponta atrasos na comparação com o mesmo estudo feito em 2020, sobre as capacidades de resposta a incidentes de ataques, à proteção das infraestruturas críticas do país, à implementação de controles técnicos de segurança e a controles criptográficos nas organizações.
A centralidade do tema trouxe o assunto para o Fórum Econômico Mundial deste ano, na Suíça, com um relatório — o Global Cybersecurity Outlook — que mostra que 86% dos líderes empresariais veem como provável uma “catástrofe” cibernética de “longo alcance” nos próximos dois anos. Mas os empresários também reconhecem que a regulação feita pelos governos está trazendo mais segurança ao ambiente de negócios.
Segundo o estudo, há uma grande diferença na maturidade de cibersegurança entre as grandes companhias e as médias e pequenas empresas, mas, mesmo as grandes podem ficar vulneráveis pelas fragilidades de parceiros ou fornecedores.
Para Luana Tavares, CEO da ONG Instituto Nacional de Combate ao Cibercrime (INCC), essa diferença de maturidade no Brasil é ainda mais relevante. “Estudos indicam que, quando uma pequena ou média empresa sofre um ataque cibernético, muitas acabam fechando as portas em até seis meses depois do ataque. E são as pequenas e médias empresas — 99% das companhias no país — que geram 70% dos empregos formais”, aponta.
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Tempo vai mensurar danos causados por Bolsonaro, diz leitor, sobre denúncias ao ex-presidente
Trama golpista
“Ex-comandantes reforçam suspeitas e implicam Bolsonaro em investigação de trama golpista” (Política, 15/3). Bolsonaro foi denunciado por generais da sua força armada. Não mais pode atacar Moraes, presidente da República e partidos de esquerda dizendo-se vítima de perseguição ou revanchismo.
Anete Araújo Guedes (Belo Horizonte, MG)
Parabéns aos ex-comandantes do Exército e Aeronáutica, se não fossem eles estaríamos num mato, sem cachorros, mas com larápios mil.
Waldemar Stocco (Campinas, SP)
Suspeitas
“Atos e manifestações públicas de Bolsonaro reforçam suspeita de conluio golpista (Política, 16/3). Vocês viram as pessoas que estavam na manifestação, velhos, crianças, adultos portando a nossa bandeira, existe conluio golpista? Era de emocionar, a esquerda fica incomodada em cada manifestação coisa que não conseguem.
Mário Granato Júnior Granato (São Paulo, SP)
Ameaças
“Comandante do Exército ameaçou prender Bolsonaro, diz ex-chefe da Aeronáutica” (política, 15/3). O dano que Bolsonaro legou ao país é de tal profundidade, que só o tempo será capaz de mensurá-lo. Porque não se resume à ânsia destrambelhada de permanência no poder a qualquer preço. Não. Semeou a discórdia, envelopada em ódio, em quase todos os setores da sociedade. Ajustou a mira de suas “bombas”, desde as bases da ciência, até religiões, meio ambiente, questões raciais, de gênero.
Alfredo Gomes de Azeredo (Campos dos Goytacazes, RJ)
Pátria de chuteiras
“Convocação para a seleção é algo que se negue?” (Marina Izidro, 15/3). Essa história de “seleção é a pátria de chuteiras” é uma sandice. Em outros tempos os times nacionais representavam o futebol praticado no país, hoje cada um joga em um lugar, muitos nunca foram sequer profissionais na origem. Não quer se submeter à seleção? Ok, não é um “desertor”.
Berenice Gaspar de Gouveia (Rio de Janeiro, RJ)
Interpretação criminosa
“STJ não vê estupro em caso de menina de 12 anos que engravidou de homem de 20” (Cotidiano, 14/3). Que interpretação deplorável de um tribunal que constrói a jurisprudência e serve de bússola às instâncias inferiores. Em pleno mês de março, poucos dias após o Dia das Mulheres, o Superior Tribunal de Justiça relativizar um crime dessa natureza é um escárnio.
Joana Rocha (Rio de Janeiro, RJ)
Em uma instância superior, quero crer que tomarão uma decisão diferente. Não há o que discutir no caso, claramente estupro de vulnerável.
André Inácio de Assunção Neto (Araguatins, TO)
Latam
“Boeing pede que aéreas verifiquem modelo de cabine envolvido em incidente da Latam” (Mundo, 16/3). É surreal e até inimaginável que a “queda livre” sofrida pelo avião, com 272 pessoas a bordo, tenha sido causada porque um comissário de bordo apertou, por engano, um botão do banco do piloto. Viajar de avião se torna algo estressante — para dizer o mínimo.
Jonas Nunes dos Santos (Juiz de Fora, MG)
Lá fora
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Jorge Viana: “Tenho que ter um certo pragmatismo. Negócios à parte”
Washington – O Brasil quer voltar a ficar entre as prioridades dos Estados Unidos, segundo maior destino das exportações nacionais. E, para traçar essa estratégia, o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil), Jorge Viana, participou de uma maratona de reuniões para mostrar uma visão pragmática na forma de fazer negócios entre os dois países.
Em meio ao início da corrida eleitoral nos Estados Unidos, Viana ressaltou que o atual governo não pretende cometer os erros do anterior nas relações internacionais, mantendo as relações comerciais independente de quem comandar a Casa Branca.
“Como presidente da Apex, mesmo eu já tendo ocupado cargos importantes na política, tenho que ter um certo pragmatismo. Negócios à parte, né? É claro que eu tenho, todo mundo tem direito de ter suas preferências. Mas quando você está numa função como a nossa ou quando você está liderando um país como o Brasil, você não pode incorrer no erro que o governo passado incorreu por conta de preferências com a Argentina, com a China, e com o próprio Estados Unidos”, afirmou, nesta sexta-feira (15/3), em entrevista a jornalistas, ao lado de Uallace Moreira Lima, secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).
O ex-senador petista lembrou que o Brasil perdeu negócios importantes, deixou de estar presente no mundo por conta de posicionamentos ideológicos. “Isso não pode acontecer. As questões políticas que os países têm precisam ser vistas com naturalidade. A gente tem que separar bem as oportunidades comerciais, e tem que ser trabalhada independente do resultado das eleições. Isso vale para a Argentina. Isso vale para os Estados Unidos. Tem que valer para a Venezuela, tem que valer para qualquer um outro país, para a Rússia, enfim, isso é o que eu penso e acho que o presidente Lula também”, acrescentou Viana.
Segundo ele, o governo está empenhado para atingir a meta do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de atingir US$ 1 trilhão na corrente de comércio até o fim do mandato. “Quando Lula assumiu o primeiro mandato, o fluxo de comércio exterior do Brasil era de US$ 100 bilhões e, quando ele entregou o governo, em 2010, as exportações e as importações somaram US$ 400 bilhões, foi um salto extraordinário que ajudou a compor as reservas internacionais em mais de US$ 300 bilhões”, destacou. Nos últimos 14 anos, lembrou ele, esse fluxo chegou a US$ 600 bilhões.
“E, agora, temos que trabalhar com o propósito de alcançar US$ 1 trilhão. O Brasil, hoje, é um grande exportador de petróleo e o mundo ainda consome petróleo. Isso está pesando muito na balança comercial do Brasil. O país também é um grande exportador de commodities agrícolas e de minerais também, mas temos o propósito de o país voltar a ser referência na exportação de manufaturados, e só se faz isso priorizando a indústria da transformação no Brasil”, disse Viana.
Ao fazer um balanço no encerramento do quarto dia do encontro com representantes de Setores de Promoção Comercial (Secoms) e com secretários de Ciência, Tecnologia e Inovação (Sectecs) e de Agricultura dos Estados Unidos e do Canadá, em Washington, Viana reconheceu que há muito trabalho pela frente. “O Brasil está de volta ao jogo e vamos montar uma estratégia objetiva”, afirmou.
Segundo Viana, a embaixadora do Brasil nos Estados Unidos, Maria Luiza Viotti, está empenhada nesse sentido e o país, no momento, está vivendo uma confluência de astros que pode gerar algo produtivo para o país. Ele lembrou que a Apex já identificou 970 produtos com potencial de serem comercializados nos EUA, com potencial de aumentar as exportações do Brasil para o mercado norte-americano, que somaram US$ 36,9 bilhões no ano passado. “O trabalho foi muito produtivo e vamos subir o sarrafo. Com orçamento e metas estabelecidas, estamos falando em trabalhar na maior economia do mundo e no Canadá, que é um país incrível, cheio de oportunidades. Temos um presidente decidido a isso”, frisou.
O presidente da Apex e o secretário do Mdic lembraram também que uma das oportunidades de negócios, considerando a indústria nacional e a transição energética, está no desenvolvimento do hidrogênio verde, o biocombustível e o combustível sustentável de aviação, o SAF.
“O Brasil tem um potencial para o SAF que poucos países têm no mundo”, destacou Viana, lembrando que a Embraer é a terceira maior indústria de aviões do mundo, com mais de 1 mil jatos comerciais voando nos Estados Unidos transportando mais de 5 milhões de passageiros.
“A janela de oportunidade da nova fronteira tecnológica, que muitos chamam de indústria 4.0 e da transição energética, talvez seja uma das maiores e grandes oportunidades que nós temos”, afirmou ele, citando os projetos em curso no Congresso Nacional para a regulamentação do mercado de carbono, como alguns dos avanços nessa área e no desenvolvimento de carros híbridos. “O Brasil é líder com o carro flex e pode, daqui em pouco tempo, possamos ter o avião flex daqui a pouco tempo”, disse ele, lembrando que os testes com aviões movidos a SAF estão em curso. “Um dos mais graves problemas de emissões no mundo, hoje, é como substituir o combustível da aviação. E o Brasil, eu afirmo, vai ser líder nesse processo, porque já tem um acúmulo enorme. Já temos aviões da Embraer em teste com esse combustível e tem sido um sucesso. Acho que está aí a era do avião flex graças ao Brasil”, apostou.
De acordo com o secretário do Mdic, após a apresentação da nova política industrial do governo, com vários programas e R$ 300 bilhões em linhas de crédito para o fortalecimento da indústria e estimular o setor produtivo, as montadoras já anunciaram R$ 93,6 bilhões em novos investimentos no país. Com base em estimativas da Associação Brasileira de Veículos Automotores (Anfavea), ele informou que esse montante deve chegar a R$ 117 bilhões.
Viana adiantou que, a pedido do presidente Lula, a entidade está organizando um encontro de empresários na Colômbia em abril. “Estamos construindo uma proposta, porque existem oportunidades de negócios que precisam ser ampliadas entre os dois países, em vários setores”, afirmou. Segundo ele, se a Argentina não se cuidar, a Colômbia poderá ultrapassar o país vizinho como principal parceiro comercial do Brasil na América do Sul. “O evento não vai ser apenas para ampliar a presença de empresários brasileiros na Colômbia. Temos que ampliar também a presença colombiana no Brasil”, pontuou.
Além dos encontros com empresários e representantes comerciais ao longo da semana, Viana também sinalizou a intenção de firmar parceria com o Atlantic Council, think tank norte-americano, para um novo estudo para identificar oportunidades de negócios do Brasil nos EUA, especialmente, nesse momento em que o país está na presidência do G20 – grupo das 19 maiores economias desenvolvidas e emergentes mais a União Europeia.
*A jornalista viajou a convite da Apex Brasil
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Dono foragido, clientes fiéis e Interpol: proprietário de agência de viagens teria planejado golpes para fugir, diz delegado
A Polícia Civil de Santa Catariana está em busca de Sidnei Gervasi, dono de uma agência de viagens e suspeito de praticar uma série de golpes em clientes em Itapema, no ano passado. De acordo com o delegado responsável pela investigação, Ícaro Malvasi, em conversa com O GLOBO, o estelionatário teria planejado roubar o dinheiro dos consumidores, para que pudesse fugir do país.
Ao menos 23 pessoas, que realizaram a denúncia na polícia, foram vítimas de diversos golpes aplicados pela agência de turismo. A Justiça emitiu nesta semana um mandado de prisão preventiva contra o homem, que é considerado foragido. Um pedido de bloqueio das contas física e jurídica de Gervasi também foi deferido.
— Descobrimos que ele fugiu para os Estados Unidos pelo aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. Emiti um pedido para que Gervasi seja incluído na lista de procurados pela Interpol. Aguardo liberação para poder comunicar a Polícia Federal e permitir que o FBI nos ajude nas buscas — afirmou o delegado ao GLOBO.
Segundo as investigações, o homem era responsável por aplicar uma variedade de golpes, envolvendo cruzeiros, passagens aéreas e até câmbio ilegal. Em muitos dos casos relatas à polícia, às vésperas de embarcar, os clientes descobriam que os bilhetes da viagem, fossem eles de avião ou navio, haviam sido cancelados. Foi constatado que ele também vendia dólares sem autorização do Banco Central e, em alguns casos, vítimas relataram não ter recebido o dinheiro prometido.
Sidnei apesentava os tickets reais aos clientes, no entanto, com base no Código de Defesa do Consumidor, ele fazia o cancelamento através do direito de arrependimento da compra e ficava com o dinheiro dos consumidores. A Polícia Civil acredita que o número de vítimas possa chegar a 50.
— Muitas pessoas que vieram à delegacia para comunicar o crime conheciam outras que passaram pela mesma situação, mas preferiram não registrar o Boletim de Ocorrência. Por isso, estipulamos que o número de prejudicados seja bem maior — explicou Malvasi.
Ainda segundo a polícia, os prejuízos são estimados em R$ 300 mil. As vítimas compraram pacotes para Dubai, Orlando, Miami, Europa, Nova York, México, entre outros países. Em um dos casos, o cliente comprou um passeio de cruzeiro e chegou a receber um voucher, porém pouco antes da viagem descobriu que a reserva não tinha sido concluída. Houve ainda quem comprou passagens para as paradisíacas Ilhas Maldivas e às vésperas do voo soube que os assentos não tinham sido comprados.
Com 10 anos no mercado de turismo, o empresário passava credibilidade e começou a aplicar os golpes em abril do ano passado, quando a empresa começou a quebrar. Segundo as investigações, após aplicar diversos golpes, Gervasi fechou a agência de turismo sem prévia comunicação e fugiu. De acordo com o delegado, a empresa teria começado a falir durante a pandemia e, diante de um cenário ruim no último, ele teria começado a aplicar os golpes, já planejando fugir do Brasil com o dinheiro roubado.
— Ele não tinha histórico de crimes e já estava atuando há muito tempo. Inclusive, muitas das vítimas eram clientes antigos da agência, que já haviam viajado por meio da empresa. As vendas falsas foram fechadas por Whatsapp, esse era o nível de confiança que os consumidores tinham nele. Vendo a empresa mal, ele resolveu enganar e montar um plano para fugir — relatou o delegado.
Apex Brasil dá início a encontros nos EUA para ampliar negócios
Washington – Estados Unidos e Canadá são países estratégicos para as relações comerciais do Brasil e, a fim de alavancar negócios com esses dois países, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil) deu início, nesta terça-feira (12/3), ao encontro de quatro dias com representantes de Setores de Promoção Comercial (Secoms) e com secretários de Ciência, Tecnologia e Inovação (Sectecs) e de Agricultura com os países da América do Norte, em Washington.
Como os Estados Unidos são o segundo parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China, o presidente da Apex, Jorge Viana, é pragmático em relação à maior economia do planeta e prefere deixar a preferência política de lado na hora de fazer negócio. “Eu tenho falado, o Brasil tem que aprender a fazer negócio. Agora, os chineses fazem isso, os Estados Unidos, fazem isso. O Brasil precisa fazer isso, não por conta de preferências ou por conta de problemas circunstanciais. A gente tem que valorizar as empresas, a geração de emprego e a presença do nosso país no mundo”, destacou ele em pronunciamento. O encontro tem como objetivo ouvir os empresários sobre as dificuldades nesses mercados e buscar aproximar mais as empresas e o governo brasileiro e com a Apex.
Viana ainda lembrou que a Apex já realizou, no ano passado, eventos parecidos na África, no Panamá e na Colômbia, e, em breve, deverá ir para a Ásia com o mesmo objetivo. Ele contou que, antes de chegar em Washington, deu uma passada em Boston (Massachusetts, EUA), para participar de um evento do setor de pescados e destacou que o Brasil não pode ter apenas 0,2% da participação do mercado global dessa proteína. “O Brasil tem que entrar forte nesse setor e ampliar também o mercado de frutas, porque temos boas empresas e podemos exportar mais”, disse ele, lembrando que o governo brasileiro abriu, por exemplo, o mercado de abacate na Índia, agora o país mais populoso do planeta. “Parece pouca coisa, mas não é”, pontuou.
Antes da fala de Viana, na abertura do evento, a embaixadora do Brasil nos Estados Unidos, Maria Luiza Viotti, destacou que há inúmeras oportunidades de negócios entre os dois países, especialmente nas áreas de tecnologia, da transição energética e da Saúde. “Parecem especialmente alvissareiras as perspectivas nas áreas de transição energética e de fortalecimento do mercado de hidrogênio verde, assim como na esfera da economia digital. Como sabem, nós temos um mecanismo muito interessante de coordenação entre o Brasil e os Estados Unidos, que envolve o governo e o setor privado”, afirmou. Segundo ela, no fim do ano passado, houve uma discussão muito interessante sobre essas novas oportunidades, em Brasília, e os dois países têm o interesse em dar seguimento a essas conversações em Washington, provavelmente, em abril, para apresentar não só o bom momento da economia brasileira, mas os diversos programas lançados para a promoção de investimentos, para transição ecológica, e dar mais detalhes sobre a reforma tributária e o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
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De acordo com a embaixadora, a proposta feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao governo dos EUA, no ano passado, para uma nova parceria para a transição energética focada no hidrogênio de baixo carbono e em combustíveis sustentáveis de aviação (SAFs) com o objetivo de aproveitar e potencializar as vantagens dos dois países nesses setores. “Essa iniciativa trará importantes benefícios para nossos produtores e impactos em matéria de qualificação de mão de obra”, afirmou Viotti. Segundo ela, os dois países também têm realizado conversas para o desenvolvimento de cadeias na área de tecnologia, como a da produção de semicondutores.
“Naturalmente, os Estados Unidos têm grande interesse nos esforços que vínhamos desenvolvendo de preservação da Floresta Amazônica. Por isso, é muito importante que haja uma atenção grande de nossa parte nessas questões, ao mesmo tempo que isso também abre mercados potenciais em setores associado à bioeconomia e à agricultura sustentável e oferece também maiores oportunidades de associação de produtos com a marca Brasil no mercado, que, embora amplo e dinâmico, é caracterizado por forte concorrência de uma presença consolidada de empresas e marcas domésticas e importadas”, ressaltou a embaixadora.
De acordo com integrantes do governo brasileiro, o interesse de investidores norte-americanos pelo Brasil cresceu após a troca de governo, tanto que o país foi o segundo maior destino global de investimento estrangeiro direto em 2023, atrás apenas dos Estados Unidos. O fato da corrida eleitoral deste ano, a agenda bilateral de transição energética não deverá ser ameaçada, porque é uma pauta que está na prioridade da maioria das empresas.
A expectativa deles, inclusive, é que o interesse pelo país tende a crescer devido ao grande número de eventos que devem ser realizados no Brasil, como a Cúpula do G20 — grupo das 19 maiores economias desenvolvidas e emergentes do planeta mas a União Europeia —, no fim deste ano, no Rio de Janeiro, e a 30ª conferência sobre mudanças climáticas da Organização das Nações Unidas (COP 30), em 2025, no Pará.
“Essa é uma conjunção de fatores que contribui para perspectivas muito positivas para este ano e 2025, com o Brasil presidindo o G20 e o país sediando a COP 30, em 2025. Portanto, eu penso que as nossas discussões de hoje e nos próximos dias contribuirão para encontrarmos maneiras de tornar tão boas oportunidades uma realidade muito melhor”, afirmou Maria Luiza Viotti.
Márcio Elias Rosa, secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento da Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), lembrou que o Brasil é um país que se desindustrializou precocemente e, portanto, é necessário uma política industrial que mostre um rumo para que o investidor brasileiro e estrangeiro volte a apostar no país. E, por conta disso, a nova política industrial que prevê alavancar R$ 300 bilhões até 2026 está focada em áreas como o complexo industrial da Saúde, a agroindústria, a defesa, a infraestrutura e a mobilidade. “Essas são as missões estratégicas da nova indústria e os investimentos podem chegar a US$ 300 bilhões somados ao PAC, mas ainda é um volume pequeno se comparado ao dos EUA nesse segmento, de US$ 1,9 trilhão”, comparou.
Rosa destacou que há um consenso no Congresso para a aprovação do combustível do futuro, que poderá regulamentar a produção do SAF e do biometano, além de ampliar a mistura do etanol na gasolina para até 35%. “Com isso, abre-se um novo mercado e o Brasil precisa deixar claro para o mundo qual é o rumo que ele vai seguir”, apontou.
Conforme dados levantados pela Apex, em 2023, o Brasil exportou US$ 36,9 bilhões para os EUA, volume com crescimento médio de quase 5,5% ao ano desde 2019. Em 2021 o estoque de Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) dos EUA no Brasil cresceu 48% em comparação a 2020, fechando o ano em US$ 206,2 bilhões – o maior valor anual investido pelos EUA no Brasil entre 2012 e 2021.
De acordo com dados do MDIC, existem mais de 3,6 mil empresas estadunidenses presentes no Brasil, e a maior parte é concentrada na indústria de transformação. O Canadá foi o 10º destino das exportações brasileiras e o 14º com maior fluxo de comércio com o Brasil em 2023. O estoque de investimentos canadenses no país é de US$ 20 bilhões, relativos a setores como serviços, engenharia, transformação, máquinas industriais, peças automotivas e componentes eletrônicos e de mineração.
Criada como agência autônoma, em 2023, no governo Lula, a Apex, com origem no Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), atualmente, apoia mais de 17 mil empresas, das quais 43% são de micro e pequeno porte. Rosa, do Mdic, lembrou que investimentos em promoção comercial são multiplicadores. “Cerca de US$ 60 mil em promoção comercial pode atrair US$ 5 milhões. O mundo todo faz esse trabalho”, disse.
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Lições da covid após quatro anos
Quatro anos depois de a Organização Mundial da Saúde declarar uma pandemia global de covid-19, o governo federal estabeleceu um marco no Brasil para a doença que matou 710 mil no país. A ministra Nísia Trindade anunciou a criação de um memorial para as vítimas da doença. O local escolhido é o Centro Cultural do Ministério, localizado no Rio de Janeiro.
Como acontece com iniciativas semelhantes, o memorial tem por finalidade servir de reflexão permanente sobre a doença que devastou o país entre 2020 e 2022 e ainda constitui um relevante problema grave no Sistema Único de Saúde, bem como na rede privada de atendimento. “Não circunscrevemos a pandemia de covid-19 ao passado. Como todas as reflexões sobre memória, sabemos do componente presente, político, das ações de memória. E, ao mesmo tempo, lembramos que, a despeito de termos superado a emergência sanitária, nós não superamos a covid-19 como problema de saúde pública”, afirmou Nísia Trindade.
Em números absolutos, o morticínio provocado pela covid-19 no Brasil encontra paralelo com os Estados Unidos, onde a pandemia causou mais de 1 milhão de óbitos, e na Índia, país que acumula mais de 530 mil mortes. Dirão os negacionistas da pandemia que, considerando os dados proporcionais, o Brasil está em situação menos dramática do que em nações como Peru, que contabiliza uma média 6 mil óbitos por milhão de habitantes. Nesse critério, o Brasil ocupa a 18ª posição, com aproximadamente 3,2 mil mortes por milhão de habitantes.
Independentemente das variações estatísticas, é consenso entre autoridades sanitárias que a covid-19 provocou um flagelo no país. O avanço devastador da pandemia extenuou o Sistema Público de Saúde — que, de resto, mostrou-se fundamental no enfrentamento da doença; revelou a vulnerabilidade do Brasil no desenvolvimento de vacinas; escancarou o negacionismo em parcelas da sociedade brasileira, muitas vezes estimulado por agentes do poder público; gerou profundo impacto em diversos setores da economia, muitos dos quais ainda em fase de recuperação. Isso sem mencionar os traumas na sociedade, com milhões de famílias e empresas tentando se reerguer após a partida repentina de pais, mães, avôs, avós, tios, trabalhadores, pesquisadores, cidadãos.
É precisamente por causa do propósito de lembrar o país dos danos, muitas vezes irreversíveis, causados pela covid-19 que o memorial anunciado pelo Ministério da Saúde tem sua relevância. Passados quatro anos da eclosão do novo coronavírus, o Brasil ainda enfrenta séria batalha contra a doença. Em 2024, a covid-19 tem registrado uma média de 200 mortes a cada semana epidemiológica. É como se caísse um avião toda semana no Brasil. A dengue, apesar de se encontrar em crescente estágio de emergência em diversos estados e no Distrito Federal, registra oficialmente 363 mortes, e outras 763 em investigação.
Em ambas as graves moléstias, apesar das especificidades, o desafio é um só: investir em prevenção, tratamento e, não menos importante, no fomento à pesquisa. Dada a magnitude que essas patologias adquiriram no país continental e de profundas desigualdades, é fundamental uma ação permanente e coordenada, que envolva os três entes federativos, para evitar a ocorrência de novas tragédias. É dever do Estado combater covid-19 e dengue de maneira incansável; é dever de todo brasileiro contribuir com essa causa. Esse é o sentido mais profundo de iniciativas como o memorial anunciado ontem.
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Chuvas fortes inundam Dubai, cancelam eventos e atrasam voos
Dubai — A capital financeira dos Emirados Árabes sente nas ruas os efeitos das mudanças climáticas. No último sábado (9/3), os habitantes da cidade que mal sabe o que é chuva foram surpreendidos com uma tempestade de 50 milímetros em seis horas, quase a metade da média de 101 milímetros que os Emirados têm o ano todo. Para uma cidade que chega a bombardear nuvens com compostos químicos para fazer chover, foi um transtorno bem acima do esperado. Voos foram cancelados, atrasados ou desviados para outros aeroportos, as semifinais do Circuito Mundial de Skate precisaram ser adiadas e havia alagamentos para todos os lados.
Na noite anterior, a polícia de Dubai havia emitido um alerta, com apelos para que as pessoas permanecessem em segurança e evitassem as praias. A previsão era que a tempestade chegasse na madrugada. Restaurantes e bares esvaziaram mais cedo do que o normal para uma sexta-feira. Empresários brasileiros da comitiva do Lide (líderes empresariais) pensaram que havia sido um “exagero” o alerta da polícia, porque, por volta das 5h (22h, hora de Brasilia), caía apenas uma garoa. Todos chegaram ao aeroporto sem transtornos para a volta ao Brasil no sábado.
A polícia, entretanto, só errou no horário. A tempestade desabou depois das 7h, derrubando a proramação de voos do segundo maior aeroporto do mundo. A comitiva brasileira esperava já na frente do portão para entrar no Voo 261, da Emirates, com destino a São Paulo. O embarque ocorreu normalmente, às 8h20 (1h20, hora de Brasília). A surpresa, porém, veio quando já estavam todos dentro do avião, relaxados no Airbus 380, com a perspectiva de voar no horário em meio a tantos atrasos. Por volta de 8h50, a tripulação mandou que os passageiros desembarcassem e aguardassem no saguão por uma nova chamada. Quando puderam embarcar novamente, já passava de 13h (6h, hora de Brasília). Resultado, a maioria perdeu as suas conexões no Brasil. Aqueles que iam para Brasília, por exemplo, tiveram quer pernoitar em São Paulo.
O atraso se deu por causa da dificuldade de pouso dos voos no momento da tempestade. Uma aeronave da Emirates que vinha de Tóquio para Dubai precisou ser desviado para Abu Dhabi, a capital dos Emirados, e os passageiros seguiram de ônibus até Dubai, a fim de embarcar no voo para SP — da mesma forma que ocorre com os brasilienses, quando as chuvas desviam voos para Goiânia.
A população de Dubai não está acostumada com essas situações. Por causa da escassez de chuvas, não houve muita preocupação com um sistema de escoamento eficiente. Ao contrário, a preocupação até aqui era como fazer chover no país como clima de deserto, onde as chuvas não chegam a 120 milímetros por ano. No sábado à tarde em Dubai, enquanto os empresários brasileiros voltavam para casa, as autoridades colocavam caminhões nas ruas para resolver o acúmulo de água. As preocupações da cidade-sede da Cop28 com as chuvas torrenciais são mais um indício de que o mundo não pode desconhecer os alertas do clima.
*A repórter viajou a convite do Lide
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Dia da Mulher: veja quais são as 10 famosas mais seguidas do Instagram
Nesta sexta-feira (8), é celebrado o Dia Internacional da Mulher. Nas redes sociais, centena de milhares de celebridades femininas são acompanhadas diariamente pelos internautas.
A forma de compartilhar sua rotina, intimidades e projetos, sejam lá quais for, despertam a curiosidade do grande público. Sabendo disto, o Observatório dos Famosos reuniu numa lista das famosas do Brasil mais seguidas no Instagram, a principal plataforma de fotos e vídeos.
Anitta, que ao longo dos últimos anos passou a investir na carreira internacional, é a líder do ranking, com mais de 65 milhões de seguidores. A Girl from Rio é a brasileira com o maior número de seguidores na rede social.
Dentre as personalidades que compõem as 10 primeiras colocações, vale um destaque à Marília Mendonça. O perfil da cantora, que morreu em novembro de 2021, vítima de um trágico acidente de avião, continua sendo seguida por milhares de pessoas. Atualmente, a conta é dedicada a homenagens do seu legado.
Abaixo, confira a lista das 10 famosas brasileiras mais seguidas do Instagram, em pleno Dia da Mulher:
Anitta (Foto: Reprodução/Instagram)
Tatá Werneck (Foto: Reprodução/Instagram)
Larissa Manoela (Foto: Reprodução/Instagram)
Maisa Silva (Foto: Reprodução/Instagram)
Virgínia Fonseca (Foto: Reprodução/Instagram)
Bruna Marquezine (Foto: Reprodução/Instagram)
Marina Ruy Barbosa (Foto: Reprodução/Instagram)
Marília Mendonça (Foto: Reprodução)
Simone Mendes (Foto: Divulgação/Bia Porto)
Paolla Oliveira (Foto: Reprodução/Instagram)
Ivete Sangalo (Foto: Reprodução/Instagram)
O post Dia da Mulher: veja quais são as 10 famosas brasileiras mais seguidas do Instagram foi publicado primeiro em Observatório dos Famosos.
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Dia da Mulher: veja quais são as 10 famosas mais seguidas do Instagram
Nesta sexta-feira (8), é celebrado o Dia Internacional da Mulher. Nas redes sociais, centena de milhares de celebridades femininas são acompanhadas diariamente pelos internautas.
A forma de compartilhar sua rotina, intimidades e projetos, sejam lá quais for, despertam a curiosidade do grande público. Sabendo disto, o Observatório dos Famosos reuniu numa lista das famosas do Brasil mais seguidas no Instagram, a principal plataforma de fotos e vídeos.
Anitta, que ao longo dos últimos anos passou a investir na carreira internacional, é a líder do ranking, com mais de 65 milhões de seguidores. A Girl from Rio é a brasileira com o maior número de seguidores na rede social.
Dentre as personalidades que compõem as 10 primeiras colocações, vale um destaque à Marília Mendonça. O perfil da cantora, que morreu em novembro de 2021, vítima de um trágico acidente de avião, continua sendo seguida por milhares de pessoas. Atualmente, a conta é dedicada a homenagens do seu legado.
Abaixo, confira a lista das 10 famosas brasileiras mais seguidas do Instagram, em pleno Dia da Mulher:
Anitta (Foto: Reprodução/Instagram)
Tatá Werneck (Foto: Reprodução/Instagram)
Larissa Manoela (Foto: Reprodução/Instagram)
Maisa Silva (Foto: Reprodução/Instagram)
Virgínia Fonseca (Foto: Reprodução/Instagram)
Bruna Marquezine (Foto: Reprodução/Instagram)
Marina Ruy Barbosa (Foto: Reprodução/Instagram)
Marília Mendonça (Foto: Reprodução)
Simone Mendes (Foto: Divulgação/Bia Porto)
Paolla Oliveira (Foto: Reprodução/Instagram)
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Militar brasileira concorre a prêmio de igualdade de gênero da ONU
Uma brasileira está entre as indicadas ao prêmio de Defensora Militar da Igualdade de Gênero das Nações Unidas 2023. A tenente-coronel Renata de Castro Monteiro Netto é a primeira militar do Exército Brasileiro a concorrer. A indicação é um reconhecimento por sua atuação no Sudão do Sul, onde exerce missão como observadora militar das Nações Unidas desde fevereiro do ano passado. Sua função é monitorar e reportar qualquer tipo de violação dos direitos humanos percebidas durante as patrulhas aéreas, ribeirinhas e motorizadas. O resultado da premiação deste ano deve ser divulgado no fim de maio, em Nova York, na sede das Nações Unidas.
“Desempenho a função desarmada, liderando as patrulhas, como símbolo de boa-fé e confiança. Levo o capacete azul como símbolo da presença da Organização (das Nações Unidas) em áreas de cessar-fogo”, explica a tenente ao Correio.
A militar passou seis meses em Malakal, ao norte do Sudão do Sul, onde teve atuação fundamental para a proteção de civis. Entre maio e junho de 2023, ela ajudou a evacuar e a resgatar 70 crianças e 30 mulheres vulneráveis em meio a uma crise de violência e instabilidade no Campo de Proteção de Civis mantido pela ONU. A tenente coordenou o estabelecimento de uma área segura e negociou para que elas pudessem ser levadas em segurança.
“(Naquele momento), não me limitei a fazer apenas o previsto, busquei colaborar em todas as atividades que pudessem diminuir o sofrimento dos mais necessitados, e evitar que direitos humanos fossem violados, principalmente contra mulheres e crianças, que é a população mais vulnerável em momentos de conflitos”, afirma a tenente.
Durante as patrulhas, Renata conta que percebeu inúmeras situações de violência, entre elas, contra a mulher. “Sempre procurei dar voz às mulheres e mostrar a importância delas para o processo de paz (…) Eu procurei ser também a mão amiga e solidária, tão característica do nosso povo brasileiro.”
Após seis meses em campo, Renata foi selecionada para trabalhar no Centro de Operações Conjuntas da Missão no Quartel-General em Juba, a capital do país, onde se encontra atualmente. Seu escritório é responsável pela coordenação de todos os movimentos de tropas, munição, patrulhas, comitivas, delegações e casos de evacuações aeromédicas.
A indicação ao prêmio de Defensora Militar das Nações Unidas 2023 é resultado de muita preparação técnica, trabalho e dedicação, ressalta a tenente. “Sinto um orgulho imenso de bem representar a nossa bandeira do Brasil, com um histórico de sucesso em missões de paz, além disso, me sinto grata por todas as militares brasileiras que me antecederam nas missões e deixaram um legado lindo”, acrescenta.
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A premiação foi criada em 2016 e já teve duas brasileiras vencedoras, em 2018 e 2019, ambas militares da marinha do Brasil. As indicações são feitas pelo Representante Especial do Secretário-Geral da ONU e pelo Comandante da Força Militar.
Concorrem todos os militares que tenham se destacado no ano anterior por atuações voltadas para a equidade e paridade de gênero. Cada Missão de Paz escolhe seu representante, e uma comissão avalia as atuações dos concorrentes para a decisão final.
Renata Monteiro sempre teve o sonho de ser militar, inspirada pelo pai, que era oficial da Marinha Mercante. “Ele usava farda, e sempre olhei para ele com muita admiração”, lembra.
A tenente é formada em odontologia e especializada em endodontia. Entrou para o Exército em janeiro de 1996, como oficial temporária, na turma pioneira de médicos, dentistas, farmacêuticos e veterinários. Em 2000, passou a ser oficial de carreira do Exército.
Para Renata, a vida militar é mais do que uma profissão, mas também uma decisão de vida que exige resiliência, dedicação, estudo e comprometimento. Às meninas e jovens que querem fazer parte do Exército, ela aconselha: “Venha fazer parte desse grupo de mulheres guerreiras, que dedicam suas vidas para servir à Pátria”.
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