Quem é Calita, nova namorada de Amado Batista? | Donna

Aos 73 anos, Amado Batista parece estar vivendo o que canta na música O Amor Não Tem Idade. O cantor virou assunto nas redes sociais por supostamente estar namorando a miss Calita Franciele Miranda de Souza, 22 anos, eleita Miss Universe Mato Grosso 2024. A diferença de idade entre os dois é de 51 anos.
Ainda que eles não tenham oficialmente assumido o namoro, o público percebeu que Camila divulgou o trabalho do cantor nas redes sociais. No Instagram, a miss compartilhou recentemente a música Sou Igualzinho a Você. Além disso, ela também tem sido flagrada acompanhando o artista em suas viagens a trabalho, conforme informações do jornal O Globo.
Quem é a Calita?
Calita cresceu em Campinápolis, no Mato Grosso, e é formada em Biologia. Ela teria começado a se relacionar com Amado em junho. Desde então, o avião particular do cantor tem sido visto na cidade natal da jovem.
No Instagram, ela afirma ser apaixonada por espanhol, idioma que é fluente. Ela ganhou visibilidade nacional ao ser coroada Miss Universe Mato Grosso 2024. Apontada como uma das favoritas ao título de Miss Brasil, ela acabou perdendo a coroa para Luana Cavalcante, de Pernambuco, em novembro.
Calita tem mais de 12 mil seguidores em seu perfil do Instagram.
Não é o primeiro
O relacionamento com Calita não é o primeiro do cantor com uma mulher mais jovem. Até o ano passado, Amado Batista era casado com Layza Felizardo, que tinha 23 anos quando o relacionamento chegou ao fim.
Na época, o término foi marcado por desentendimentos e acusações de traição. Layza chegou a acionar a Justiça para comprovar a união estável com o cantor.
Governo Lula decide evacuar embaixada do Brasil em Damasco

O governo federal decidiu retirar as equipes técnicas e diplomatas que estão na Embaixada do Brasil em Damasco, capital da Síria. No fim de semana, rebeldes derrubaram o ditador Bashar al-Assad e tomaram o controle do país.
Países da Europa e das Américas também decidiram tirar suas equipes da capital síria após alguns incidentes. A Embaixada do Brasil está aberta para prestar auxílio aos nacionais que estão no país — porém, a avaliação de momento é de que a situação pode escalar para episódios generalizados de violência.
O controle está sob o grupo HTS, que derrubou Assad. No entanto, outros grupos rebeldes e organizações terroristas podem tentar tomar territórios no país.
Os diplomatas brasileiros devem sair em comboio com representantes de outros países e tentar chegar até o Líbano, onde poderão ser evacuados por aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) que já retiram brasileiros que estão na localidade.
A diplomacia brasileira avalia que Israel pode lançar uma operação para tentar anexar o território da Síria. As Forças de Defesa israelenses já realizam ataques aéreos contra bases militares para tentar impedir que ativos bélicos, como aviões e tanques, sejam usados contra Israel. Procurado, o Itamaraty ainda não se manifestou sobre o caso.
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O dia em que o Maracanãzinho fez Tom Jobim chorar

Tom Jobim não acreditava que Sabiá, uma melodia sua com letra de Chico Buarque, pudesse ganhar o 3º Festival Internacional da Canção, de 1968.
Tanto não acreditava que, dias antes da final, apostou com Vinicius de Moraes. Se ganhasse, compraria uma caixa de uísque Black Label para o amigo e parceiro. Se perdesse, Vinicius pagaria a aposta.
A grande final aconteceu no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro, no dia 29 de setembro de 1968. Segundo estimativas, 25 mil pessoas lotaram o ginásio.
Quando o apresentador Hilton Gomes começou a chamar ao palco os vencedores – do décimo colocado até o primeiro –, Tom estava convencido de que, na melhor das hipóteses, ficaria entre o sexto e o quarto lugar.
“Tom jamais imaginou vencer. Disse que Sabiá não era música para festival”, confirma Helena Jobim, sua irmã, no livro Antônio Carlos Jobim – Um homem iluminado (Nova Fronteira).
A morte do compositor completa 30 anos neste domingo (8/12).
Tom tinha tanta certeza de que não ganharia a etapa nacional do festival – e, portanto, não participaria da etapa internacional – que já tinha até agendado uma viagem ao exterior com Eumir Deodato, o responsável pelo arranjo instrumental de Sabiá. Mal sabia ele que a viagem teria que ser cancelada.
Quando Hilton Gomes anunciou o quarto lugar, Tom começou a ficar apreensivo. “Agora, vem Sabiá”, cochichou para Dori Caymmi, que estava ao seu lado, nos bastidores do ginásio. Não veio.
“Tirei o segundo!”, torceu, confiante. Não tirou.
Quando o apresentador, enfim, anunciou a grande vencedora, Tom ganhou um abraço de Dori: “Deve haver algum engano”, disse para si mesmo, baixinho.
‘A maior vaia da história do Maracanãzinho’
Tom ganhou, mas ganhou apertado. A diferença para o segundo colocado, segundo o pesquisador Zuza Homem de Mello, autor de A era dos festivais – Uma parábola (Editora 34), foi de apenas três pontos: 109 a 106.
O júri escolheu Sabiá, mas o público preferia Pra não dizer que não falei de flores, de Geraldo Vandré – aquela do refrão: “Vem, vamos embora / que esperar não é saber / quem sabe faz a hora / não espera acontecer”.
Quando Tom subiu ao palco para receber o troféu Galo de Ouro, levou uma vaia “ensurdecedora” – nas palavras do jornalista Sérgio Cabral, autor do livro Antônio Carlos Jobim – Uma biografia (Lazuli Editora).
A vaia foi tão forte que Vandré pegou o microfone e fez um apelo ao público: “Gente, por favor, um minuto só. Vocês não me ajudam desrespeitando Jobim e Chico. A vida não se resume a festivais”. De nada adiantou.
Na rampa que dava acesso ao palco, Tom quase levou um tombo. Culpa do sapato de verniz. “Se escorrego, a vaia seria ainda maior”, confessou ao repórter João Luiz Albuquerque, da extinta revista Manchete.
Depois do anúncio da vitória, as irmãs Cynara e Cybele tiveram que cantar Sabiá mais uma vez. “A vaia começou na primeira nota e só acabou depois da última”, observa Cabral.
“Foi uma vaia retumbante”, descreve Homem de Mello. “Quase raivosa”.
Para Danilo Caymmi, coautor de Andança, com Paulinho Tapajós e Edmundo Souto, tirar o terceiro lugar foi uma sorte. “Se a gente ganhasse, seria um caos. Qualquer música, aliás, que tirasse o primeiro lugar do Vandré seria um problema”. A música Andança foi defendida por Beth Carvalho e Golden Boys.
No recém-lançado O ouvidor do Brasil – 99 vezes Tom Jobim (Companhia das Letras), o jornalista e escritor Ruy Castro descreve a vaia do dia 29 de setembro de 1968 como “a maior da história do Maracanãzinho”.
Autor das biografias de Nelson Rodrigues, Garrincha e Carmen Miranda, Ruy Castro costuma dizer que nunca escreveu a de Tom Jobim porque a vida dele não teve baixos, só altos. Mas, não seria a vaia do Maracanãzinho um “baixo” na carreira de Tom?
“Você chamaria de baixo a conquista de um Festival Internacional da Canção sob vaias? O triunfo sob vaias foi uma constante na carreira de Nelson Rodrigues, e ele achava ótimo. ‘Só a vaia consagra’, dizia”, responde.
“O maior baixo na vida de Tom seria a morte de seu filho num acidente de carro. Mas ele já não estava aqui para ver”. João Francisco Lontra Jobim morreu no dia 22 de julho de 1998, aos 18 anos.
‘O dia mais negro de sua vida’
Terminado o festival, Tom se dirigiu ao estacionamento do Maracanãzinho. Lá, pegou seu fusca e seguiu, sozinho, para a casa do amigo Raimundo Wanderley, no Leblon. “Que loucura!”, não se cansava de repetir.
“O prêmio foi merecido e a vaia, justificada”, afirma Dori Caymmi, um dos autores de Dois dias, a décima colocada, que acompanhou Tom até o estacionamento.
“Merecido porque a música do Tom e do Chico, dois dos nossos maiores compositores, é melhor do que a do Vandré. E justificada porque grande parte do público estava torcendo pelo Vandré. Ele foi muito corajoso ao escrever um hino que incomodava os generais da ditadura”.
No trajeto, Tom pensou no amigo e parceiro Chico Buarque, que estava na Itália: “Ô Chiquinho, veja o que você fez!”.
Quando entrou no Rebouças, túnel que liga a Zona Norte à Zona Sul, chorou: “Um pouquinho só”, admitiu, certa ocasião.
Quem também caiu no choro foi Nelson Motta. De raiva, vergonha e indignação. “Naquele palco, nosso compositor maior e mais querido era enterrado vivo por uma vaia selvagem, furiosa e absurda”, relata o autor do livro Noites tropicais – Solos, improvisos e memórias musicais (Harper Collins) e do espetáculo Tom Jobim Musical, em cartaz no Teatro Casa Grande, no Leblon, no Rio.
Na terceira edição do Festival Internacional da Canção, Nelson Motta, coautor de Dois dias, em parceria com Dori Caymmi, ficou em décimo lugar. A canção foi interpretada por Eduardo Conde.
Paulo Jobim, filho de Tom, descreveu aquele dia como “o mais negro de sua vida”.
Da casa de Raimundo Wanderley, Tom seguiu para casa, na rua Codajás, 108. Lá, o escritor Paulo Mendes Campos e o cartunista Ziraldo, dois dos jurados daquela noite, festejavam sua vitória.
No meio da festa, o telefone tocou. Do outro lado da linha, alguém pediu para falar com Fernando Sabino, um dos convidados. Minutos depois, o escritor avisou: “Acho que a festa acabou. O Sérgio Porto acaba de morrer”. Na mesma hora, o anfitrião deu a festa por encerrada.
No dia 4 de outubro de 1968, Tom Jobim e Geraldo Vandré voltaram a se encontrar. Foi na casa do empresário Roberto Marinho, no Cosme Velho. Compareceram à recepção, entre outros convidados ilustres, Danilo Caymmi, Beth Carvalho, Vinícius de Moraes, Elis Regina e Milton Nascimento.
‘Juiz eu não vou ser. Não vou julgar os meus colegas’
Em entrevista ao O Pasquim, em novembro de 1969, Tom explicou que não pretendia participar do 3º Festival Internacional da Canção. Mudou de ideia ao receber uma ligação de Augusto Marzagão, o idealizador do festival.
Ao todo, o Festival Internacional da Canção teve sete edições: a primeira em 1966 e a última em 1972. Cada edição tinha duas fases: uma nacional e outra internacional.
No telefonema, Marzagão pediu a Tom uma canção para inscrever no festival. “Não tenho nada novo. Não estou compondo. Estou quieto aqui no meu canto”, respondeu Tom. “Então, você vai ser do júri”, propôs Marzagão. “Juiz eu não vou ser”, declinou do convite. E explicou o porquê: “Não vou julgar os meus colegas”.
Entre participar do júri e inscrever uma canção, Tom optou pela segunda opção.
A música escolhida foi Gávea, um tema instrumental composto em homenagem à soprano Maria Lúcia Godoi. Foi Chico Buarque quem escreveu a letra, deu a ela um título novo e, ainda, sugeriu os nomes de Cynara e Cybele, do Quarteto em Cy, para interpretá-la.
Juntos, Tom e Chico compuseram 13 clássicos da MPB, como Retrato em branco e preto (1968), Anos dourados (1986) e Piano na Mangueira (1993). Só não fizeram Wave (1967) porque Chico escreveu o primeiro verso (“Vou te contar…”) e nunca mais deu notícias.
A canc?a?o ‘Pra na?o dizer que na?o falei de flores’, cantada por Geraldo Vandre?, era a favorita do pu?blico e ficou em segundo lugar
‘Venha urgente. Preciso de você’
No dia 6 de outubro de 1968, Tom Jobim voltou ao Maracanãzinho para a etapa internacional do festival.
Com medo de levar outra vaia, mandou um telegrama para Chico, na Itália: “VENHA URGENTE PRESENÇA IMPRESCINDÍVEL TEMOS QUE ESTAR JUNTOS PRECISO DE VOCÊ TOM JOBIM”.
A princípio, Chico achou que fosse brincadeira do Tom. Na dúvida, ligou para o empresário, Roberto Colossi.
“Olha, Chico, tenho duas notícias: uma boa e outra ruim”, explicou Colossi. “A boa é que Sabiá ganhou. A ruim é que foi vaiada. Vaiadíssima!”, acrescentou. Ali, Chico entendeu o telegrama do Tom.
No mesmo dia, Chico mandou um telegrama bem-humorado para Cynara e Cybele: “EU SABIAH EU SABIAH EU SABIAH OBRIGADO ABRAÇOS CHICO”. E, no dia seguinte, pegou o primeiro avião para o Rio. “Vamos dividir as vaias”, pensou, resignado. Do Galeão, rumou para o Maracanãzinho.
“Os estudantes tomaram a música do Vandré como uma espécie de hino. Sabiá ficou vista como uma canção alienada”, afirma Chico Buarque em depoimento à jornalista Inahiá Castro, autora do livro As meninas do Cy – Vida e música do Quarteto em Cy (Imprensa Oficial).
“Não tinha nenhuma intenção política com Sabiá. Por mais que fosse uma alusão a Canção do Exílio [poema de Gonçalves Dias]. Não estava fazendo alusão aos exilados brasileiros. Senão seria uma canção premonitória. O problema do exílio começou a partir de 1968, com o AI-5. Não fiz a letra pensando nisso”.
Dessa vez, não houve vaias – só aplausos. Além de ganhar a etapa nacional, Sabiá ganhou, também, a internacional do 3º Festival da Canção. Na arquibancada, uma faixa com os dizeres: “O galo já é do sabiá”.
Sabiá foi gravada, entre outros artistas, por Frank Sinatra, Elis Regina, Nara Leão, Clara Nunes e MPB-4.
‘Como não podem ganhar?’
No livro O Campeão de audiência: Uma autobiografia (Summus), Walter Clark admite que houve pressão por parte de um oficial do Exército para a música Pra não dizer que não falei de flores não tirar o primeiro lugar.
A “recomendação” teria partido, segundo Clark, do general Sizeno Sarmento. De acordo com um ajudante de ordens do oficial, tanto Pra não dizer que não falei de flores, de Geraldo Vandré, quanto América, América, de César Roldão Vieira, não poderiam ganhar o festival por causa do seu teor subversivo.
“Como não podem ganhar?”, argumentou Clark. “Como vou chegar para o júri e dizer que essas músicas não podem ganhar porque o general mandou?”. “Isso é problema seu!”, limitou-se a responder. “As músicas não podem ganhar”. E desligou.
Autor da biografia Geraldo Vandré: Uma canção interrompida (Kuarup), Vitor Nuzzi entrevistou seis dos 13 jurados daquela edição do festival: a atriz Bibi Ferreira, o cartunista Ziraldo, o pesquisador Ricardo Cravo Albin, o maestro Isaac Karabtchevsky, o jornalista Eli Halfoun e o compositor Billy Blanco. Nenhum deles disse ter recebido nenhuma orientação ou pressão para não votar em Vandré.
“Acredito que sim, que houve pressão no ‘andar de cima’, mas que não chegou ao júri”, diz Nuzzi.
“A vitória de Sabiá não foi injusta. Chico e Tom fizeram uma parceria memorável. Vandré, por outro lado, se eternizou naquele festival. Mesmo não ganhando, sua canção conquistou o público. Acredito que, se houvesse votação popular, ele venceria”, completa.
A canção Pra não dizer que não falei de flores foi censurada no dia 23 de outubro de 1968 e só foi liberada, onze anos depois, no dia 15 de novembro de 1979. “Para o governo militar, Vandré tornou-se um inimigo a ser calado”, afirma Dalva Silveira, doutora em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e autora do livro Geraldo Vandré – A vida não se resume em festivais (Fino Traço).
“Em dezembro de 1968, a polícia invadiu o apartamento dele, no Rio. Estava em turnê por Goiás quando soube do AI-5. Logo, entrou na clandestinidade e, em seguida, partiu para o autoexílio. Ao retornar ao Brasil, em 1973, encerrou, prematuramente, sua carreira”.
O que se sabe sobre os rebeldes que tentam cercar a capital da Síria

A aliança de grupos rebeldes sírios afirmou, neste sábado (7/12), que está cercando Damasco. O líder do grupo islamista Hayat Tahrir al-Sham (HTS) orientou para os combatentes se prepararem para tomar a capital, com o objetivo de derrubar o governo do presidente Bashar al Assad.
Em contrapartida, o ministro do Interior da Síria afirmou que as forças de segurança estabeleceram um cordão “muito forte” ao redor de Damasco e que ninguém poderá passar pela linha de defesa que estão construindo.
Segundo a ONG Observatório Sirio para os Direitos Humanos (OSDH), as forças governamentais perderam, nas últimas horas, o controle da província de Daraa, no sul, e abandonaram posições em Quneitra, perto das Colinas de Golã anexadas por Israel.
Perto da cidade de Homs, os bombardeios executados pelas forças aéreas do governo e da Rússia mataram pelo menos sete civis neste sábado (7/12), durante combates para tentar conter o avanço da ofensiva.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, considerou “inaceitável” que o território sírio caia nas mãos de “terroristas”.
O presidente turco Recep Tayyip Erdogan disse que deseja que a Síria encontre “a paz e a tranquilidade com que sonha há 13 anos”.
Já o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que seu país “não deve se envolver” no conflito. “A Síria está uma bagunça, mas não é nossa amiga, e os Estados Unidos não devem ter nada a ver com isso. Essa luta não é nossa”, afirmou.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil disse está atento ao aumento das hostilidades em regiões da Síria e recomendou que sejam tomadas as seguintes precauções:
Com informações da AFP*
Intentona sem pé nem cabeça

A reação popular e institucional ao autogolpe presidencial na Coreia do Sul suscita uma ponderação sobre a força da instituição no enfrentamento da trama golpista entre nós. Instituição, recorde-se, é um modo regulatório da vida social que funciona por um “fazer saber”, constitutivo do processo de subjetivação. É o que fazem família, escola, religião e o próprio exército, instâncias pertinentes à convivência humana. Nelas Jean-Paul Sartre divisou uma característica contraditória, como conceito de algo inerte e, ao mesmo tempo, transformador.
A inércia cabe à parte estruturada, pretensamente imóvel. Reduzir processos vitais a “estruturas”, aliás, é o vezo das ciências sociais desde fins do século 19, em tradições intelectuais europeias e norte-americanas. Por isso, o profundo mal-estar civilizatório conhecido como racismo continua a ser analisado como “estrutural” quando, no entanto, se trata de seres humanos em movimento, em entrecruzamentos múltiplos, numa situação histórica de extração colonialista. A força motriz da mudança não está na estrutura, mas na oscilação, na luta social.
No golpe militar de 64 havia algum peso da estrutura, na medida em que os conspiradores, embalados pela continuidade do processo de substituição de importações sem alterar o capitalismo dependente, assombravam-se com os rescaldos ideológicos da Guerra Fria. No imaginário, o bicho-papão comunista estaria à espreita para expropriar latifundiários e devorar criancinhas. Como diziam agir por procuração divina, golpe era palavra grosseira, a ser trocada por “revolução”. Deus golpista? Não, revolucionário.
Na recente intentona, ninguém estava preocupado com estrutura nenhuma, porque nem sequer saberiam o que é isso, nem havia pelas costas nenhuma operação “Brother Sam”, com porta-aviões para a eventualidade de uma resistência. A sedição sem fundamento ocorria dentro do funcionamento contraditório de aparatos do Estado, com posições divergentes: adesões, hesitações e recuos.
O golpe era também tentativa de auto-organização, pois se jogava à cabra-cega, num ambiente de barata-voa. Nas mensagens trocadas, as autodefinições falavam sozinhas: “grupo de malucos”, “rataria”, “aloprados”. Antes de qualquer assassinato, torturavam o vernáculo. Poderiam ter sido contidos por uma prova de português do Enem.
Tratou-se de uma disfunção da instituição, contra ela própria enquanto núcleo de estabilidade. Instituição é feita de gente concreta e diversa. E a luta hoje não se trava entre abstrações como classes e ideologias, e sim entre indivíduos. A crueldade pessoal tem lugar de fala.
Vale, assim, considerar o estado psíquico de insurretos que procuram gato preto em quarto escuro inexistente. Foi o caso do presidente sul-coreano, numa intentona sem pé nem cabeça. Entre nós, militares querendo encontrar “comunismo” num país conservador, sem guerras, que os contempla em 2025 com um orçamento próprio de US$ 133 bilhões, valor maior do que o PIB da maioria dos países do mundo. Sem real motivação, resta um especial narcisismo sádico, em ações que envergonham Deus, pátria e família.
Daí a resistência de sujeitos institucionais, empenhados em afastar a nação do abismo. O golpe foi evitado por dois generais e pela hombridade de guardiões da Constituição, depois desvelado pela investigação exemplar da Polícia Federal. Mas fracassado também, no fundo, pela outra face da crueldade, a covardia, do suposto maior interessado, que amarelou, escafedeu-se, foi chorar pitangas na Disney.
Leia história em quadrinhos sobre como o homem conquistou a Antártida

No mês passado, o Brasil entrou para a história ao comandar uma expedição com o objetivo de navegar ao redor de toda a Antártida. É uma missão científica que vai investigar os efeitos do aquecimento global no continente gelado, que fica ao sul do globo.
Navegando bem próximos da costa, os cientistas vão estudar como as mudanças climáticas estão afetando aquele lugar que funciona como um grande refrigerador para o planeta. Já imaginou como ficaria o nível dos oceanos se todo o gelo da Antártida derretesse? Isso poderia fazer sumir muitas cidades do litoral.
Pois é, a existência do continente antártico é fundamental para a nossa a vida. É um lugar curioso: é um deserto de gelo onde as temperaturas podem chegar a -89° Celsius. Há espécies de musgos, de pinguins e de focas que não existem em outro canto da Terra.
Nenhum país é dono de toda a Antártida, mas alguns deles mantêm suas bases científicas ali. O Brasil tem uma estação do tipo, chamada Comandante Ferraz, onde se estudam temas como meteorologia (a ciência da previsão do tempo) e oceanografia (os mares).
A história da exploração dessa terra gelada é marcada por grandes tragédias e por feitos extraordinários. Tanto é que chamam de “era heroica” o período em que aventureiros de vários países disputaram para ver quem chegava antes ao Polo Sul —o ponto exato onde o eixo do planeta toca a superfície.
Embratur lança edital para selecionar coexpositores para a Seatrade Cruise Global 2025

Embratur lança edital para selecionar coexpositores para a Seatrade Cruise Global 2025 (Temporada de cruzeiros 2024/2025 no Brasil deve ofertar 862 mil leitos (Foto: Marcio Menasce/Embratur))
Interessados em participar da Seatrade Cruise Global 2025 devem ficar atentos. A Embratur lançou o edital para inscrições de coexpositores para o evento, que irá ocorrer de 7 a 10 de abril no Miami Beach Convention Center, em Miami, nos Estados Unidos.
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Considerado o mais importante evento da indústria internacional de cruzeiros do mundo, a Seatrade Cruise Global 2024 reuniu mais de 11 mil participantes, com mais de 600 expositores de 120 países, sendo uma excelente oportunidade para a realização de negócios, ampliando o posicionamento e aumentando a competitividade das empresas, destinos e produtos turísticos brasileiros a partir da internacionalização da oferta de turismo náutico no Brasil.
Os números recordes atingidos nas últimas temporadas, mesmo em um período de recuperação pós-pandemia, demonstram a potência do segmento e a tendência de crescimento para as próximas temporadas. A expectativa é de superar os resultados da temporada 2023/2024, que injetou mais de R$ 5 bilhões na economia brasileira, gerando mais de 80 mil empregos.
O presidente da Embratur, Marcelo Freixo, destacou o potencial do Brasil no turismo de cruzeiros marítimos. “A atividade náutica, em especial a de cruzeiros, é uma importante indutora de demanda turística internacional que impacta de forma significativa a economia dos destinos turísticos. O Brasil tem um enorme potencial turístico para cruzeiros, tanto marítimos quanto fluviais. E temos evidências que comprovam isso. Primeiro que o número de turistas internacionais que entram por via marítima ou fluvial no Brasil cresceu 17,7% nos primeiros 10 meses de 2024, que é um número muito bom”, comentou.
“Fomos ainda tricampeões no Oscar do Turismo, o World Travel Awards, na categoria Melhor Destino para Cruzeiros da América do Sul pelo segundo ano consecutivo. Então, nosso trade tem que participar, fazer redes de contato e fechar negócios para que o Brasil apareça para o mundo. Estamos falando de aumentar o número de turistas internacionais no país, o que gera aquecimento no setor e emprego e renda para os brasileiros”, completou Freixo.
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Acordo de cooperação
A Embratur possui um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) com a CLIA Brasil, com o objetivo de promover e divulgar o país no mercado internacional como destino detentor de produtos, serviços e experiências sustentáveis e com alta qualidade no turismo náutico.
A parceria visa promover as experiências de viagem dos cruzeiros, atuando junto ao trade, gestores de destinos e demais atores da indústria de cruzeiros, incluindo portos, terminais de passageiros, armadoras, prestadores de serviços e operadores de viagens. Com o segmento aquecido, durante as escalas, os turistas irão movimentar a cadeia produtiva do setor, gerando emprego e renda para os destinos turísticos de toda costa brasileira.
De acordo com uma pesquisa intitulada Estudo de Perfil e Impactos Econômicos de Cruzeiros Marítimos no Brasil, feita em parceria pela CLIA Brasil e a Fundação Getúlio Vargas (FGV), 92% dos cruzeiristas entrevistados pretendem realizar uma nova viagem de cruzeiro, e 87% afirmam querer retornar a destinos visitados durante a viagem.
Edital
O prazo para inscrição para participar começou nesta segunda-feira (2) e vai até o próximo domingo (8). A divulgação do resultado dos aprovados está prevista para o dia 16 de dezembro.
Conforme consta no edital, os interessados em participar da Seatrade Cruise Global 2025 serão divididos nas seguintes categorias institucionais (órgãos e instituições da administração pública) e setor privado, que serão classificados entre operadoras de cruzeiros marítimos, operadoras de cruzeiros fluviais, portos e/ou terminais turísticos, operadores de turismo receptivo internacional, organizações de marketing de destinos e/ou associações representativas de segmentos ou nichos, companhias aéreas e outros.
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O Gerente de Negócios e Estratégias para o Mercado Internacional, Alexandre Nakagawa, explica a estratégia de promoção náutica dos destinos brasileiros na Seatrade Cruise Global. “Diversos destinos têm realizado investimentos em portos e terminais de passageiros para melhor atender a crescente demanda de turistas por cruzeiros marítimos e expedições náuticas fluviais, o que demonstra o potencial do segmento no Brasil. A estratégia de promoção internacional do turismo náutico contempla ainda parcerias com operadoras e receptivos locais, que oferecem experiências turísticas nos destinos onde ocorrem os pontos de parada das embarcações”, afirmou.
Entradas internacionais
De acordo com o Portal de Dados da Embratur, em 2024, o Brasil recebeu, de janeiro a outubro, 172.930 turistas internacionais por via fluvial ou marítima. O número é 17,77% maior que no mesmo período do ano passado, quando essas chegadas ficaram em 146.841. Os principais portões de entrada do modal aquaviário foram Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo e Amapá. E os principais países de origem foram Argentina, Estados Unidos, Uruguai, França e Reino Unido.
Temporada de cruzeiros
Começou, nos primeiros dias de novembro, a temporada de cruzeiros 2024/2025 no Brasil. De acordo com números divulgados pelo Ministério do Turismo (MTur), a estação terá mais de 170 dias de duração com oferta de 862 mil leitos nos nove navios que percorrerão a costa do Brasil. Serão mais de 200 roteiros em 18 destinos diferentes.
A expectativa é que as viagens superem os resultados da última temporada, que injetou R$ 5,2 bilhões na economia nacional e gerou 80 mil empregos diretos, indiretos e induzidos.
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Entre os destinos que serão beneficiados nessa temporada estão Angra dos Reis (RJ), Balneário Camboriú (SC), Búzios e Ilha Grande (RJ), Fortaleza (CE), Ilhabela (SP), Ilhéus (BA), Porto Belo (SC) e Recife (PE).
Acesse o edital neste link.
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Philippe Seabra lança o livro de memórias ‘O cara da Plebe’

Do alto de seus 58 anos, Philippe Seabra lança, hoje, em Brasília, o livro de memórias O cara da Plebe. Na conversa com o Correio, o guitarrista e vocalista disse que seu escrito (com 640 páginas) vai além de registros de recordações dos (às vezes não muito) bons velhos tempos e reflexões sobre vários assuntos que extrapolam a história da sua banda de punk rock, a Plebe Rude, criada em 1981.
Ele quis redigir um texto que despertasse a vontade dos leitores em se empenhar por concretizar aquilo em que acreditam. Exemplos e realizações resultantes dessa filosofia de vida sobram ao autor. Basta pesquisar na internet e ver o que fez e faz.
E o que fará: está preparando mais dois livros (um em parceria com o baixista André “X” Muller, também fundador da Plebe Rude); a regravação orquestrada da primeira obra da grupo, O Concreto Já Rachou, de 1986; um memorial sobre o rock no Brasil, iniciativa para a que já conta com parceiros de peso, como autoridades e outros artistas, além da definição do terreno onde o prédio ficará; e a gravação de surpresas em outro idioma, cujos detalhes deixou em suspense, mas garantiu que não será em sua língua materna: o inglês.
“Quis com o livro servir de inspiração. Não sei se consegui. Mas, creio que deu para mostrar que a juventude da minha época (anos 1970) não tinha acesso a nada em Brasília. Mesmo assim, a gente cavava, propelido pela curiosidade intelectual, pela vontade de querer fazer. Ninguém ficava de braços cruzados”, disse o brazuca de coração, e também por parte de mãe paraense.
Nascido em Washington D.C., capital do país do qual seu pai, português, tinha nacionalidade e que representou como diplomata, Seabra acrescenta: “Acredito que o livro mostra que a juventude (brasiliense da época) podia fazer tudo, menos ficar de braços cruzados. E o mais importante: valorizava o que conseguia.”
Elocubrações à parte, Seabra — que com a sua banda, e junto à Legião Urbana e ao Capital Inicial, está entre representantes candangos no movimento BRock, dos anos 1980, que realizou mega espetáculos do gênero pelo país e ainda seguem na ativa — admitiu que se expôs como nunca. “Talvez, com o livro, inconscientemente, fiz algo que o Herberth Vianna (de Os Paralamas do Sucesso) me pedia para fazer há décadas nas letras das músicas da Plebe. Eu me expus de uma maneira como nunca fiz.”
Quem quiser mais detalhes sobre essa exposição, só precisa consultar O Cara da Plebe. Aliás, ele narra passagens curiosas e curiosidades, como informações sobre o porquê do título do livro e em qual língua estrangeira a Plebe Rude gravará em breve.
Serviço
Cara da Plebe, autobiografia de Philippe Seabra, guitarrista e um dos fundadores da Plebe Rude – editora Belas Letras
Livraria da Travessa,
Casa Park Shopping
Hoje, às 19h30
O que: lançamento de O Cara da Plebe, autobiografia de Philippe Seabra, guitarrista e um dos fundadores da Plebe Rude – editora Belas Letras
Onde: Livraria da Travessa, casa Park Shopping
Quando: 4 de dezembro (quarta-feira), às 19h30
Aponte a câmera e leia trechos do livro
Depois de 15 horas de viagem chegando na rodoviária do Tietê, um rapaz foi incumbido com a tarefa de nos recepcionar. Ele trabalhava no Napalm, que estava fechando as portas depois de 50 noites de existência e era um dos pioneiros punks paulistas. Ele era diferente da imagem dos punks paulistas que estavam chamando atenção e sendo veiculado na grande mídia, e pior, estereotipado pela música ‘Punk da Periferia’ do Gilberto Gil que estava estourada nos rádios. Foi ele quem escrevera um ano antes o manifesto:
“Nós estamos aqui para revolucionar a música popular brasileira, pintar de negro a asa branca, atrasar o trem das onze, pisar sobre as flores de Geraldo Vandré e fazer da Amélia uma mulher qualquer.” Seu nome era Clemente e sua banda nova se chamava os Inocentes, outro protagonista fundamental para o incipiente Rock Brasileiro.
Ao nos ver pela primeira vez descendo do ônibus, apesar da fama dos punks de Brasília que nos precedia, pensou:
“Esses são os punks de Brasília? Esses caras não vão durar nem dois minutos em São Paulo…”
E quase que a gente não dura mesmo.
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No papel, parecia uma ótima ideia. Prédios uniformizados em quadras padronizadas, seria uma cidade setorizada para pessoas supostamente confináveis; cidade que poderia ser sitiada em poucos minutos com um telefonema da autoridade competente, claramente feito para sediar – e proteger – o poder vigente.
Brasília tinha sido projetado por idealistas que visavam forjar uma utopia, um ‘plano piloto’ literalmente, onde o patrão poderia residir no mesmo prédio que o empregado sem sinal de ostentação ou diferenciação de classe, acabando com os contrastes sociais como num passe de maquete. Seria uma solução para resolver urbanisticamente toda a desigualdade econômica e social que assombrava o sono de Lúcio Costa e Oscar Niemeyer. Uma utopia na mente de alguns. Uma utopia só na mente de alguns.
Mas do fracasso da engenharia social se formaria uma cidade com sotaque único, multifacetado, que penou muito para encontrar a sua identidade cultural.
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Um ano antes do derradeiro e fatídico show da Legião Urbana em Brasília no Estádio Mané Garrincha, nós estávamos no meio de um imbróglio de igual tamanho, mas sem a repercussão nem a irresponsabilidade de um vocalista incitando a confusão.
Em 1987, no 27º aniversário de Brasília, uma coletânea do rock de Brasília iria ser lançada num imenso show na Esplanada dos Ministérios – na rampa exatamente em frende ao Congresso chamada “Rock Brasília, Explode Brasil”.
O rock de Brasília estava consolidado nacionalmente e bandas dos membros da “Tchurma”, ali representada pela Plebe e Capital, anteriormente tão amaldiçoadas e alvo da polícia, estavam naquele gramado derrubando a porta da grande complacência nacional.
No começo do show começamos a estranhar a falta da polícia, que para mim era sempre uma boa notícia, mas com a aglomeração de dezenas de milhares de pessoas um tumulto estava começando. De repente uma bomba estourou no palco e um mar de pessoas começou a ser empurrado para debaixo do palco. Só depois tínhamos descoberto que, apesar dessa manifestação popular ali em frente “a casa do povo” ser autorizado pelo Ulysses Guimarães, recém empossado como presidente da Assembleia Nacional Constituinte, nenhum policial estava no evento. Não foi por culpa da produção. Pelo visto alguém no governo não estava feliz com essa “manifestação popular” e queria ver o pau quebrando. Fizemos o que podíamos para acalmar a situação mas o mar de gente continuou a passar por de baixo do palco.
No dia seguinte estava lá a minha foto na capa do Correio Braziliense, com os braços para cima mais parecendo que estava incitando a plateia, com as letras em negrito “Tumulto no show de rock”. A matéria dizia que 40 pessoas deram entrada no Hospital de Base com todo tipo de ferimento que ia de facadas até dois tiros. E logo eu na capa. Tem coisas que só acontecem comigo.
Isso era muito longe do punk benigno de Brasília. Estávamos acostumados com e embate com os poderes em Brasília, mas isso era diferente.
Depois da confusão do “Rock Brasília, Explode Brasil”, nunca mais houve um show na rampa do Congresso e anos mais tarde, um espelho de água foi construído na frente, por via das duvidas. Antes éramos vistos como um incômodo ocupando os quatro cantos de Brasília… Agora éramos vistos como uma ameaça.
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Mas foi lá na sala 2090 que eu conheci o Herbert, uma pessoa que teria profundo impacto no rock nacional, e na minha vida. Quando ouvimos falar dos Paralamas do Sucesso, uma banda com membros que chegaram a morar em Brasília, achamos o nome terrível. Mas fazia sentido, pois do Rio já tinha o Barão Vermelho, Kid Abelha e os Abóboras Selvagens, então o nome Paralamas do Sucesso veio a calhar. O som da banda era praticamente oposto ao som cru e rasgado de Brasília, mas os Paralamas tinham alguma coisa a mais. Foi o fato de 2/3 da banda terem morado em Brasília e isso fez toda a diferença do mundo.
O Herbert Vianna e o Bi Ribeiro, fundadores da banda, moraram na SQS 104. Coincidentemente eu frequentava essa quadra porque um dos meus melhores amigos morava lá. No fim da década de 70 cheguei a andar de skate e de bicicleta com a turma da quadra, bem diferente da minha realidade solitária no Lago Norte praticamente sem vizinhos e sem vida de rua. Não sei se eles estavam no meio… Quem sabe? Lembro uma vez ouvir uma guitarra distante ecoando pelos prédios da superquadra e foi lá que o Herbert – cujo pai trouxera uma guitarra Gibson L6S dos EUA no avião presidencial Boeing 737-200 do Presidente Geisel que fora buscar em Los Angeles onde passava por uma reforma interna – tocou uma guitarra pela primeira vez. Será que ouvi esse momento histórico?
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Em 1980 eu estava com 13 anos e o André me chamou para ver sua banda, os Metralhaz, que se apresentaria na lanchonete Food’s na 111 sul. Já amaciado pelo vulto do Andre Pretorius que conhecia da escola, não me impressionei com os cabelos espetados ou pelas camisetas rasgadas pelo local. Me impressionei sim foi com a quantidade de cabelos espetados e camisetas rasgadas. Era outro mundo. As bandas que tocavam eram Blitx 64, Metralhaz e um tal de Aborto Elétrico e o equipamento, quase inexistente; tosco. O que tinha no meu quarto sem uso era melhor que aquilo.
Era uma zoeira só. As letras então… As bandas poderiam estar recitando o catálogo telefônico que não faria diferença. O Aborto, com um cara doido que mais parecia um gato molhado, urrava no microfone, mas sabe se lá o que cantava. Só depois que fui descobrir que era o mesmo cara que tinha ensaiado na Embaixada da África do Sul com o Pretorius e meu irmão Alex, dois anos antes.
Não se entendia absolutamente nada porque ninguém tinha um equipamento adequado para a voz. Mas no meio da maçaroca, alguma coisa estava acontecendo. Era a postura, a atitude dessa turma que me cativou, mais do que as próprias canções, se alguém podia chamar algumas delas de canções. Olhava em volta e via as pessoas atentas, muito atentas, pessoas que se tornariam meus amigos.
Renato logo chamaria esse pessoal de “A Tchurma”
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Nicho, antes refúgio de quem não concordava com o status quo, agora é tirado de contexto, amplificado e divulgado através de uma tecnologia que permite a anônimos despejarem todo seu rancor e ódio num mar de ruído onde todo babaca tem uma opinião. Essa mentalidade de cancelamento, ameaça e discórdia está por criar, se já não criou, a geração de postura mais extrema que já se viu – e dos dois lados do espectro. E aí que está o perigo. Das duas uma, querem forcar a moralidade ou pior, legislá-lo.
Seja um cartaz de show como a do Dead Kennedy’s, seja uma projeção num telão ao vivo sobre a ascensão do fascismo no mundo – como no caso do Roger Waters e seu “The Wall” na sua passagem pelo Brasil em 2018 – agora a polêmica é instantânea, vindo de muitas pessoas que nunca, ou muito pouco, se manifestaram sobre nada na vida. No filme “Missing” de Costa-Gavras de 1982 quando o ator Jack Lemon cobra de funcionários da Embaixada Americana explicações sobre o paradeiro do seu filho desaparecido durante o golpe militar no Chile, é sumariamente lembrando pelos oficias americanos, “Se você não estivesse pessoalmente envolvido nesse incidente infeliz, você estaria sentado em casa, complacente e mais ou menos alheio a tudo isso”. Essa indignação de internet muitas vezes não é pessoal. É um ultraje recreativo.
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O público brasileiro mainstream se desacostumou a décadas de ouvir canções de questionamento e posicionamento, e nossos artistas todos inclusive os de rock, tem deixado bastante a desejar em relação a isso, cuidando das próprias carreiras sem se preocupar com o que se passa na nação. Temática é que não falta. O que não vejo é coragem de abordar assuntos que realmente importam e de comprometer sua ‘arte’, se em algumas instâncias isso pode ser chamado de arte. A forma mais imediata de elucidação e questionamento é o rock, desde a década de 50. E é assim que construímos uma nação de lêmingues sem discernimento e muito menos sem curiosidade intelectual; uma nação de pessoas que vaia posicionamento, questiona diversidade, estranha nuance e que não entende sarcasmo.
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E o punk continua a dizer a que veio mesmo depois de 45 anos do seu nascimento. Em 2020 os organizadores de um pequeno festival punk em Belém, a Facada Fest foram intimados pela polícia a depor sobre os cartazes do evento que circularam nas redes. Um deles vinha com um palhaço Bozo empalado num lápis e outro, com o presidente de cuecas na bandeira americana vomitando fezes no Rio Amazonas. Foram acusados crimes de apologia ao crime e que estavam ferindo a honra do presidente da república. Até o Ministro da Justiça interveio pois “era preciso agir com rapidez para frear as ações dos opositores ao governo”. Ouvindo isso me senti nos primórdios da Plebe novamente.
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Quando a reunião com a Secretaria Nacional de Cultura sobre o memorial Rock Brasil foi desmarcado eu descobri porque. Eles viram um post meu – de uma rede social que mal uso – do começo de 2022 da capa do disco “Walking Dead Folia” do Mundo Livre S/A, feita pelo artista Webdell Araújo, o mesmo que fez a arte do cartaz do show do Dead Kennedys que causou aquela confusão toda em 2019. A imagem mostra uma pessoa dentro de um caixão, com uma maquiagem de palhaço e uma camiseta da seleção brasileira, com os dizeres “Sorria, Você Teve Alta!”, em referência à frase ouvida na CPI da Covid-10: “Óbito também é alta”. Entre os foliões em volta do caixão, há pessoas fazendo o gesto da “arminha” com os dedos com um boneco enorme típico do carnaval de Olinda com a cara do Hitler e uma faixa presidencial. Isso sim é punk para as massas e o desenho original, nas palavras do Indiana Jones, “merece estar num museu!” Ainda mais depois dessa historia…
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Quando eu passava por momentos difíceis com a Plebe, e como você pôde comprovar nesse livro não foram poucos, um filme sempre vinha a minha mente. Em 1989, o diretor polonês Krzysztof Kielowski lançou o filme “A short film about love” que no Brasil foi chamado de “Amor”. A história é sobre um voyeur que começa a acompanhar através de um telescópio uma vizinha. Como era carteiro, tinha acesso a seu prédio e correspondência, cada vez mais se intrometendo incognitamente na vida dela. Eventualmente é descoberto, e ela o confronta, descobrindo o telescópio no seu apartamento, ainda apontado na mesma direção. Ao olhar pela lente, ela vê os momentos tristes da vida dela que passou ali, e atrás dela o carteiro poeticamente aparece no seu apartamento, a confortando, percebendo que nunca esteve sozinha.
Nada de sentimentalismo barato aqui, caros Plebeus. Só estou dizendo que sempre foi bom saber que tinham pessoas Brasil afora, mesmo que alguns ausentes por um tempo, que ainda acreditavam na gente e que não estávamos a sós nessa caminhada.
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Ao pisar no palco, tocando o mesmo riff de “Brasília”, que toquei ali 20 anos antes na nossa estreia no Rio, no nosso primeiro show com o Clemente, André olhou para a esquerda, e eu olhei para a direita, ambos para o centro do palco. “Brasília” só tem uma guitarra, lembrando que o Clemente é guitarrista full time nos Inocentes, não tinha o hábito de cantar sem um instrumento pendurado. Ele estaria à vontade? Eu particularmente fico péssimo num palco sem uma guitarra para me esconder atrás. A região de voz dele será próxima a do Jander? Como será a reação dos plebeus?
Meu Deus, no que a gente se meteu? ?Mas com uma garra, se inclinando para frente, Clemente bradou os primeiros versos “Brasília tem luz, Brasília tem carros…”tomando todo o centro do palco como quem demarcasse território de novo – e com uma vingança – 21 anos depois da sua primeira vez ali com os Inocentes. Eu e o André nos olhamos aliviados, mas não porque duvidávamos do Clemente; é que essa entidade, esse cavalo selvagem, esse enigma indecifrável, essa baita dor de cabeça chamada Plebe Rude talvez tivesse futuro.
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Em 1973, toda essa relação incestuosa com a América Latina seria resumida numa frase quando o Kissinger foi flagrado em fita falando, “Por mais desagradáveis que seus atos sejam, o governo (de Pinochet) é melhor para nós do que a era Allende”. Para esses “assuntos delicados” na América Latina, palavras vindas de Washington não bastavam; o governo americano precisava de um enviado político e essa pessoa era o Vernon Waters.
Meu pai era colega do Vernon Walters e o acompanhava em inúmeras viagens pelo mundo (mas não nessas viagens “exploratórias” para a Argentina, Chile e Brasil. Assim como meu pai, falava inúmeras línguas e continuaram amigos quando Walters anos mais tarde passou a vice diretor da CIA entre 1972 e 1976. Uma vez a caminho do teatro com meus pais em Paris, estes no banco traseiro, ouviram o Walters conversando com o motorista e as palavras “governo brasileiro” e “ingênuo” chamaram atenção, além da frase “foi praticamente pelo telefone”. Meu pai lembrou ao Walters que sua esposa ali do lado era brasileira. Walters virou para trás, pôs o dedo em riste nos lábios e disse a ela: “Shhhhh”
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Raul Seixas, desde a censura de “Mosca na Sopa” testava os limites da Censura através da irreverência enquanto que a Rita Lee causava mais furor com os comerciais da Ellus Jeans, com modelos embaixo da água tirando a roupa, do que a própria letra da música “Mania de Você”. Na década de 70, o papel do rock como veículo de mudanças de comportamento estava garantido, apesar que além disso, quase nada contestatório de “música jovem” chegava a grande mídia.
Parecia que alguma coisa estava segurando o rock e o hard rock brasileiro a passar além ao que tinha chegado. Mesmo com gravadoras e músicos incríveis, bandas percursoras como Made in Brazil, Casas das Máquinas, O Terço, A Bolha e O Peso no final da década de 70 não conseguiam alcançar o grande publico como fenômeno de massa como viríamos na próxima década… Será que o sonho da “sociedade alternativa” proferido pelo Raul Seixas tinha envelhecido rápido demais?
Latam, Gol e Azul apresentam queda em avaliação no AirHelp Score 2024

Latam, Gol e Azul apresentam queda em avaliação no AirHelp Score 2024 (Publicada desde 2015, AirHelp Score é a avaliação mais abrangente e precisa de companhias aéreas e aeroportos com intuito de ajudar os passageiros a planejarem melhor seus voos. (Foto: jfazer/Getty Images))
As companhias aéreas brasileiras Latam, Gol e Azul viram a pontuação de seus serviços piorar. É o que aponta o ranking internacional AirHelp Score 2024, divulgado hoje. De acordo com o levantamento elaborado a partir da avaliação de passageiros, a Latam Airlines saiu do quinto lugar em 2022 (não apareceu na relação do ano passado) para o 23º lugar neste ano. Pelo segundo ano consecutivo, Gol e Azul perderam posições no ranking. A Gol caiu dez posições, saindo do 68º lugar para 78º em 2024. Já a Azul apresentou a maior queda na comparação com 2023, passando do 47º lugar para 83º neste ano.
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A companhia aérea belga Brussels Airlines foi eleita a melhor do mundo na avaliação dos passageiros, desbancando a Qatar Airways, que figurou em primeiro lugar no ranking por dois anos consecutivos. A empresa alcançou 8,12 como nota final, destacando-se pelo processamento de reclamações (8,7), opinião do cliente (7,9) e pontualidade (7,8).
Nesta edição da AirHelp Score foram listadas 109 companhias aéreas, avaliadas por 19,8 mil usuários de 54 países. A pesquisa, realizada de 1º de janeiro a 31 de outubro de 2024, foi estruturada em três temas centrais: pontualidade dos voos; qualidade do serviço das companhias aéreas; e o processamento de reclamações com base na eficiência do atendimento de pedidos de indenização de clientes.
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Entre as empresas aéreas nacionais, a Latam Airlines (23ª posição) foi bem avaliada no desempenho pontual (8,3) e na qualidade dos serviços (8,1), mas obteve 5,0 para processamento de reclamações, atingindo 7,16 como nota final. A Gol (78ª posição) recebeu 8,4 para pontualidade; 7,8 para serviço e apenas 0,1 em relação ao atendimento de reclamações de usuários, alcançando pontuação final de 5,44. A Azul (83ª posição) obteve 8,2 para serviço; 7,7 para pontualidade e somente 0,1 para processamento de reivindicações, chegando a 5,32 como pontuação final.
“Os resultados do ranking reforçam a insatisfação dos usuários de companhias aéreas nacionais, especialmente no que diz respeito à resolução de reclamações sobre problemas nos serviços prestados pelas empresas. É um alerta para que as companhias se atentem e busquem soluções para oferecer melhores serviços”, avalia Luciano Barreto, diretor-geral da AirHelp no Brasil.
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Publicada desde 2015, AirHelp Score é a avaliação mais abrangente e precisa de companhias aéreas e aeroportos com intuito de ajudar os passageiros a planejarem melhor seus voos. O ranking é produzido pela AirHelp, empresa de tecnologia de viagens que auxilia passageiros em interrupções de voos e que já atendeu cerca de 20 milhões de pessoas.
Melhores companhias aéreas do mundo
Posição Companhia aérea País Pontuação Final Pontualidade Opinião do Cliente Processamento de reclamações
1° Brussels Airlines Bélgica 8,12 7,8 7,9 8,7
2° Qatar Airways Catar 8,11 8,2 8,9 7,3
3° United Airlines Estados Unidos 8,04 7,8 7,8 8,5
4° American Airlines Estados Unidos 8,04 7,5 8,1 8,5
5° Play Islândia 7,89 9,0 7,5 7,3
6° Austrian Airlines Áustria 7,89 7,6 8,2 7,9
7° LOT Polish Airlines Polônia 7,84 7,6 8,4 7,5
8° Air Arabia Emirados Árabes Unidos 7,58 6,3 7,6 8,8
9° Widerøe Noruega 7,55 8,6 7,3 6,7
10° Air Serbia Sérvia 7,53 5,9 7,7 9,0
23º LATAM Airlines Chile 7,16 8,3 8,1 5,0
78º Gol Brasil 5,44 8,4 7,8 0,1
83º Azul Airlines Brasil 5,32 7,7 8,2 0,1
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O que Ana Castela disse sobre o Grammy Latino

A cantora Ana Castela, de 21 anos, abriu o coração sobre os bastidores de sua participação no Grammy Latino durante uma entrevista ao podcast PodPah. A artista, que levou para casa o prêmio de Melhor Álbum de Música Sertaneja, relatou um contratempo que quase a impediu de presenciar sua vitória na premiação.
Segundo Ana, informações desencontradas sobre o horário da cerimônia geraram uma corrida contra o tempo. “Disseram para a minha equipe que o tapete vermelho seria primeiro e depois a premiação. Então, acordei tranquila, comecei a me arrumar sem pressa. De repente, veio a Bruna [da equipe da cantora] falando que eu tinha 15 minutos para estar pronta. Eu nem tinha começado a maquiagem direito”, contou.
A cantora e sua equipe chegaram ao local da cerimônia faltando apenas 15 minutos para o anúncio de sua categoria. “No carro, eu só rezava para dar tempo. Quando sentei no banco do Grammy, minha ansiedade descarregou toda de uma vez. Eu tremia muito”, revelou Ana.
Além de compartilhar os desafios do Grammy, Ana Castela também falou sobre seus próximos passos na música. Considerada uma das vozes mais marcantes do sertanejo atual, a cantora revelou interesse em explorar o pop, sem abandonar suas raízes “boiadeiras”.
“Eu amo a cultura do pop, a dança, os shows. Acho tudo muito incrível”, disse. Ana destacou que pretende equilibrar diferentes estilos musicais para tornar seus shows mais animados, mas também entregar músicas emocionantes. “Tem que ter um equilíbrio entre animar as baladas e trazer aquelas músicas mais tristes que tocam o coração”, explicou.
Embora admire estratégias internacionais como as “eras” de Taylor Swift, Ana reconhece os desafios de adotar esse formato no Brasil. “Acho isso muito legal. Já pensamos em fazer algo assim, mas aqui é mais complicado. Ainda assim, estamos planejando.”
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Ana Castela reflete sobre os desafios da fama e novos planos na carreira
A jovem cantora Ana Castela, um fenômeno do sertanejo, vive o auge de sua carreira aos 21 anos. Premiada no Grammy Latino 2024 na categoria Melhor Álbum de Música Sertaneja por Boiadeira Internacional Ao Vivo, ela se consolidou como uma das principais vozes do gênero.
Em entrevista ao gshow, antes de participar do especial Amigas, Ana refletiu sobre sua trajetória meteórica e os desafios que a fama trouxe consigo.
A artista expressou sua surpresa com o reconhecimento alcançado em tão pouco tempo: “Quando comecei, sonhava em crescer e ter um nome forte, mas nunca imaginei conquistar um Grammy tão rápido. É um sinal de que Deus quer que eu esteja aqui”, declarou.
Apesar das glórias, Ana reconhece que a fama exige sacrifícios. “Ela te quer de corpo inteiro: a alma, tudo. Mas quem tem Deus no coração, família, e mantém os pés no chão consegue lidar com isso”.
Ana revelou que a notoriedade trouxe tanto oportunidades quanto dificuldades. De um lado, o sucesso lhe permite exibir seu talento e explorar sua arte. De outro, lida com uma rotina exaustiva de viagens e a pressão de atender às expectativas públicas. “O lado bom é poder mostrar meu trabalho, mas o ruim é lidar com muita gente chata e a correria sem fim”, comentou com bom humor.
Recentemente, Ana celebrou seu aniversário em Miami, durante a cerimônia do Grammy. Apesar da alegria, a celebração foi breve. “Meu aniversário foi dentro de um avião, mas ganhar o Grammy foi um presente que vale por três anos”, disse. Ao relembrar a premiação, ela descreveu a emoção de subir ao palco e a ligação cheia de lágrimas para sua mãe logo após a vitória.
Além de sua carreira, Ana vive um relacionamento de dois anos com o cantor Gustavo Mioto, que descreve como “um encontro de almas”. Embora admitam diferenças, o casal mantém uma sintonia especial. “Somos muito diferentes, mas nossa conexão é linda de se ver”, afirmou.