Intentona sem pé nem cabeça
A reação popular e institucional ao autogolpe presidencial na Coreia do Sul suscita uma ponderação sobre a força da instituição no enfrentamento da trama golpista entre nós. Instituição, recorde-se, é um modo regulatório da vida social que funciona por um “fazer saber”, constitutivo do processo de subjetivação. É o que fazem família, escola, religião e o próprio exército, instâncias pertinentes à convivência humana. Nelas Jean-Paul Sartre divisou uma característica contraditória, como conceito de algo inerte e, ao mesmo tempo, transformador.
A inércia cabe à parte estruturada, pretensamente imóvel. Reduzir processos vitais a “estruturas”, aliás, é o vezo das ciências sociais desde fins do século 19, em tradições intelectuais europeias e norte-americanas. Por isso, o profundo mal-estar civilizatório conhecido como racismo continua a ser analisado como “estrutural” quando, no entanto, se trata de seres humanos em movimento, em entrecruzamentos múltiplos, numa situação histórica de extração colonialista. A força motriz da mudança não está na estrutura, mas na oscilação, na luta social.
No golpe militar de 64 havia algum peso da estrutura, na medida em que os conspiradores, embalados pela continuidade do processo de substituição de importações sem alterar o capitalismo dependente, assombravam-se com os rescaldos ideológicos da Guerra Fria. No imaginário, o bicho-papão comunista estaria à espreita para expropriar latifundiários e devorar criancinhas. Como diziam agir por procuração divina, golpe era palavra grosseira, a ser trocada por “revolução”. Deus golpista? Não, revolucionário.
Na recente intentona, ninguém estava preocupado com estrutura nenhuma, porque nem sequer saberiam o que é isso, nem havia pelas costas nenhuma operação “Brother Sam”, com porta-aviões para a eventualidade de uma resistência. A sedição sem fundamento ocorria dentro do funcionamento contraditório de aparatos do Estado, com posições divergentes: adesões, hesitações e recuos.
O golpe era também tentativa de auto-organização, pois se jogava à cabra-cega, num ambiente de barata-voa. Nas mensagens trocadas, as autodefinições falavam sozinhas: “grupo de malucos”, “rataria”, “aloprados”. Antes de qualquer assassinato, torturavam o vernáculo. Poderiam ter sido contidos por uma prova de português do Enem.
Tratou-se de uma disfunção da instituição, contra ela própria enquanto núcleo de estabilidade. Instituição é feita de gente concreta e diversa. E a luta hoje não se trava entre abstrações como classes e ideologias, e sim entre indivíduos. A crueldade pessoal tem lugar de fala.
Vale, assim, considerar o estado psíquico de insurretos que procuram gato preto em quarto escuro inexistente. Foi o caso do presidente sul-coreano, numa intentona sem pé nem cabeça. Entre nós, militares querendo encontrar “comunismo” num país conservador, sem guerras, que os contempla em 2025 com um orçamento próprio de US$ 133 bilhões, valor maior do que o PIB da maioria dos países do mundo. Sem real motivação, resta um especial narcisismo sádico, em ações que envergonham Deus, pátria e família.
Daí a resistência de sujeitos institucionais, empenhados em afastar a nação do abismo. O golpe foi evitado por dois generais e pela hombridade de guardiões da Constituição, depois desvelado pela investigação exemplar da Polícia Federal. Mas fracassado também, no fundo, pela outra face da crueldade, a covardia, do suposto maior interessado, que amarelou, escafedeu-se, foi chorar pitangas na Disney.
Leia história em quadrinhos sobre como o homem conquistou a Antártida
No mês passado, o Brasil entrou para a história ao comandar uma expedição com o objetivo de navegar ao redor de toda a Antártida. É uma missão científica que vai investigar os efeitos do aquecimento global no continente gelado, que fica ao sul do globo.
Navegando bem próximos da costa, os cientistas vão estudar como as mudanças climáticas estão afetando aquele lugar que funciona como um grande refrigerador para o planeta. Já imaginou como ficaria o nível dos oceanos se todo o gelo da Antártida derretesse? Isso poderia fazer sumir muitas cidades do litoral.
Pois é, a existência do continente antártico é fundamental para a nossa a vida. É um lugar curioso: é um deserto de gelo onde as temperaturas podem chegar a -89° Celsius. Há espécies de musgos, de pinguins e de focas que não existem em outro canto da Terra.
Nenhum país é dono de toda a Antártida, mas alguns deles mantêm suas bases científicas ali. O Brasil tem uma estação do tipo, chamada Comandante Ferraz, onde se estudam temas como meteorologia (a ciência da previsão do tempo) e oceanografia (os mares).
A história da exploração dessa terra gelada é marcada por grandes tragédias e por feitos extraordinários. Tanto é que chamam de “era heroica” o período em que aventureiros de vários países disputaram para ver quem chegava antes ao Polo Sul —o ponto exato onde o eixo do planeta toca a superfície.
Embratur lança edital para selecionar coexpositores para a Seatrade Cruise Global 2025
Embratur lança edital para selecionar coexpositores para a Seatrade Cruise Global 2025 (Temporada de cruzeiros 2024/2025 no Brasil deve ofertar 862 mil leitos (Foto: Marcio Menasce/Embratur))
Interessados em participar da Seatrade Cruise Global 2025 devem ficar atentos. A Embratur lançou o edital para inscrições de coexpositores para o evento, que irá ocorrer de 7 a 10 de abril no Miami Beach Convention Center, em Miami, nos Estados Unidos.
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Considerado o mais importante evento da indústria internacional de cruzeiros do mundo, a Seatrade Cruise Global 2024 reuniu mais de 11 mil participantes, com mais de 600 expositores de 120 países, sendo uma excelente oportunidade para a realização de negócios, ampliando o posicionamento e aumentando a competitividade das empresas, destinos e produtos turísticos brasileiros a partir da internacionalização da oferta de turismo náutico no Brasil.
Os números recordes atingidos nas últimas temporadas, mesmo em um período de recuperação pós-pandemia, demonstram a potência do segmento e a tendência de crescimento para as próximas temporadas. A expectativa é de superar os resultados da temporada 2023/2024, que injetou mais de R$ 5 bilhões na economia brasileira, gerando mais de 80 mil empregos.
O presidente da Embratur, Marcelo Freixo, destacou o potencial do Brasil no turismo de cruzeiros marítimos. “A atividade náutica, em especial a de cruzeiros, é uma importante indutora de demanda turística internacional que impacta de forma significativa a economia dos destinos turísticos. O Brasil tem um enorme potencial turístico para cruzeiros, tanto marítimos quanto fluviais. E temos evidências que comprovam isso. Primeiro que o número de turistas internacionais que entram por via marítima ou fluvial no Brasil cresceu 17,7% nos primeiros 10 meses de 2024, que é um número muito bom”, comentou.
“Fomos ainda tricampeões no Oscar do Turismo, o World Travel Awards, na categoria Melhor Destino para Cruzeiros da América do Sul pelo segundo ano consecutivo. Então, nosso trade tem que participar, fazer redes de contato e fechar negócios para que o Brasil apareça para o mundo. Estamos falando de aumentar o número de turistas internacionais no país, o que gera aquecimento no setor e emprego e renda para os brasileiros”, completou Freixo.
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Acordo de cooperação
A Embratur possui um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) com a CLIA Brasil, com o objetivo de promover e divulgar o país no mercado internacional como destino detentor de produtos, serviços e experiências sustentáveis e com alta qualidade no turismo náutico.
A parceria visa promover as experiências de viagem dos cruzeiros, atuando junto ao trade, gestores de destinos e demais atores da indústria de cruzeiros, incluindo portos, terminais de passageiros, armadoras, prestadores de serviços e operadores de viagens. Com o segmento aquecido, durante as escalas, os turistas irão movimentar a cadeia produtiva do setor, gerando emprego e renda para os destinos turísticos de toda costa brasileira.
De acordo com uma pesquisa intitulada Estudo de Perfil e Impactos Econômicos de Cruzeiros Marítimos no Brasil, feita em parceria pela CLIA Brasil e a Fundação Getúlio Vargas (FGV), 92% dos cruzeiristas entrevistados pretendem realizar uma nova viagem de cruzeiro, e 87% afirmam querer retornar a destinos visitados durante a viagem.
Edital
O prazo para inscrição para participar começou nesta segunda-feira (2) e vai até o próximo domingo (8). A divulgação do resultado dos aprovados está prevista para o dia 16 de dezembro.
Conforme consta no edital, os interessados em participar da Seatrade Cruise Global 2025 serão divididos nas seguintes categorias institucionais (órgãos e instituições da administração pública) e setor privado, que serão classificados entre operadoras de cruzeiros marítimos, operadoras de cruzeiros fluviais, portos e/ou terminais turísticos, operadores de turismo receptivo internacional, organizações de marketing de destinos e/ou associações representativas de segmentos ou nichos, companhias aéreas e outros.
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O Gerente de Negócios e Estratégias para o Mercado Internacional, Alexandre Nakagawa, explica a estratégia de promoção náutica dos destinos brasileiros na Seatrade Cruise Global. “Diversos destinos têm realizado investimentos em portos e terminais de passageiros para melhor atender a crescente demanda de turistas por cruzeiros marítimos e expedições náuticas fluviais, o que demonstra o potencial do segmento no Brasil. A estratégia de promoção internacional do turismo náutico contempla ainda parcerias com operadoras e receptivos locais, que oferecem experiências turísticas nos destinos onde ocorrem os pontos de parada das embarcações”, afirmou.
Entradas internacionais
De acordo com o Portal de Dados da Embratur, em 2024, o Brasil recebeu, de janeiro a outubro, 172.930 turistas internacionais por via fluvial ou marítima. O número é 17,77% maior que no mesmo período do ano passado, quando essas chegadas ficaram em 146.841. Os principais portões de entrada do modal aquaviário foram Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo e Amapá. E os principais países de origem foram Argentina, Estados Unidos, Uruguai, França e Reino Unido.
Temporada de cruzeiros
Começou, nos primeiros dias de novembro, a temporada de cruzeiros 2024/2025 no Brasil. De acordo com números divulgados pelo Ministério do Turismo (MTur), a estação terá mais de 170 dias de duração com oferta de 862 mil leitos nos nove navios que percorrerão a costa do Brasil. Serão mais de 200 roteiros em 18 destinos diferentes.
A expectativa é que as viagens superem os resultados da última temporada, que injetou R$ 5,2 bilhões na economia nacional e gerou 80 mil empregos diretos, indiretos e induzidos.
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Entre os destinos que serão beneficiados nessa temporada estão Angra dos Reis (RJ), Balneário Camboriú (SC), Búzios e Ilha Grande (RJ), Fortaleza (CE), Ilhabela (SP), Ilhéus (BA), Porto Belo (SC) e Recife (PE).
Acesse o edital neste link.
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Philippe Seabra lança o livro de memórias ‘O cara da Plebe’
Do alto de seus 58 anos, Philippe Seabra lança, hoje, em Brasília, o livro de memórias O cara da Plebe. Na conversa com o Correio, o guitarrista e vocalista disse que seu escrito (com 640 páginas) vai além de registros de recordações dos (às vezes não muito) bons velhos tempos e reflexões sobre vários assuntos que extrapolam a história da sua banda de punk rock, a Plebe Rude, criada em 1981.
Ele quis redigir um texto que despertasse a vontade dos leitores em se empenhar por concretizar aquilo em que acreditam. Exemplos e realizações resultantes dessa filosofia de vida sobram ao autor. Basta pesquisar na internet e ver o que fez e faz.
E o que fará: está preparando mais dois livros (um em parceria com o baixista André “X” Muller, também fundador da Plebe Rude); a regravação orquestrada da primeira obra da grupo, O Concreto Já Rachou, de 1986; um memorial sobre o rock no Brasil, iniciativa para a que já conta com parceiros de peso, como autoridades e outros artistas, além da definição do terreno onde o prédio ficará; e a gravação de surpresas em outro idioma, cujos detalhes deixou em suspense, mas garantiu que não será em sua língua materna: o inglês.
“Quis com o livro servir de inspiração. Não sei se consegui. Mas, creio que deu para mostrar que a juventude da minha época (anos 1970) não tinha acesso a nada em Brasília. Mesmo assim, a gente cavava, propelido pela curiosidade intelectual, pela vontade de querer fazer. Ninguém ficava de braços cruzados”, disse o brazuca de coração, e também por parte de mãe paraense.
Nascido em Washington D.C., capital do país do qual seu pai, português, tinha nacionalidade e que representou como diplomata, Seabra acrescenta: “Acredito que o livro mostra que a juventude (brasiliense da época) podia fazer tudo, menos ficar de braços cruzados. E o mais importante: valorizava o que conseguia.”
Elocubrações à parte, Seabra — que com a sua banda, e junto à Legião Urbana e ao Capital Inicial, está entre representantes candangos no movimento BRock, dos anos 1980, que realizou mega espetáculos do gênero pelo país e ainda seguem na ativa — admitiu que se expôs como nunca. “Talvez, com o livro, inconscientemente, fiz algo que o Herberth Vianna (de Os Paralamas do Sucesso) me pedia para fazer há décadas nas letras das músicas da Plebe. Eu me expus de uma maneira como nunca fiz.”
Quem quiser mais detalhes sobre essa exposição, só precisa consultar O Cara da Plebe. Aliás, ele narra passagens curiosas e curiosidades, como informações sobre o porquê do título do livro e em qual língua estrangeira a Plebe Rude gravará em breve.
Serviço
Cara da Plebe, autobiografia de Philippe Seabra, guitarrista e um dos fundadores da Plebe Rude – editora Belas Letras
Livraria da Travessa,
Casa Park Shopping
Hoje, às 19h30
O que: lançamento de O Cara da Plebe, autobiografia de Philippe Seabra, guitarrista e um dos fundadores da Plebe Rude – editora Belas Letras
Onde: Livraria da Travessa, casa Park Shopping
Quando: 4 de dezembro (quarta-feira), às 19h30
Aponte a câmera e leia trechos do livro
Depois de 15 horas de viagem chegando na rodoviária do Tietê, um rapaz foi incumbido com a tarefa de nos recepcionar. Ele trabalhava no Napalm, que estava fechando as portas depois de 50 noites de existência e era um dos pioneiros punks paulistas. Ele era diferente da imagem dos punks paulistas que estavam chamando atenção e sendo veiculado na grande mídia, e pior, estereotipado pela música ‘Punk da Periferia’ do Gilberto Gil que estava estourada nos rádios. Foi ele quem escrevera um ano antes o manifesto:
“Nós estamos aqui para revolucionar a música popular brasileira, pintar de negro a asa branca, atrasar o trem das onze, pisar sobre as flores de Geraldo Vandré e fazer da Amélia uma mulher qualquer.” Seu nome era Clemente e sua banda nova se chamava os Inocentes, outro protagonista fundamental para o incipiente Rock Brasileiro.
Ao nos ver pela primeira vez descendo do ônibus, apesar da fama dos punks de Brasília que nos precedia, pensou:
“Esses são os punks de Brasília? Esses caras não vão durar nem dois minutos em São Paulo…”
E quase que a gente não dura mesmo.
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No papel, parecia uma ótima ideia. Prédios uniformizados em quadras padronizadas, seria uma cidade setorizada para pessoas supostamente confináveis; cidade que poderia ser sitiada em poucos minutos com um telefonema da autoridade competente, claramente feito para sediar – e proteger – o poder vigente.
Brasília tinha sido projetado por idealistas que visavam forjar uma utopia, um ‘plano piloto’ literalmente, onde o patrão poderia residir no mesmo prédio que o empregado sem sinal de ostentação ou diferenciação de classe, acabando com os contrastes sociais como num passe de maquete. Seria uma solução para resolver urbanisticamente toda a desigualdade econômica e social que assombrava o sono de Lúcio Costa e Oscar Niemeyer. Uma utopia na mente de alguns. Uma utopia só na mente de alguns.
Mas do fracasso da engenharia social se formaria uma cidade com sotaque único, multifacetado, que penou muito para encontrar a sua identidade cultural.
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Um ano antes do derradeiro e fatídico show da Legião Urbana em Brasília no Estádio Mané Garrincha, nós estávamos no meio de um imbróglio de igual tamanho, mas sem a repercussão nem a irresponsabilidade de um vocalista incitando a confusão.
Em 1987, no 27º aniversário de Brasília, uma coletânea do rock de Brasília iria ser lançada num imenso show na Esplanada dos Ministérios – na rampa exatamente em frende ao Congresso chamada “Rock Brasília, Explode Brasil”.
O rock de Brasília estava consolidado nacionalmente e bandas dos membros da “Tchurma”, ali representada pela Plebe e Capital, anteriormente tão amaldiçoadas e alvo da polícia, estavam naquele gramado derrubando a porta da grande complacência nacional.
No começo do show começamos a estranhar a falta da polícia, que para mim era sempre uma boa notícia, mas com a aglomeração de dezenas de milhares de pessoas um tumulto estava começando. De repente uma bomba estourou no palco e um mar de pessoas começou a ser empurrado para debaixo do palco. Só depois tínhamos descoberto que, apesar dessa manifestação popular ali em frente “a casa do povo” ser autorizado pelo Ulysses Guimarães, recém empossado como presidente da Assembleia Nacional Constituinte, nenhum policial estava no evento. Não foi por culpa da produção. Pelo visto alguém no governo não estava feliz com essa “manifestação popular” e queria ver o pau quebrando. Fizemos o que podíamos para acalmar a situação mas o mar de gente continuou a passar por de baixo do palco.
No dia seguinte estava lá a minha foto na capa do Correio Braziliense, com os braços para cima mais parecendo que estava incitando a plateia, com as letras em negrito “Tumulto no show de rock”. A matéria dizia que 40 pessoas deram entrada no Hospital de Base com todo tipo de ferimento que ia de facadas até dois tiros. E logo eu na capa. Tem coisas que só acontecem comigo.
Isso era muito longe do punk benigno de Brasília. Estávamos acostumados com e embate com os poderes em Brasília, mas isso era diferente.
Depois da confusão do “Rock Brasília, Explode Brasil”, nunca mais houve um show na rampa do Congresso e anos mais tarde, um espelho de água foi construído na frente, por via das duvidas. Antes éramos vistos como um incômodo ocupando os quatro cantos de Brasília… Agora éramos vistos como uma ameaça.
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Mas foi lá na sala 2090 que eu conheci o Herbert, uma pessoa que teria profundo impacto no rock nacional, e na minha vida. Quando ouvimos falar dos Paralamas do Sucesso, uma banda com membros que chegaram a morar em Brasília, achamos o nome terrível. Mas fazia sentido, pois do Rio já tinha o Barão Vermelho, Kid Abelha e os Abóboras Selvagens, então o nome Paralamas do Sucesso veio a calhar. O som da banda era praticamente oposto ao som cru e rasgado de Brasília, mas os Paralamas tinham alguma coisa a mais. Foi o fato de 2/3 da banda terem morado em Brasília e isso fez toda a diferença do mundo.
O Herbert Vianna e o Bi Ribeiro, fundadores da banda, moraram na SQS 104. Coincidentemente eu frequentava essa quadra porque um dos meus melhores amigos morava lá. No fim da década de 70 cheguei a andar de skate e de bicicleta com a turma da quadra, bem diferente da minha realidade solitária no Lago Norte praticamente sem vizinhos e sem vida de rua. Não sei se eles estavam no meio… Quem sabe? Lembro uma vez ouvir uma guitarra distante ecoando pelos prédios da superquadra e foi lá que o Herbert – cujo pai trouxera uma guitarra Gibson L6S dos EUA no avião presidencial Boeing 737-200 do Presidente Geisel que fora buscar em Los Angeles onde passava por uma reforma interna – tocou uma guitarra pela primeira vez. Será que ouvi esse momento histórico?
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Em 1980 eu estava com 13 anos e o André me chamou para ver sua banda, os Metralhaz, que se apresentaria na lanchonete Food’s na 111 sul. Já amaciado pelo vulto do Andre Pretorius que conhecia da escola, não me impressionei com os cabelos espetados ou pelas camisetas rasgadas pelo local. Me impressionei sim foi com a quantidade de cabelos espetados e camisetas rasgadas. Era outro mundo. As bandas que tocavam eram Blitx 64, Metralhaz e um tal de Aborto Elétrico e o equipamento, quase inexistente; tosco. O que tinha no meu quarto sem uso era melhor que aquilo.
Era uma zoeira só. As letras então… As bandas poderiam estar recitando o catálogo telefônico que não faria diferença. O Aborto, com um cara doido que mais parecia um gato molhado, urrava no microfone, mas sabe se lá o que cantava. Só depois que fui descobrir que era o mesmo cara que tinha ensaiado na Embaixada da África do Sul com o Pretorius e meu irmão Alex, dois anos antes.
Não se entendia absolutamente nada porque ninguém tinha um equipamento adequado para a voz. Mas no meio da maçaroca, alguma coisa estava acontecendo. Era a postura, a atitude dessa turma que me cativou, mais do que as próprias canções, se alguém podia chamar algumas delas de canções. Olhava em volta e via as pessoas atentas, muito atentas, pessoas que se tornariam meus amigos.
Renato logo chamaria esse pessoal de “A Tchurma”
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Nicho, antes refúgio de quem não concordava com o status quo, agora é tirado de contexto, amplificado e divulgado através de uma tecnologia que permite a anônimos despejarem todo seu rancor e ódio num mar de ruído onde todo babaca tem uma opinião. Essa mentalidade de cancelamento, ameaça e discórdia está por criar, se já não criou, a geração de postura mais extrema que já se viu – e dos dois lados do espectro. E aí que está o perigo. Das duas uma, querem forcar a moralidade ou pior, legislá-lo.
Seja um cartaz de show como a do Dead Kennedy’s, seja uma projeção num telão ao vivo sobre a ascensão do fascismo no mundo – como no caso do Roger Waters e seu “The Wall” na sua passagem pelo Brasil em 2018 – agora a polêmica é instantânea, vindo de muitas pessoas que nunca, ou muito pouco, se manifestaram sobre nada na vida. No filme “Missing” de Costa-Gavras de 1982 quando o ator Jack Lemon cobra de funcionários da Embaixada Americana explicações sobre o paradeiro do seu filho desaparecido durante o golpe militar no Chile, é sumariamente lembrando pelos oficias americanos, “Se você não estivesse pessoalmente envolvido nesse incidente infeliz, você estaria sentado em casa, complacente e mais ou menos alheio a tudo isso”. Essa indignação de internet muitas vezes não é pessoal. É um ultraje recreativo.
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O público brasileiro mainstream se desacostumou a décadas de ouvir canções de questionamento e posicionamento, e nossos artistas todos inclusive os de rock, tem deixado bastante a desejar em relação a isso, cuidando das próprias carreiras sem se preocupar com o que se passa na nação. Temática é que não falta. O que não vejo é coragem de abordar assuntos que realmente importam e de comprometer sua ‘arte’, se em algumas instâncias isso pode ser chamado de arte. A forma mais imediata de elucidação e questionamento é o rock, desde a década de 50. E é assim que construímos uma nação de lêmingues sem discernimento e muito menos sem curiosidade intelectual; uma nação de pessoas que vaia posicionamento, questiona diversidade, estranha nuance e que não entende sarcasmo.
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E o punk continua a dizer a que veio mesmo depois de 45 anos do seu nascimento. Em 2020 os organizadores de um pequeno festival punk em Belém, a Facada Fest foram intimados pela polícia a depor sobre os cartazes do evento que circularam nas redes. Um deles vinha com um palhaço Bozo empalado num lápis e outro, com o presidente de cuecas na bandeira americana vomitando fezes no Rio Amazonas. Foram acusados crimes de apologia ao crime e que estavam ferindo a honra do presidente da república. Até o Ministro da Justiça interveio pois “era preciso agir com rapidez para frear as ações dos opositores ao governo”. Ouvindo isso me senti nos primórdios da Plebe novamente.
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Quando a reunião com a Secretaria Nacional de Cultura sobre o memorial Rock Brasil foi desmarcado eu descobri porque. Eles viram um post meu – de uma rede social que mal uso – do começo de 2022 da capa do disco “Walking Dead Folia” do Mundo Livre S/A, feita pelo artista Webdell Araújo, o mesmo que fez a arte do cartaz do show do Dead Kennedys que causou aquela confusão toda em 2019. A imagem mostra uma pessoa dentro de um caixão, com uma maquiagem de palhaço e uma camiseta da seleção brasileira, com os dizeres “Sorria, Você Teve Alta!”, em referência à frase ouvida na CPI da Covid-10: “Óbito também é alta”. Entre os foliões em volta do caixão, há pessoas fazendo o gesto da “arminha” com os dedos com um boneco enorme típico do carnaval de Olinda com a cara do Hitler e uma faixa presidencial. Isso sim é punk para as massas e o desenho original, nas palavras do Indiana Jones, “merece estar num museu!” Ainda mais depois dessa historia…
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Quando eu passava por momentos difíceis com a Plebe, e como você pôde comprovar nesse livro não foram poucos, um filme sempre vinha a minha mente. Em 1989, o diretor polonês Krzysztof Kielowski lançou o filme “A short film about love” que no Brasil foi chamado de “Amor”. A história é sobre um voyeur que começa a acompanhar através de um telescópio uma vizinha. Como era carteiro, tinha acesso a seu prédio e correspondência, cada vez mais se intrometendo incognitamente na vida dela. Eventualmente é descoberto, e ela o confronta, descobrindo o telescópio no seu apartamento, ainda apontado na mesma direção. Ao olhar pela lente, ela vê os momentos tristes da vida dela que passou ali, e atrás dela o carteiro poeticamente aparece no seu apartamento, a confortando, percebendo que nunca esteve sozinha.
Nada de sentimentalismo barato aqui, caros Plebeus. Só estou dizendo que sempre foi bom saber que tinham pessoas Brasil afora, mesmo que alguns ausentes por um tempo, que ainda acreditavam na gente e que não estávamos a sós nessa caminhada.
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Ao pisar no palco, tocando o mesmo riff de “Brasília”, que toquei ali 20 anos antes na nossa estreia no Rio, no nosso primeiro show com o Clemente, André olhou para a esquerda, e eu olhei para a direita, ambos para o centro do palco. “Brasília” só tem uma guitarra, lembrando que o Clemente é guitarrista full time nos Inocentes, não tinha o hábito de cantar sem um instrumento pendurado. Ele estaria à vontade? Eu particularmente fico péssimo num palco sem uma guitarra para me esconder atrás. A região de voz dele será próxima a do Jander? Como será a reação dos plebeus?
Meu Deus, no que a gente se meteu? ?Mas com uma garra, se inclinando para frente, Clemente bradou os primeiros versos “Brasília tem luz, Brasília tem carros…”tomando todo o centro do palco como quem demarcasse território de novo – e com uma vingança – 21 anos depois da sua primeira vez ali com os Inocentes. Eu e o André nos olhamos aliviados, mas não porque duvidávamos do Clemente; é que essa entidade, esse cavalo selvagem, esse enigma indecifrável, essa baita dor de cabeça chamada Plebe Rude talvez tivesse futuro.
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Em 1973, toda essa relação incestuosa com a América Latina seria resumida numa frase quando o Kissinger foi flagrado em fita falando, “Por mais desagradáveis que seus atos sejam, o governo (de Pinochet) é melhor para nós do que a era Allende”. Para esses “assuntos delicados” na América Latina, palavras vindas de Washington não bastavam; o governo americano precisava de um enviado político e essa pessoa era o Vernon Waters.
Meu pai era colega do Vernon Walters e o acompanhava em inúmeras viagens pelo mundo (mas não nessas viagens “exploratórias” para a Argentina, Chile e Brasil. Assim como meu pai, falava inúmeras línguas e continuaram amigos quando Walters anos mais tarde passou a vice diretor da CIA entre 1972 e 1976. Uma vez a caminho do teatro com meus pais em Paris, estes no banco traseiro, ouviram o Walters conversando com o motorista e as palavras “governo brasileiro” e “ingênuo” chamaram atenção, além da frase “foi praticamente pelo telefone”. Meu pai lembrou ao Walters que sua esposa ali do lado era brasileira. Walters virou para trás, pôs o dedo em riste nos lábios e disse a ela: “Shhhhh”
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Raul Seixas, desde a censura de “Mosca na Sopa” testava os limites da Censura através da irreverência enquanto que a Rita Lee causava mais furor com os comerciais da Ellus Jeans, com modelos embaixo da água tirando a roupa, do que a própria letra da música “Mania de Você”. Na década de 70, o papel do rock como veículo de mudanças de comportamento estava garantido, apesar que além disso, quase nada contestatório de “música jovem” chegava a grande mídia.
Parecia que alguma coisa estava segurando o rock e o hard rock brasileiro a passar além ao que tinha chegado. Mesmo com gravadoras e músicos incríveis, bandas percursoras como Made in Brazil, Casas das Máquinas, O Terço, A Bolha e O Peso no final da década de 70 não conseguiam alcançar o grande publico como fenômeno de massa como viríamos na próxima década… Será que o sonho da “sociedade alternativa” proferido pelo Raul Seixas tinha envelhecido rápido demais?
Latam, Gol e Azul apresentam queda em avaliação no AirHelp Score 2024
Latam, Gol e Azul apresentam queda em avaliação no AirHelp Score 2024 (Publicada desde 2015, AirHelp Score é a avaliação mais abrangente e precisa de companhias aéreas e aeroportos com intuito de ajudar os passageiros a planejarem melhor seus voos. (Foto: jfazer/Getty Images))
As companhias aéreas brasileiras Latam, Gol e Azul viram a pontuação de seus serviços piorar. É o que aponta o ranking internacional AirHelp Score 2024, divulgado hoje. De acordo com o levantamento elaborado a partir da avaliação de passageiros, a Latam Airlines saiu do quinto lugar em 2022 (não apareceu na relação do ano passado) para o 23º lugar neste ano. Pelo segundo ano consecutivo, Gol e Azul perderam posições no ranking. A Gol caiu dez posições, saindo do 68º lugar para 78º em 2024. Já a Azul apresentou a maior queda na comparação com 2023, passando do 47º lugar para 83º neste ano.
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A companhia aérea belga Brussels Airlines foi eleita a melhor do mundo na avaliação dos passageiros, desbancando a Qatar Airways, que figurou em primeiro lugar no ranking por dois anos consecutivos. A empresa alcançou 8,12 como nota final, destacando-se pelo processamento de reclamações (8,7), opinião do cliente (7,9) e pontualidade (7,8).
Nesta edição da AirHelp Score foram listadas 109 companhias aéreas, avaliadas por 19,8 mil usuários de 54 países. A pesquisa, realizada de 1º de janeiro a 31 de outubro de 2024, foi estruturada em três temas centrais: pontualidade dos voos; qualidade do serviço das companhias aéreas; e o processamento de reclamações com base na eficiência do atendimento de pedidos de indenização de clientes.
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Entre as empresas aéreas nacionais, a Latam Airlines (23ª posição) foi bem avaliada no desempenho pontual (8,3) e na qualidade dos serviços (8,1), mas obteve 5,0 para processamento de reclamações, atingindo 7,16 como nota final. A Gol (78ª posição) recebeu 8,4 para pontualidade; 7,8 para serviço e apenas 0,1 em relação ao atendimento de reclamações de usuários, alcançando pontuação final de 5,44. A Azul (83ª posição) obteve 8,2 para serviço; 7,7 para pontualidade e somente 0,1 para processamento de reivindicações, chegando a 5,32 como pontuação final.
“Os resultados do ranking reforçam a insatisfação dos usuários de companhias aéreas nacionais, especialmente no que diz respeito à resolução de reclamações sobre problemas nos serviços prestados pelas empresas. É um alerta para que as companhias se atentem e busquem soluções para oferecer melhores serviços”, avalia Luciano Barreto, diretor-geral da AirHelp no Brasil.
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Publicada desde 2015, AirHelp Score é a avaliação mais abrangente e precisa de companhias aéreas e aeroportos com intuito de ajudar os passageiros a planejarem melhor seus voos. O ranking é produzido pela AirHelp, empresa de tecnologia de viagens que auxilia passageiros em interrupções de voos e que já atendeu cerca de 20 milhões de pessoas.
Melhores companhias aéreas do mundo
Posição Companhia aérea País Pontuação Final Pontualidade Opinião do Cliente Processamento de reclamações
1° Brussels Airlines Bélgica 8,12 7,8 7,9 8,7
2° Qatar Airways Catar 8,11 8,2 8,9 7,3
3° United Airlines Estados Unidos 8,04 7,8 7,8 8,5
4° American Airlines Estados Unidos 8,04 7,5 8,1 8,5
5° Play Islândia 7,89 9,0 7,5 7,3
6° Austrian Airlines Áustria 7,89 7,6 8,2 7,9
7° LOT Polish Airlines Polônia 7,84 7,6 8,4 7,5
8° Air Arabia Emirados Árabes Unidos 7,58 6,3 7,6 8,8
9° Widerøe Noruega 7,55 8,6 7,3 6,7
10° Air Serbia Sérvia 7,53 5,9 7,7 9,0
23º LATAM Airlines Chile 7,16 8,3 8,1 5,0
78º Gol Brasil 5,44 8,4 7,8 0,1
83º Azul Airlines Brasil 5,32 7,7 8,2 0,1
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O que Ana Castela disse sobre o Grammy Latino
A cantora Ana Castela, de 21 anos, abriu o coração sobre os bastidores de sua participação no Grammy Latino durante uma entrevista ao podcast PodPah. A artista, que levou para casa o prêmio de Melhor Álbum de Música Sertaneja, relatou um contratempo que quase a impediu de presenciar sua vitória na premiação.
Segundo Ana, informações desencontradas sobre o horário da cerimônia geraram uma corrida contra o tempo. “Disseram para a minha equipe que o tapete vermelho seria primeiro e depois a premiação. Então, acordei tranquila, comecei a me arrumar sem pressa. De repente, veio a Bruna [da equipe da cantora] falando que eu tinha 15 minutos para estar pronta. Eu nem tinha começado a maquiagem direito”, contou.
A cantora e sua equipe chegaram ao local da cerimônia faltando apenas 15 minutos para o anúncio de sua categoria. “No carro, eu só rezava para dar tempo. Quando sentei no banco do Grammy, minha ansiedade descarregou toda de uma vez. Eu tremia muito”, revelou Ana.
Além de compartilhar os desafios do Grammy, Ana Castela também falou sobre seus próximos passos na música. Considerada uma das vozes mais marcantes do sertanejo atual, a cantora revelou interesse em explorar o pop, sem abandonar suas raízes “boiadeiras”.
“Eu amo a cultura do pop, a dança, os shows. Acho tudo muito incrível”, disse. Ana destacou que pretende equilibrar diferentes estilos musicais para tornar seus shows mais animados, mas também entregar músicas emocionantes. “Tem que ter um equilíbrio entre animar as baladas e trazer aquelas músicas mais tristes que tocam o coração”, explicou.
Embora admire estratégias internacionais como as “eras” de Taylor Swift, Ana reconhece os desafios de adotar esse formato no Brasil. “Acho isso muito legal. Já pensamos em fazer algo assim, mas aqui é mais complicado. Ainda assim, estamos planejando.”
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Ana Castela reflete sobre os desafios da fama e novos planos na carreira
A jovem cantora Ana Castela, um fenômeno do sertanejo, vive o auge de sua carreira aos 21 anos. Premiada no Grammy Latino 2024 na categoria Melhor Álbum de Música Sertaneja por Boiadeira Internacional Ao Vivo, ela se consolidou como uma das principais vozes do gênero.
Em entrevista ao gshow, antes de participar do especial Amigas, Ana refletiu sobre sua trajetória meteórica e os desafios que a fama trouxe consigo.
A artista expressou sua surpresa com o reconhecimento alcançado em tão pouco tempo: “Quando comecei, sonhava em crescer e ter um nome forte, mas nunca imaginei conquistar um Grammy tão rápido. É um sinal de que Deus quer que eu esteja aqui”, declarou.
Apesar das glórias, Ana reconhece que a fama exige sacrifícios. “Ela te quer de corpo inteiro: a alma, tudo. Mas quem tem Deus no coração, família, e mantém os pés no chão consegue lidar com isso”.
Ana revelou que a notoriedade trouxe tanto oportunidades quanto dificuldades. De um lado, o sucesso lhe permite exibir seu talento e explorar sua arte. De outro, lida com uma rotina exaustiva de viagens e a pressão de atender às expectativas públicas. “O lado bom é poder mostrar meu trabalho, mas o ruim é lidar com muita gente chata e a correria sem fim”, comentou com bom humor.
Recentemente, Ana celebrou seu aniversário em Miami, durante a cerimônia do Grammy. Apesar da alegria, a celebração foi breve. “Meu aniversário foi dentro de um avião, mas ganhar o Grammy foi um presente que vale por três anos”, disse. Ao relembrar a premiação, ela descreveu a emoção de subir ao palco e a ligação cheia de lágrimas para sua mãe logo após a vitória.
Além de sua carreira, Ana vive um relacionamento de dois anos com o cantor Gustavo Mioto, que descreve como “um encontro de almas”. Embora admitam diferenças, o casal mantém uma sintonia especial. “Somos muito diferentes, mas nossa conexão é linda de se ver”, afirmou.
Começa expedição que busca completar a maior circum-navegação na Antártida
Liderada por brasileiros, começou, neste sábado (23), pouco depois das 2h, a expedição científica que pretende completar a maior circum-navegação na Antártida. A bordo de um navio quebra-gelo russo, os cientistas devem passar 60 dias explorando mais de 20 mil quilômetros da costa antártica e realizando pesquisas sobre mudanças climáticas.
O início da expedição contou com uma solenidade de lançamento, no porto de Rio Grande, no Rio Grande do Sul.
Segundo o plano de navegação, o navio Akademik Tryoshnikov —com 133,53 metros e uma largura de 23,25 metros—, do Instituto de Pesquisa Ártica e Antártica, de São Petersburgo, deve chegar ao oceano austral em sete dias. A partir daí será iniciada de fato a circum-navegação.
O quebra-gelo russo, segundo o glaciologista Jefferson Simões, do Centro Polar e Climático da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) e líder da expedição, é 1 dos 5 quebras-gelo científicos no mundo.
A cada cerca de 200 km deve ocorrer uma parada para pesquisas. Entre as paradas, 32 serão feitas para coleta de dados oceanográficos, nove em estações científicas de Rússia, China e Índia e outras 16 para coleta dos chamados testemunhos de gelo —recolhem-se camadas profundas de gelo, nas quais é possível identificar características de eras passadas.
Além disso, o navio servirá de apoio para um avião que realizará levantamentos geofísicos, o que pode auxiliar em estudos sobre aumento do nível do mar.
A tripulação é composta de 140 pessoas, das quais 61 são pesquisadores de Brasil (que possui o maior contingente), Rússia, Índia, China, Argentina, Chile e Peru. Também estão na tripulação membros da Fundação Albédo pour la Cryospère, voltada para a pesquisa e a conservação do gelo e da neve, que financia 97% dos US$ 6 milhões (R$ 37,7 milhões) estimados para a expedição.
A empreitada também tem apoio do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e da FAPERGS (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul).
Completam a tripulação uma equipe documentarista e um fotógrafo.
Brasil diz apoiar esforços da China por reunificação nacional pacífica com Taiwan
O governo Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que apoia “os esforços da China por uma reunificação nacional pacífica” com a ilha de Taiwan. A declaração consta em documento assinado nesta quarta-feira, dia 20, por ocasião da visita de Estado do presidente chinês, Xi Jinping, a Brasília. A representação de Taiwan no Brasil reagiu negativamente.
O comunicado conjunto de 20 parágrafos registra a série de acordos e compromissos firmados durante o encontro bilateral entre Lula e Xi Jinping. Houve uma aproximação estratégica ainda maior, com a elevação da parceria em “comunidade de futuro compartilhado”.
“A parte brasileira reiterou que adere firmemente ao princípio de Uma Só China, reconheceu que só existe uma China no mundo e que Taiwan é uma parte inseparável do território chinês, enquanto o Governo da República Popular da China é o único governo legal que representa toda a China. A parte brasileira apoia os esforços da China para realizar a reunificação nacional pacífica. A parte chinesa manifestou grande apreço a esse respeito”, afirmam os países, no documento.
Houve uma mudança de tom, em prol dos interesses de Xi Jinping, em comparação com a visita de Estado de Lula a Pequim, em abril de 2023. Naquela ocasião, o Brasil dizia apoiar que Pequim e Taipei mantivessem relações pacíficas – sem falar em apoio à “reunificação nacional pacífica”.
O texto registrava que o Brasil reafirmou o princípio da integridade territorial dos Estados e “apoiou o desenvolvimento pacífico das relações entre os dois lados do Estreito de Taiwan”.
Reação
Em mensagem ao Estadão, o chefe do Escritório Econômico e Cultural de Taipei reagiu à manifestação do governo Lula. O embaixador Benito Liao disse que afirma que o princípio da existência de uma só China é equivocado, por razões históricas.
“Afirmar que Taiwan é parte inalienável da China não reflete a realidade histórica e jurídica. A República da China (Taiwan) foi estabelecida em 1911, muito antes da fundação da República Popular da China em 1949. Desde então, o governo da República Popular da China nunca exerceu um dia sequer de soberania sobre Taiwan. Essa é uma verdade incontestável”, afirmou Liao. “Taiwan é um país de fato, com todos os atributos de soberania.”
Ele disse que os governos são distintos e que, embora respeite as relações diplomáticas entre Brasília e Pequim, pede mais praticidade e flexibilidade por parte do governo federal nas relações com Taiwan: “Taiwan está comprometido em manter a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan, mas não podemos aceitar que nossa existência seja negada ou distorcida por narrativas políticas alheias à realidade”.
Precedentes
Em janeiro deste ano, o ministro Mauro Vieira recebeu o chanceler chinês Wang Yi, no Itamaraty, dias depois de Taiwan eleger seu novo presidente, Ching-te Lai, que tomou posse em maio. Os governos do Partido Democrático Progressista, que ele comanda, têm buscado ampliar a autonomia da ilha, mesmo sob ameaça de “punição dura” por parte de Pequim.
Na ocasião, Vieira disse que reiterou “o apoio histórico, consistente e inequívoco do Brasil ao princípio de uma só China”. “Todas as instituições do Brasil têm uma posição voltada a uma só China. A parte chinesa tem apreço por isso”, agradeceu Wang Yi.
Desde que estabeleceu relações diplomáticas com a China em 1974, portanto 50 anos atrás, o Brasil reconheceu o princípio da existência de uma única China – uma demanda de Pequim.
O governo do Partido Comunista Chinês considera a ilha um território rebelde e busca a reunificação completa. Essa é uma das prioridades de Xi Jinping, para quem a reunificação completa é uma tendência irreversível que ninguém poderá deter. Para Pequim, o assunto é um problema de política doméstica.
No entanto, Taiwan tem governo próprio, Forças Armadas e vive em regime democrático. É a maior fabricante de semicondutores do mundo e domina o segmento de chips mais avançados, razão pela qual especialistas entendem que uma guerra poderia por em risco a cadeia de suprimentos global.
A população é majoritariamente contra mudar o status atual de independência. A ilha conta com apoio ocidental para resistir às ameaças. Sua retaguarda reside em um acordo de defesa com os Estados Unidos, que tem o compromisso de prestar defesa no cenário de uma invasão militar e fornece recursos, treinamento e equipamentos.
O cenário de uma invasão ou bloqueio desperta temor na ilha, que busca se preparar para resistir. A China realiza com frequência diária manobras militares com aviões e embarcações no entorno de Taiwan. Além disso, dá sequência à uma ofensiva diplomática que retirou apoios internacionais da ilha – atualmente somente 12 países cultivam laços diplomáticos com Taipei.
Os Estados Unidos adotam há anos uma ambivalência estratégica. Ao mesmo tempo em que se compromete com a proteção de Taiwan e rejeita a anexação forçada, Washington diz reconhecer o princípio de uma só China e não apoia a independência.
Moradores do Entorno aumentam procura por empregos em Brasília
Cada vez mais moradores do Entorno procuram emprego no Distrito Federal. Um em cada cinco candidatos inscritos em processos na plataforma de inteligência artificial Recrut.AI é de cidades ao redor do DF.
Grandes varejistas usam a ferramenta para recrutar trabalhadores. Segundo os dados da empresa, nos processos seletivos abertos neste momento, 20,5% dos inscritos são do Entorno. Há seis meses, o percentual era de 6,8%.
O fato de a tecnologia começar a ser usada para recrutar profissionais para cargos operacionais e a popularização de processos automatizados contribuem para o aumento da demanda.
“Esse movimento nos chamou a atenção porque é um número muito alto na comparação com outros estados, mas entendemos que é uma realidade das cidades-dormitórios do Entorno”, afirma o CEO da Recrut.AI, Patrick Gouy.
“A dinâmica do mercado de trabalho está acelerada, mas o que temos percebido é que cada região tem uma dinâmica própria bem diferente das demais. É o caso do DF”, completa.
Brasília terá um aumento na oferta de assentos para voos internacionais. Segundo levantamento da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), serão 36,8% vagas a mais no verão a partir do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitscheck, em comparação com o ano passado.
As empresas vão ofertar voos de Brasília para Santiago (Chile), Lima (Peru), Cancún (México), Bogotá (Colômbia), Orlando e Miami (EUA). No doméstico, a oferta cresceu 12,4%.
Em todo o Brasil, a oferta de assentos cresceu 12% na alta temporada de verão. As empresas estão disponibilizando 29,8 milhões de assentos para voos domésticos e internacionais, distribuídos em 184 mil voos durante o período.
Segundo levantamento da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), serão 36,8% vagas a mais no verão a partir do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitscheck, em comparação com o ano passado
Para incentivar a conquista da autonomia financeira feminina, a Câmara Legislativa do DF promove hoje um grande encontro com especialistas no tema de mulheres que já empreendem ou que querem entrar no mundo dos negócios.
O “Empreendedorismo Feminino em Pauta — Women Development Summit (WDS) 2024” abordará temas, como inteligência artificial, capitalismo e crescimento empresarial.
O evento começa às 13h30, no auditório, com o credenciamento do público. A iniciativa é da deputada Paula Belmonte (Cidadania) em parceria com entidades do setor. “Queremos oferecer uma oportunidade para a troca de informações entre as mulheres, encorajar e despertar o espírito empreendedor”, destaca a distrital.
Confira a programação
Paula Belmonte fará a abertura do encontro na Câmara Legislativa
Estimativa feita pela Fecomércio-DF em relação ao valor que será injetado na economia do DF com a Black Friday, no próximo dia 29. Análise comportamental divulgada pelo Google indica que o interesse do usuário nas buscas por produtos começa a aumentar gradativamente a partir da segunda-feira que antecede a data, com ápice a partir das 12h de quinta-feira e madrugada e manhã da própria sexta-feira.
A Embaixada do Reino dos Países Baixos promove hoje o projeto “Jimp & Janneke — duas crianças da Holanda e o lobo-guará”. A partir das 9h, haverá um evento exclusivo para alunos da Escola Classe 26 de setembro, em Taguatinga. Na quarta que vem, novas sessões, abertas ao público e com entrada franca, serão realizadas na Biblioteca Demonstrativa, na 506/507 Sul, às 14h e às 17h30.
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Empresas aéreas vão ofertar 17.800 voos a mais no próximo verão
Uma parceria entre o Ministério do Turismo e companhias aéreas deverá aumentar para 29,8 milhões o número de assentos em voos domésticos no próximo verão. A previsão é que sejam ofertados 3,2 milhões de assentos a mais, número que corresponde a um crescimento de 12% na comparação com a temporada passada.
A expectativa é que o número de voos internos disponíveis aumente em 17.800, chegando a um total de 184 mil, resultado 10,7% acima do total verificado em 2023.
Os números foram apresentados nesta segunda-feira (dia 11) pelo ministro do Turismo, Celso Sabino, durante o lançamento da nova etapa do programa Conheça o Brasil Voando.
“Saltamos para o quarto maior mercado de aviação civil”, disse Sabino ao iniciar seu discurso, referindo-se a este mercado que tem, como líderes globais, os Estados Unidos e a China.
Interesse em conhecer o país
Segundo o ministro, as melhorias vão além da expansão, abrangendo também os serviços oferecidos pelas empresas do setor.
“O brasileiro está voltando a se interessar em conhecer o próprio país. Em São Paulo, o interesse em conhecer outras partes do país superou o de conhecer os EUA”, acrescentou.
Investimentos
De acordo com Celso Sabino, com o aumento do número de assentos, os “aeroportos estarão perto de atingir sua capacidade máxima”. Para ele, os bons resultados na economia do país se refletem “no número de brasileiros que querem viajar”.
Sabino destacou que os investimentos feitos pelo governo federal em portos e aeroportos têm favorecido esta “atividade limpa, sustentável e geradora de emprego e renda”, que pode ser ainda mais potencializada com o fato de as pessoas estarem cada vez mais cientes de que há preços ainda mais competitivos quando a passagem é adquirida com antecedência.
Ampliação da oferta de stopover
Segundo o ministério, a nova etapa do programa, que entra em seu segundo ano, inclui a ampliação da oferta de stopover, modalidade que permite ao viajante visitar uma cidade intermediária antes de chegar ao destino, utilizando a mesma passagem.
Ainda segundo a pasta, a Azul Linhas Aéreas terá 3.994 voos extras entre dezembro e fevereiro, com novas rotas e conexões para destinos nacionais e internacionais e quase 40% a mais de assentos. Já a Azul vai operar dez novas rotas diretas. A Latam disponibilizará 2,3 mil voos extras domésticos e internacionais.
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