Como os pracinhas venceram seu despreparo na batalha mais importante do Brasil na Segunda Guerra Mundial

A região do Monte Castelo, no Norte da Itália, foi palco da batalha mais dura que os soldados da Força Expedicionária Brasileira (FEB) lutaram na Segunda Guerra Mundial. Durante três meses, eles ficaram entocados no pé da montanha, enfrentando o frio extremo do inverno europeu e o chumbo grosso do exército alemão, que dominava o alto do morro com armamento pesado. Mas, no dia 21 de fevereiro de 1945, há 80 anos, depois de algumas tentativas fracassadas e centenas de baixas, os pracinhas brasileiros viraram o jogo em um ataque fulminante contra as tropas nazistas.
Em menos de 12 horas, depois de uma ofensiva com apoio aéreo e de infantaria e combinada com forças americanas que atacaram o vizinho Monte Belvedere, o Monte Castelo estava tomado. Aquela foi uma vitória fundamental para o esforço dos Aliados de fechar o cerco em torno das tropas do Eixo, já então pressionadas pela ocupação dos Estados Unidos na França, na Europa Ocidental, e o avanço da União Soviética no Leste do continente. Mas foi também uma vitória conquistada “na marra” pelos brasileiros, que chegaram à Cordilheira dos Apeninos totalmente despreparados para o combate.
Na época do conflito, o Brasil era governado pela ditadura do Estado Novo, chefiada pelo presidente Getúlio Vargas, que se manteve neutro nos primeiros anos do conflito. Em 1942, porém, o militar gaúcho fechou um acordo com os Estados Unidos, cedendo bases militares no Nordeste e também matéria prima, como borracha e minérios, essenciais à indústria bélica americana. Em troca, o Tio Sam enviou uma fortuna em armamentos injetou outros milhões de dólares na produção nacional de ferro e aço, possibilitando a criação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em Volta Redonda.
Naquele mesmo ano, ao longo de apenas seis meses, submarinos alemães e italianos reagiram à posição brasileira afundando 36 navios mercantes do país, matando mais de mil pessoas e deixando um número aproximado de náufragos. Quando, em agosto de 1942, os corpos das vítimas, muitos deles mutilados, chegaram até as praias de Aracaju, no Sergipe, houve uma comoção nacional. No Rio, por exemplo, milhares de pessoas foram às ruas exigindo uma atitude do governo. Pouco depois, a gestão Vargas declarou guerra à Alemanha e aos outros países que compunham o Eixo.
Porém, foram necessários mais dois anos até o país conseguir reunir e enviar tropas para a Europa. Entre a população, muita gente dizia que “é mais fácil uma cobra fumar do que o Brasil entrar na guerra”. Contudo, em julho de 1944, o governo começou a enviar os mais de 25 mil soldados da então recém-criada Força Expedicionária Brasileira. Os primeiros 5 mil integrantes da FEB, a maioria deles jovens de origem humilde, desembarcaram em Nápoles na manhã de 16 de julho, após duas semanas cruzando o Oceano Atlântico e o Mar Mediterrâneo a bordo do navio americano General Mann.
Com o envio dos soldados, o Jornal O GLOBO também deu um passo à frente e lançou O GLOBO Expedicionário, tabloide distribuído exclusivamente entre as tropas brasileiras na Europa. Foram 37 edições que chegaram até os pracinhas no front, entre setembro de 1944 e maio de 1945, levando notícias do Brasil e da guerra em andamento. Parte do conteúdo era produzida pelo correspondente Egydio Squeff, que acompanhava as tropas. O tabloide especial tinha ainda uma página inteira com pequenos recados enviados pelas famílias dos combatentes para os parentes no campo de batalha.
“Em prece permanente, os nossos corações acompanham vossa trajetória gloriosa. Saudades. Heitor Ribeiro”, dizia a mensagem enviada aos tenentes Jessen, Homero, Haroldo, Israel, Hildon e Bravo. “Muitas saudades. Recebemos cartas e telegramas. Beijos carinhosos seu filhinho e Lygia”, dizia um recado para o tenente Luiz Gonzaga. “Recebi cartas. Saudades imensas. Penso em ti todo momento. Tua Neuza”, foram as palavras para o sargento Antônio Diniz. “Meu filho, saúde e felicidade. Breve regresso desejamos. Abraços. Maria Emília”, escreveu a mãe do soldado Homero Aranha.
O tabloide ajudava a levantar o moral das tropas da FEB em movimentação no teatro da guerra. Entre todas as missões, a mais desafiadora foi, sem dúvida, a tomada do Monte Castelo. A colina era parte da chamada Linha Gótica, uma barreira de 280 quilômetros formada pelo exército alemão no Norte da Itália, com o objetivo de impedir o avanço dos Aliados. Tomar o morro era fundamental pra controlar a cidade de Bolonha, a 60 quilômetros de distância, e acuar as forças inimigas num momento decisivo. Como a História nos mostrou, a guerra na Europa estava se aproximando da reta final.
Os pracinhas chegaram ao Monte Castelo, em novembro de 1944, com uma série de problemas para enfrentar a poderosa máquina de guerra alemã. Para começar, eles não tinham trajes adequados para o rigoroso inverno na Europa. As fardas, da cor verde oliva, eram perigosamente confundidas com o uniforme nazista. Portanto, as tropas foram aconselhadas a usar a jaqueta caqui dos americanos. Além disso, os soldados brasileiros não tinham recebido treinamento para lutar naquele tipo de relevo. Muitos sequer tinham sido treinados para usar o armamento estrangeiro que portavam.
Lutando em alternância com a 10ª Divisão de Montanha dos Estados Unidos, uma tropa de elite, os soldados da FEB realizaram duas tentativas de dominar o monte, mas foram repelidos e suportaram centenas de baixas. Eles tinham que escalar uma elevação pedregosa com 25 quilos de equipamentos nas costas e enfrentar as temidas metralhadoras alemãs MG42, apelidadas de lurdinhas, cuspindo fogo de dentro de casamatas no alto da colina. Em entrevista ao GLOBO publicada em 1979, o coronel Paulo Ramos, que chefiara um pelotão no Monte Castelo, relatou as dificuldades encontradas.
“Só acabamos tomando o Monte Castelo motivados pelo desejo de vingar as vidas perdidas nos ataques anteriores”, disse o militar, então presidente da Associação dos Veteranos da FEB. “Andamos durante quatro horas na madrugada do dia 29 de novembro, com todo tipo de material pesado, em terreno lamacento e íngreme. Quando o ataque se iniciou, no amanhecer, já estávamos muito abatidos. Recebemos fogo de todos os lados, mas apesar do alto número de mortos e feridos, muitos com tiros na testa, continuávamos investindo. Os alemães, depois, chamaram a ofensiva de louca e suicida”.
A investida acontecera em condições meteorológicas totalmente desfavoráveis, que inviabilizavam o apoio aéreo ou de artilharia. Somente naquela ofensiva, a FEB perdeu 157 homens. Mesmo assim, no dia 12 de dezembro, as tropas receberam ordens para voltar à carga, sob forte chuva e neblina, mais uma vez sem a ajuda de aviões ou de bombardeio. Foi um segundo fracasso, com 145 mortos. De acordo com o major Apollo Miguel Rezk, outro veterano de Monte Castelo, não houve um soldado que não estivesse moralmente abatido depois de ver tantas mortes de colegas ao seu redor.
“Víamos nossos companheiros sendo mortos facilmente e não podíamos fazer nada além de avançar obstinadamente. O fogo vinha de todas as direções. Estávamos em situação muito inferior”.
Quando o inverno se tornou rigoroso demais, as tropas ficaram semanas estacionadas no pé do monte, escondidas em buracos cavados entre as pedras chamados de fox holes. Até que, em fevereiro de 1945, teve início um novo ataque. No dia 18 daquele mês, a divisão americana avançou sobre o vizinho Monte Belvedere, onde também havia uma forte posição alemã. No amanhecer do dia 21, enquanto as tropas do Tio Sam ainda enfrentavam resistência na colina próxima, os brasileiros deram início a uma ofensiva pesada, na qual derrotaram os alemães e dominaram o Monte Castelo.
Nos meses seguintes, a FEB seguiu travando batalhas duras, suportando baixas mas, ainda movidos pelo sentimento de vingança, colocando nazistas pra correr. Em Montese, os brasileiros conquistaram a vitória às custas do maior número de mortes em um mesmo dia. Foram mais de 400 baixas.
Os pracinhas voltaram ao Brasil a partir de julho de 1945. No dia 18 daquele mês, milhares de pessoas foram ao Porto do Rio, na Praça Mauá, para saudar os soldados no seu desembarque. Em seguida, as tropas foram celebradas por meio milhão de brasileiros durante um desfile na Avenida Rio Branco. A FEB se tornou motivo de orgulho para o país. Em 1960, foi inaugurado, no Aterro do Flamengo, na Zona Sul do Rio, o Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, onde estão sepultados os corpos de 462 que caíram durante a campanha brasileira na Itália.
Inscreva-se na Newsletter: Histórias Inesquecíveis
Inscrever
Ator detalha luta contra a cocaína na adolescência: ‘Compulsivo dos 13 aos 15 anos’

No ar na pele do personagem Osmar na novela “Volta por cima”, Milhem Cortaz diz que foi salvo pelo teatro depois de travar uma luta contra as drogas ainda na adolescência. O ator, hoje com 52 anos, revela também que a cocaína “quase destruiu sua vida”.
Continuar lendo
“Tive contato muito cedo com as drogas, principalmente com a cocaína. A cocaína quase destruiu minha vida. Fui compulsivo dos 13 aos 15 anos. Assustou toda minha família na época”, lembra o ator no podcast Embrulha Sem Roteiro, no YouTube.
A família de Milhem Cortaz acabou tirando o ator do Brasil, e ele foi morar com uma tia na Itália, onde descobriu o teatro. A temporada que só duraria dois meses acabou durando cinco anos.
“Nunca mais usei. Participei de um documentário uma vez que se chamava ‘Ponto de virada’. Eu dizia que meu grande ponto de virada foi minha passagem pela imigração. Eu tinha cheirado cinco gramas de cocaína antes de pegar o avião, cheguei na Itália louco, passei pela imigração e nunca mais pensei nisso na vida. Eu tinha 15 para 16 anos”, relata o ator, também conhecido pela série “Os outros” e por filmes como “O lobo atrás da porta”.
Veja lugares para conhecer e se encantar em Joinville

No coração do norte catarinense, rodeada por montanhas e rios, está Joinville. Reconhecida como a “Cidade das Flores”, a cidade mais populosa de Santa Catarina, com 655 mil habitantes, é muito mais do que uma simples parada em viagens pela região Sul. É um destino que guarda em suas ruas, jardins e espaços culturais uma identidade única moldada por influências alemãs, suíças e norueguesas.
A história de Joinville começou em 1851, quando colonos europeus chegaram para formar uma nova comunidade em terras brasileiras. Esses imigrantes trouxeram consigo tradições que perduram até hoje, visíveis na arquitetura enxaimel, nos costumes, na gastronomia e em eventos como a Festa das Flores.
Desde então, a cidade cresceu, tornando-se um importante polo industrial sem perder o vínculo com suas raízes. Destino reconhecido para o turismo de negócios, Joinville desponta cada vez mais como uma opção de lazer para quem estiver disposto a mergulhar na cultura e na natureza locais.
Como chegar em Joinville
Chegar ao município é simples e prazeroso, Joinville é a cidade mais populosa de Santa Catarina e desponta como destino de interesse turístico seja por terra ou pelo ar. Localizada estrategicamente entre Curitiba, Blumenau e São Francisco do Sul, a cidade é acessível pela BR-101, uma das principais rodovias do país, e pela SC-418, que oferece um caminho mais pitoresco, atravessando serras e vales.
O aeroporto Lauro Carneiro de Loyola, a poucos minutos do centro, também facilita a chegada para aqueles que preferem viajar de avião. Para os viajantes que exploram o sul do Brasil, Joinville se apresenta como um ponto de parada perfeito, com uma localização que permite desbravar outras cidades icônicas, como Jaraguá do Sul e Balneário Camboriú.
Clima da cidade
O clima de Joinville é um atrativo à parte. Com verões moderados e invernos suaves, a cidade pode ser visitada durante todo o ano. No entanto, é na primavera, de setembro a dezembro, que Joinville atinge seu ápice de beleza. Os jardins se enchem de flores, o ar fica perfumado e a cidade se transforma em um cenário de cartão-postal. Essa é também a época em que as celebrações e eventos culturais ganham ainda mais destaque, como a imperdível Festa das Flores, que há mais de 80 anos encanta visitantes com suas exposições florais e atrações artísticas.
Uma boa opção de hospedagem é o hotel Naalt. O empreendimento está localizado na principal via de acesso a Joinville, a poucos metros da Expoville, e com fácil acesso ao aeroporto. Com um delicioso buffet de café da manhã, atende tanto o turismo de negócios quanto o de lazer.
Arte e cultura
Ao visitar a cidade, é impossível ignorar que o destino seja um verdadeiro polo cultural, acolhendo dois projetos de destaque que transformam vidas e celebram a arte: a Escola do Teatro Bolshoi e o Musicarium.
Inaugurada em 15 de março de 2000, a Escola do Teatro Bolshoi em Joinville é a única filial fora da Rússia do renomado Teatro Bolshoi de Moscou. Esse feito inédito foi resultado do esforço conjunto entre o diretor artístico Alexander Bogatyrev e o então prefeito Luiz Henrique da Silveira, ambos visionários no reconhecimento do potencial artístico da cidade.
A instituição se dedica à formação de bailarinos por meio da consagrada metodologia Vaganova, além de oferecer ensino de dança contemporânea e disciplinas complementares. O compromisso social é central: 100% dos alunos recebem bolsas de estudo integrais, reforçando a missão de formar artistas-cidadãos. Visitas guiadas permitem ao público conhecer os bastidores da escola, assistir a ensaios e entender o impacto dessa iniciativa na vida dos estudantes, vindos de diversos estados brasileiros e até do exterior.
Já o Musicarium é mais recente. Fundado em 2017, é um centro de excelência dedicado à formação de jovens músicos e à criação de orquestras. Com um programa pedagógico personalizado, o projeto começou sendo um sucesso, com 100 vagas disputadas por 700 candidatos, em sua maioria oriundos da rede pública.
A partir de uma base sólida em musicalização infantil e iniciação musical, o Musicarium formou uma Orquestra Infanto-juvenil e se consolidou como a Academia Filarmônica Brasileira. Investindo em infraestrutura e planejamento de longo prazo, seu objetivo é claro: estabelecer uma Orquestra Filarmônica Profissional e transformar vidas por meio da educação musical. O projeto tem dado tão certo que até fez uma turnê internacional neste ano. É possível prestigiar os jovens músicos em apresentações constantes.
Museu Nacional de Imigração e Colonização é um marco da cidade (Imagem: Artisan iStock | Shutterstock)
História
Localizado em um imponente casarão colonial na Rua Rio Branco, o Museu Nacional de Imigração e Colonização é um marco da cidade. Construído em 1870 por Frederico Bruestlein, representante do Príncipe de Joinville, o casarão originalmente servia como sede administrativa da Colônia Dona Francisca. Desde 1961, abriga o museu, que conta com exposições que retratam a vida dos imigrantes no sul do Brasil.
O espaço é composto por um casarão histórico principal, dois galpões e uma autêntica casa enxaimel, típica das moradias de imigrantes de classe média no final do século XIX. As exposições incluem objetos, documentos e histórias que revelam a jornada dos primeiros colonizadores e como eles moldaram a cultura e o cotidiano da região.
O imóvel é tombado pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional desde 1939. Aberto de terça a domingo, das 10h às 16h, o museu é uma oportunidade única para mergulhar na história de Joinville e se torna ainda mais atraente com suas exposições interativas.
A Casa Krüger abriga exposições que destacam a cultura e a tradição local (Imagem: Larissa Neitzel | Shutterstock)
Localizada na SC-418, a Casa Krüger é outro patrimônio histórico que enriquece o turismo de Joinville. Tombada como patrimônio cultural, essa construção em estilo enxaimel marca o início da Rota Caminhos de Dona Francisca, uma região que exibe as belezas naturais e o legado dos primeiros imigrantes.
Além de funcionar como a Central de Atendimento ao Turista (CAT), a Casa Krüger abriga exposições que destacam a cultura e as tradições locais. É um ponto de apoio para cicloturistas e sede de associações que promovem o turismo eco-rural e a produção artesanal na região. Ao explorar a região, vale a pena uma parada rápida para fotos e para colher mais informações históricas sobre a área.
Cidade das Flores
Não à toa, a Cidade das Flores se destaca por espaços e eventos relacionados à flora. Criado por Dario Bergemann, o Parque Hemero nasceu do sonho de transformar a paixão pelas flores em um espaço de lazer, contemplação e aprendizado. A história do parque começou com a dedicação de Dario ao cultivo do Hemerocallis, conhecido como lírio amarelo, que ele aprimorou com estudos no Brasil e no exterior. Hoje, o parque conta com mais de 300 variedades de plantas, em meio a uma paisagem cuidadosamente planejada.
A cada estação o cenário muda, à medida que novas espécies vão sendo cultivadas. O Hemero oferece nove jardins temáticos, trilhas pela Mata Atlântica, áreas de piquenique e espaços de interação, como um lago com peixes. Além disso, proporciona uma experiência sensorial única, com cores vibrantes e aromas que encantam os visitantes. O parque funciona de terça a domingo, das 9h às 18h, e o passeio pode durar de 2 a 4 horas. Os ingressos custam R$ 45 e crianças de até 5 anos não pagam entrada.
A Festa das Flores é realizada anualmente em novembro (Imagem: Sieghard M. Ennulat | Shutterstock)
Outro atrativo da cidade é a tradicional Festa das Flores, realizada anualmente no mês de novembro e reconhecida como Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural de Santa Catarina. Desde sua criação, em 1936, o evento cresceu e se tornou referência no Brasil, atraindo cerca de 100 mil pessoas por edição.
A festa celebra a Laelia Purpurata, flor símbolo do evento, mas vai além das exposições de orquídeas e plantas ornamentais. Sua programação inclui concursos de jardinagem, oficinas de cultivo, mercado de plantas e atrações culturais. A 84ª edição, realizada de 12 a 17 de novembro de 2024, trouxe um mix de atividades, como o concurso de jardins e o desfile da rainha da Melhor Idade, além de apresentações artísticas e workshops.
Natureza
Os amantes de natureza também não vão se decepcionar ao visitar Joinville. São diversas opções de passeios para fazer. Abaixo destacamos três que vale a pena conhecer.
No Mirante de Joinville é possível ter uma vista panorâmica da cidade (Imagem: RuanOliveira71 | Shutterstock)
Localizado no coração da cidade, o Mirante de Joinville oferece uma visão panorâmica deslumbrante que abrange a Serra Dona Francisca, a Baía da Babitonga e a área urbana da cidade. No topo do Morro da Boa Vista, o acesso pode ser feito por caminhada, bicicleta ou transporte organizado, como o “Zarco do Mirante”, um ônibus local que opera nos finais de semana.
O mirante também conta com o Zoobotânico, um espaço familiar onde é possível observar animais como jacarés, capivaras e aves, além de aproveitar trilhas e áreas para piqueniques. No alto da torre de observação, os visitantes têm uma vista privilegiada que evidencia a combinação única de natureza e desenvolvimento urbano de Joinville. São dois pontos de observação e trilhas que podem ser feitas em meio à natureza.
Já na rota Caminhos de Dona Francisca, dentre os inúmeros atrativos, podemos destacar o apiário Pfau. O espaço conduz os visitantes por uma jornada no universo da apicultura, permitindo que provem mel direto do favo e descubram os diferentes sabores e colorações das floradas.
Sob os cuidados da experiente Dona Ilse, o apiário oferece turismo pedagógico e experiências únicas, como aprender sobre o papel essencial das abelhas na natureza. Além disso, o local é cortado por um rio onde é possível agendar banhos, tornando a visita ainda mais especial. É impossível não se maravilhar com a vista deslumbrante deste lugar!
Outro grande destaque da cidade é o Barco Príncipe. A única embarcação de sua categoria no Brasil parte de Joinville rumo a São Francisco do Sul, navegando por entre 14 ilhas da Baía da Babitonga. Durante as cinco horas de passeio, os passageiros desfrutam de vistas espetaculares, um delicioso almoço a bordo e o conforto de uma embarcação bem equipada.
Com capacidade para 417 pessoas, o barco conta com restaurante e espaços para apreciar a paisagem. Os preços variam de R$ 130 a R$ 160 por pessoa, com gratuidade para crianças de até 5 anos. É uma oportunidade única para contemplar a natureza e explorar a rica história de São Francisco do Sul, já que a embarcação faz uma parada estratégica no local para explorar a área.
Terra da cerveja
Joinville é sinônimo de tradição cervejeira. Desde 1852, a cidade, colonizada por imigrantes alemães, suíços e noruegueses, mantém um legado que celebra a cultura da cerveja artesanal. Foi nesse ano que o mestre cervejeiro Albrecht Gabriel Schmalz desembarcou trazendo os primeiros equipamentos de produção, dando início a uma trajetória que colocou Joinville entre as principais referências cervejeiras do Brasil.
Depois de um intervalo de sete anos sem cervejarias em atividade na cidade, a fundação da Opa Bier em 2006 marcou um novo capítulo dessa história. O nome, que significa “vovô” em alemão e também é uma saudação típica da região, reflete o compromisso da marca em preservar e inovar na tradição cervejeira.
A Opa Bier produz não apenas cervejas premiadas, mas também refrigerantes e energéticos. Com 12 mil metros quadrados de área, a fábrica oferece visitas guiadas mediante agendamento, proporcionando uma experiência imersiva e educativa.
O tour começa com um vídeo divertido, inspirado na clássica história da “Fantástica Fábrica de Chocolates”, narrando a trajetória da cervejaria e da tradição cervejeira de Joinville. Em seguida, os visitantes percorrem a linha de produção, acompanhados por um guia de áudio que detalha cada etapa do processo fabril.
O ingresso custa R$ 60, e o roteiro tem duração de aproximadamente 1h30. Em 2023, a cidade consolidou sua vocação com a criação da Rota Cervejeira de Joinville. São 11 cervejarias artesanais que oferecem experiências únicas, como visitas guiadas às fábricas, degustações harmonizadas com a rica gastronomia local e eventos temáticos.
Antes de ir embora
Não deixe de visitar o Vigorelli e a Porta do Mar. O Vigorelli é um bairro recentemente revitalizado que se transformou em um espaço aconchegante e com apelo turístico. Com vista para a Baía da Babitonga, conta com diversos restaurantes convidativos, sendo um local perfeito para desfrutar de uma boa refeição e apreciar a paisagem no final da tarde.
Um passeio pela cidade também não está completo sem uma parada na Porta do Mar, um ponto icônico ideal para fotos que simbolizam a ligação de Joinville com seus rios e a Baía da Babitonga. Localizado no bairro Espinheiros, o local é cartão postal da área náutica de Joinville.
Gastronomia
Joinville também é um paraíso para os amantes da gastronomia. Entre as opções mais tradicionais está a Empadas Jerke, com receitas familiares que remontam a 1922. Suas empadas, com recheios variados e massa única, são uma experiência gastronômica imperdível. As Empadas Jerke tem sabor diferenciado, vários recheios e receita secreta.
Outra parada deliciosa é o Empório Flores e Frutos, um lugar encantador para um café da tarde, oferecendo pães e bolos artesanais de alta qualidade. Já na Rota Caminhos de Dona Francisca, os pastéis da lanchonete Rio da Prata surpreendem pelo sabor único, especialmente o pastel de pato com purê de maçã.
Para refeições completas, há restaurantes para todos os gostos. O Adega Dom Maximiliano é conhecido por seus pratos elaborados e deliciosos, enquanto o Porto Pedrinni, localizado no Iate Clube, se destaca pelos frutos-do-mar frescos.
O Zum Schlauch celebra a culinária alemã com pratos tradicionais e seu agradável espaço Spaten Garten, e o Poial Tropeiro oferece uma autêntica experiência brasileira.
Por Cláudia Costa – revista Qual Viagem
Aluna leva ar-condicionado portátil para enfrentar calor extremo em escola no litoral de SP: ‘Sauna seca’

Uma adolescente, de 17 anos, leva um ar-condicionado portátil para enfrentar o calor extremo em uma escola em Praia Grande (SP).
O equipamento, que custa aproximadamente R$ 79, precisa de água para funcionar e tem que ser carregado em uma fonte de energia.
Segundo o pai dela, a classe com 40 alunos tem quatro ventiladores, mas apenas dois aparelhos funcionam.
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) informou que uma empresa contratada realiza a manutenção de três aparelhos, com entrega prevista para esta semana.
Uma aluna de 17 anos acrescentou um item no material escolar durante o período de calor extremo na Baixada Santista, no litoral de São Paulo: um ar-condicionado portátil. Os termômetros da região registraram a sensação térmica de 50°C, a mesma encontrada em desertos.
Giulia está no 3º ano do Ensino Médio da Escola Estadual Reverendo Augusto Paes D Ávila, localizada no bairro Aviação, em Praia Grande. O pai dela, José Edson Alves de Souza, de 59 anos, afirmou que a classe com 40 alunos tem quatro ventiladores, mas apenas dois funcionam.
De acordo com Souza, a filha reclama da falta de climatização na sala de aula desde o ano passado. Ainda assim, segundo ele, a situação piorou com as altas temperaturas registradas nesta semana. O contador afirmou que Giulia e alguns colegas chegaram a passar mal de calor.
“Ela estuda integral. De manhã, a sensação é um pouco pior. [Os alunos] estão sendo dispensados na parte da tarde porque é uma sauna seca com sensação de 40ºC”, afirmou o pai da estudante. “Os alunos estão se virando por si mesmos por causa do calor”.
“Ela estuda integral. De manhã, a sensação é um pouco pior. [Os alunos] estão sendo dispensados na parte da tarde porque é uma sauna seca com sensação de 40ºC”, afirmou o pai da estudante. “Os alunos estão se virando por si mesmos por causa do calor”.
Em nota, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP), por meio da Diretoria de Ensino de São Vicente, informou que a unidade conta com quase 50 ventiladores, sendo quatro por sala de aula, além dos equipamentos em laboratórios e sala de leitura. De acordo com a pasta, uma empresa contratada realiza a manutenção de três aparelhos, com entrega prevista para esta semana.
Ar-condicionado portátil
Diante do calor extremo, a estudante teve a ideia de comprar o ar-condicionado portátil. Segundo o pai dela, o equipamento custa aproximadamente R$ 79, precisa de água para funcionar e tem que ser carregado em uma fonte de energia.
Além de ajudar Giulia a se sentir melhor na sala de aula, o ar-condicionado se tornou um verdadeiro sucesso na classe, levando outros colegas a comprarem o aparelho. A menina, inclusive, sugeriu que a direção da escola fizesse uma licitação para adquirir o equipamento para todos os alunos.
“Ela falou que é um bafo enorme que vem porque a sala não tem muita ventilação”, disse o pai. “Fico preocupado porque trabalhei em siderúrgica, quando era jovem, e tinha o tempo todo que me hidratar. Nós sabemos que adolescentes esquecem de beber água e não estamos junto para cobrá-los”, finalizou ele.
“Ela falou que é um bafo enorme que vem porque a sala não tem muita ventilação”, disse o pai. “Fico preocupado porque trabalhei em siderúrgica, quando era jovem, e tinha o tempo todo que me hidratar. Nós sabemos que adolescentes esquecem de beber água e não estamos junto para cobrá-los”, finalizou ele.
Seduc-SP
A Seduc-SP, por meio da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), informou ter realizado adequações para enfrentar o aumento do calor nas escolas da rede através do Programa de Climatização.
A secretaria explicou que o programa é executado em etapas e prioriza a realização de melhorias em colégios localizados nas regiões mais quentes do estado.
Em 2024, segundo a pasta, foram investidos cerca de R$ 300 milhões em obras de climatização nas escolas estaduais, incluindo infraestrutura e equipamentos de ar-condicionado. Deste montante, a Seduc-SP disse que aproximadamente R$ 7 milhões foram para a Diretoria de Ensino de São Vicente.
Altas temperaturas
A Defesa Civil do estado de São Paulo emitiu um alerta de altas temperaturas para a região da Baixada Santista, onde os moradores têm sofrido com um sol de rachar e uma sensação térmica de 50°C digna de regiões desérticas. O aviso é válido até quarta-feira (19).
Segundo o especialista em Climatologia e Agrometeorologia do Canal Geoastrodicas, Rodolfo Bonafim, além da massa de ar quente de alta pressão no Oceano Atlântico, o vento de noroeste, que sopra do interior da América do Sul para cá, da região da Amazônia e Bolívia.
Esse encontro de fenômenos é chamado de “aquecimento pré-frontal”, que ocorre antes da chegada de uma frente fria. Bonafim explicou que esse vento Noroeste é atraído por uma área de baixa pressão, que está no Sul do Brasil e acompanha uma corrente de ar frio.
O especialista explicou que a sensação térmica é influenciada pela temperatura real do ar e pela umidade relativa. No caso da Baixada Santista, a temperatura real chegou a 41,4ºC à sombra, mas a combinação com a alta umidade fez com que a sensação térmica fosse de 50ºC, ou seja, o calor sentido pelas pessoas é muito mais intenso do que a temperatura medida pelo termômetro.
“Quanto mais alta a temperatura e mais alta a umidade, maior a sensação térmica”, disse Bonafim.
VÍDEOS: g1 em 1 minuto Santos
Os brasileiros que tentaram asilo e acabaram deportados por Trump: ‘Só conheci os EUA de dentro da prisão’

Em 7 de novembro de 2024, o capixaba Nicolas Campana, de 30 anos, se entregou às autoridades de imigração dos Estados Unidos na cidade de Laredo, no Texas.
Ele conta que havia acabado de concluir uma viagem de 13 dias, passando por Guatemala e México, até cruzar a fronteira americana pelo rio Grande.
O objetivo era conseguir uma autorização de asilo para iniciar uma nova vida nos Estados Unidos.
Naquele mesmo dia, Donald Trump foi declarado vencedor da eleição à Presidência.
Entre as principais promessas de campanha do republicano, estava a promessa de barrar a entrada de imigrantes ilegais nas fronteiras do país com o México, o que afetou diretamente os pedidos de asilo.
A estratégia de se entregar na fronteira com o México em busca do sonho americano ficou quase impossível depois disso.
O método, também conhecido como “cai-cai”, é comum entre imigrantes de várias nacionalidades que imigram para os Estados Unidos.
Após ser detido no Texas, Nicolas passou 90 dias em três centros de detenção para imigrantes até ser deportado.
Chegou ao Brasil no avião que trouxe outros 110 compatriotas deportados, desembarcando no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte (MG) em 7 de fevereiro.
Fez o trajeto de 12 horas entre a Louisiana (EUA) e Fortaleza (CE), sua primeira parada no Brasil, em um voo controlado pelas autoridades americanas, com algemas e correntes nos pés e nas mãos.
“A vitória do Trump já estava certa, mas a intenção é que o processo [de asilo] corresse antes de ele assumir”, afirma Nicolas, que queria seguir até Boston (EUA), onde vive um primo, e trabalhar na construção civil.
Por meio do primo, ele conseguiu o contato de uma advogada que iria ajudar nos papéis para regularizar sua situação. Mas o plano do pedido de asilo falhou.
‘A vitória do Trump já estava certa, mas a intenção é que o processo [de asilo] corresse antes de ele assumir’, diz capixaba
Diferentemente de outros imigrantes que se aventuram pela fronteira ao sul dos Estados Unidos com a ajuda de agentes clandestinos que organizam a travessia desde o país de origem, os chamados coiotes, o capixaba conta que empreendeu a viagem sozinho.
Nicolas diz que estudou o trajeto assistindo no YouTube a vídeos de brasileiros que ensinavam como chegar até lá e decidiu se aventurar sem ajuda prévia.
Se tudo corresse conforme o planejado, depois de ser detidos pelas autoridades, ele seria levado para um centro de detenção, onde apresentaria um pedido de asilo para oficiais da Justiça americana.
O intuito era receber a liberdade condicional, o que possibilitaria esperar, em solo americano por uma audiência com um juiz de imigração para tentar regularizar sua situação.
Além do relato dos próprios youtubers sobre casos de “cai-cai” bem-sucedidos, um amigo de Nicolas tinha conseguido asilo no país cerca de 30 dias antes de ele chegar, conta o capixaba.
Nicolas conta que deixou o trabalho com a família no cultivo de café em Vila Pavão (ES), uma cidade de quase 9 mil habitantes, largou a faculdade em análise de sistemas e pegou um voo até a Cidade da Guatemala.
Ao passar na alfândega para o México, ele diz que inventou uma história: “Vou pescar com meu amigo José”.
Da cidade do México, comprou uma bicicleta para atravessar os postos de controle após descer dos ônibus.
Mas, já no norte do país, próximo aos Estados Unidos, diz que foi interpelado por um coiote.
Nicolas relata que foi colocado dentro de um carro e passou quatro dias preso nele, sofrendo ameaças: “Achei que ia morrer”.
Depois, ele diz que foi liberado após pagar US$ 1,1 mil (R$ 6,4 mil) ao coiote e chegou até o outro lado da fronteira, no Texas.
“Mas só conheci os Estados Unidos de dentro da prisão”, diz Nicolas, que, mesmo assim, não deixou de se impressionar com o que encontrou no país.
“Dentro do ônibus que levava de um presídio a outro, vi coisas que para nós são incomuns”, conta à BBC News Brasil.
“Carros de luxo, que no Brasil são coisa de gente rica, para eles são acessíveis a qualquer trabalhador. Lá o dinheiro tem seu valor, as pessoas são bem pagas. É algo que eu desejo para o nosso país. Espero que um dia a gente possa chegar lá.”
Nicolas diz que, nos centros de detenção, a comida era péssima, as celas sujas e com mofo e que os imigrantes eram tratados “igual cachorro”.
“É o pior lugar que eu já passei na minha vida”, diz Campana sobre as prisões.
‘Asilo está morto’ no governo Trump
Nos Estados Unidos, o asilo para imigrantes é regulado pela Lei de Refugiados, promulgada pela presidente democrata Jimmy Carter, em 1980.
O texto prevê o acolhimento de estrangeiros em perigo em seus países de origem e sem proteção dos respectivos governos.
Para isso, eles precisam provar para o Judiciário americano que estão sob “medo justificado”.
Na prática, devem demonstrar que sofrem algum tipo de perseguição ou tortura no seu país de origem.
Até o início do novo governo Trump, esse pedido de asilo podia ser requisitado pelos imigrantes após a captura na entrada pela fronteira de forma irregular, mesmo que isso tenha ficado mais difícil nos últimos anos.
Em junho de 2024, o democrata Joe Biden impôs um dispositivo que barrava a concessão de asilo, exceto em casos “excepcionais”, se o número de imigrantes cruzando a fronteira com o México ultrapassasse os 2,5 mil por mais de sete dias consecutivos.
O ato dificultou a estratégia do “cai-cai”, mas, na prática, ainda era possível conseguir o asilo — ou pelo menos a liberdade condicional para aguardar uma audiência.
Mesmo com essas restrições, a possibilidade de proteção no país por meio do asilo “continuava intacta” até então, afirma o Conselho Americano de Imigração.
A situação mudou radicalmente com uma série de mudanças nas regras de imigração nos primeiros dias do governo Trump.
Em 20 de janeiro, quando Trump tomou posse, o governo americano declarou como “invasão” qualquer entrada de imigrantes pela fronteira ao sul do país, inclusive os requerentes de asilo.
Trump também tirou do ar o aplicativo CBP One, por meio do qual era possível solicitar uma audiência com os oficiais de imigração para análise de pedidos, inclusive os de asilo, ainda nos postos de controle.
Dois dias depois, o presidente baixou uma ordem executiva impedindo o recurso a dispositivo das leis de imigração a qualquer cidadão não americano envolvido em uma “invasão” pela fronteira com o México de continuar nos Estados Unidos, “inclusive aqueles relativos ao asilo”.
“Com essas ordens executivas, o asilo, desta forma, está morto”, disse o Conselho Americano de Imigração em um comunicado após analisar as mudanças decretadas por Trump, acrescentando que os oficiais da fronteira, com essas ordens, agora têm poder para determinar o destino dos requerentes de asilo — colocando em xeque o futuro da Lei de Refugiados.
Gabrielle Oliveira, professora de Educação, Imigração e Estudos Brasileiros na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, ressalta que o pedido de asilo “sempre foi um processo super burocrático, com muitos momentos onde um veto pode acontecer”.
“Mas, com Trump, esse programa de refugiados foi suspenso”, explica Oliveira.
O Brasil, por ser uma democracia consolidada, é dificilmente visto pelos juízes de imigração americanos como um país em que o medo justificado seja comum, acrescenta a professora.
“Não é que não tenha problemas de violência no Brasil, ao mesmo tempo, o país não classifica da mesma maneira que outros, como Honduras e até a Venezuela”, diz Oliveira.
A lei prevê o direito de esperar a audiência com um juiz sobre o pedido de asilo em solo americano.
De acordo com Oliveira, há 2 milhões de pessoas aguardando o processo, livres no país.
Dados divulgados pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos indicam 8,9 mil brasileiros tentaram asilo no país por esses meios no ano passado até outubro.
Desses, apenas 548 (cerca de 6%) foram aceitos em 2024. Os números mostram uma redução na concessão desse dispositivo a imigrantes brasileiros na comparação com 2023.
Naquele ano, também até outubro, foram 7,7 mil pedidos — com 10% de asilos concedidos (762).
No entanto, a professora aponta que a retirada de juízes em cortes de imigração por Trump fazem a fila ficar ainda maior, complicando todo o trâmite.
“Todas essas pessoas, até as que estão livres nos Estados Unidos aguardando o asilo, podem ser deportadas”, diz Oliveira.
‘Vendemos tudo tentar asilo e acabamos detidos e deportados’
O casal de brasileiros Pedro e Camila Torres, de 26 e 27 anos, respectivamente, sabia que precisavam de uma justificativa crível para dar entrada no pedido de asilo em solo americano.
Ao sair do Brasil, eles sabiam de pelo menos três conhecidos que haviam entrado nos Estados Unidos como “cai-cai” e ficado por lá, em liberdade, enquanto esperavam asilo.
Depois de terem o visto para entrar no país como turistas negado, eles abriram mão dos móveis recém-comprados da casa onde moravam de aluguel em Rondonópolis (MT) e contrataram um coiote por R$ 50 mil com o plano de se entregarem na fronteira.
“Cama nova, guarda-roupas, lava e seca, moto. Vendemos tudo”, conta Pedro.
Pedro e Camila Torres contrataram um coiote por R$ 50 mil — mas o plano não deu certo
Formado em direito, ele conta que largou o emprego em uma transportadora. Ela é fisioterapeuta e deixou para trás o consultório.
A promessa de um trabalho na empresa de construção civil de um primo de Pedro, em Atlanta, capital da Georgia, falou mais alto.
O casal relata que chegou a El Salvador em 10 de dezembro do ano passado, passando por maus bocados na Guatemala e no México.
“A pior parte foi quando tivemos que atravessar o México com mais 15 pessoas na traseira de uma caminhonete, escondidos”, lembra Pedro.
Depois de uma curta detenção no país vizinho dos Estados Unidos, eles dizem que conseguiram finalmente entrar no país pelo Arizona, onde se entregaram às autoridades.
“Para você receber um asilo, infelizmente tem que mentir, falar que foi mal tratado em seu país, e isso tem que envolver agentes do governo, como policiais”, diz Pedro.
Para embasar o pedido de asilo, eles se basearam em uma história que conheciam sobre um abuso sofrido por uma pessoa próxima.
Chegaram a contar o caso, por meio de tradutor, em audiências com um oficial de asilo.
“É ele quem faz o resumo para passar para o juiz. É o que ele acha que deve colocar lá, mesmo que tenhamos contado a história, para o juiz ele pode ter passado de outra forma”, conta Pedro.
Na audiência com o juiz, Camila afirma que mal conseguia entender o que era dito porque o tradutor falava português de Portugal.
Eles dizem que ficaram 38 dias nas prisões de imigrantes, sem comunicação com os guardas, com pouca comida e passando frio.
Como Nicolas Campana, só conheceram os Estados Unidos enquanto estavam sob custódia.
“Na detenção feminina em que fiquei, guardas do sexo masculino passavam e podiam ver a gente usando o vaso sanitário, trocando de roupa”, conta Camila.
“Um deles chegou a pedir o meu Instagram. Para mim, isso é abuso.”
Ao contrário dos outros brasileiros deportados no voo que chegou ao Brasil em 7 de fevereiro, os guardas disseram não ter encontrado os objetos pessoais de Pedro que estavam com ele quando foi detido para devolvê-los.
Acorrentado, ele viajou sem o celular, a certidão de nascimento e os cartões de crédito e débito, que ele diz que foram entregues aos guardas ainda no Arizona.
Ficaram para trás também duas alianças e uma corrente de ouro. Eles avaliam em R$ 10 mil o total dos pertences que não puderam trazer de volta.
A BBC News Brasil questionou a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil sobre as denúncias de Pedro, Camila e Nicolas, mas não recebeu resposta até a publicação desta reportagem.
Ao chegar em Confins (MG), o casal seguiu com mais dez famílias de deportados para a acomodação aos repatriados no Sesc Venda Nova, oferecida pela Fecomércio-MG.
Na segunda-feira (10/2) saíram de BH numa viagem de ônibus de dois dias até a cidade de Novo Progresso (PA), onde vive a mãe de Pedro. As passagens foram cedidas pela Prefeitura da cidade.
“Vendemos tudo para tentar o sonho americano e agora vamos ter que recomeçar. Não vai ser fácil. Mas agora vamos dar muito mais valor à nossa casa”, diz Pedro.
“Não éramos ricos, mas tínhamos uma vida confortável. Começar do zero vai ser difícil. Mas estamos vivos e saudáveis.”
Os dois têm planos de fazer turismo na Europa e no Canadá, mas dizem que os Estados Unidos agora saíram completamente do roteiro.
“É o pesadelo americano, não quero mais”, conclui Camila.
Já Nicolas confessa que ainda não desistiu: “Vou tentar mais uma vez, com visto, daqui do Brasil. Se não conseguir, vou para a Europa. Mas isso é plano para daqui um, dois anos”.
De Belo Horizonte, Campana pegou um ônibus para Colatina (ES) no domingo (9/2), para visitar a irmã e uma das filhas, antes de seguir para Vila Pavão.
“Agora, é tentar esfriar a cabeça um pouco e valorizar aqui, trabalhando com meu pai, na batalha de sempre.”
Aprovado no Itamaraty, ex-morador do Sol Nascente inicia formação no Instituto Rio Branco

Entre as periferias de São Paulo e do Distrito Federal, cresceu William Silva Placides, um menino cheio de sonhos e com uma trajetória marcada pela superação de dificuldades e a valorização da educação. Nascido em Itapecerica da Serra (SP), ele se mudou aos 11 anos com a mãe e os três irmãos para o Sol Nascente, que já foi considerada a maior favela do Brasil pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Estudante da rede pública de ensino por toda a vida, William se dedicou aos estudos para alcançar seu maior objetivo profissional: ser diplomata.
Após sete anos de muita dedicação, conciliando trabalho e estudos para garantir o sustento, além de cinco seleções frustradas no Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata (CACD), do Ministério das Relações Exteriores (MRE), o sonho dele se tornou realidade. No final do ano passado, aos 35 anos, William descobriu a aprovação no concurso, que é considerado um dos mais difíceis e concorridos do Brasil.
O novo diplomata tomou posse em 23 de janeiro deste ano, como terceiro-secretário do Itamaraty, cargo inicial da carreira. Agora, ele está recebendo formação no Instituto Rio Branco (IRBR), na Asa Sul. “A sensação é de realização mesmo. Eu fui ao encontro da minha vocação, do meu destino, e consegui chegar até aqui, nunca desisti”, conta, orgulhoso.
Posse como terceiro-secretário do Ministério das Relações Exteriores em 23 de janeiro
William diz que a vinda para o DF foi motivada pela separação dos pais e porque sua mãe tinha parentes em Brasília. Por questões financeiras, a família se instalou no Sol Nascente, em uma região que não tinha asfalto, era estrada de terra; condição que, segundo ele, permanece. O diplomata admite que cresceu em uma comunidade violenta, onde a falta de perspectiva de vida se fazia presente no cotidiano: “Uma região sem privilégios”. Porém, William superou as dificuldades por meio da educação, sempre valorizada em casa.
Em 2007, aos 18 anos, conquistou o quarto lugar entre os estudantes de escolas públicas de Brasília no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Assim, ele cursou relações internacionais na Universidade Católica de Brasília (UCB), com bolsa integral pelo Programa Universidade para Todos (Prouni), vinculado ao Ministério da Educação (MEC) e que oferece bolsas de estudo em universidades particulares. Naquele ano, a mãe de William, dona Nina, que concluiu os estudos pela Educação de Jovens e Adultos (EJA), também conquistou uma vaga na universidade pelo Enem com bolsa integral no Prouni, cursando pedagogia.
“Eu tinha nota para medicina em algumas universidades do Brasil, mas escolhi relações internacionais, apesar de, na época, sequer ter viajado de avião. Foi um chamado, eu tinha muita curiosidade e interesse pela área, e hoje sei o porquê”, compartilha. O diplomata lembra, com carinho, de um tio que era tenente da Polícia Militar do DF e, em 2010, morreu em um terremoto no Haiti, no Caribe, enquanto servia nas Nações Unidas, enxergando o policial como grande referência para a decisão pelo curso.
“Ele era uma pessoa muito inspiradora e querida, que adorava estudar idiomas. De alguma maneira, eu me espelhava na carreira dele e, quando eu estava na faculdade, ele faleceu. Lembramos dele como um herói brasileiro, um exemplo para mim”, relata. Para William, a conclusão da formação, em 2013, aos 22 anos, foi o começo de um caminho que deixará legado para os filhos: “Hoje, o fruto do meu estudo vai impactar definitivamente toda a minha descendência, quebrando, por fim, o ciclo de pobreza.”
No primeiro ano de faculdade, William fez estágio na Embaixada da Itália, experiência que considera propulsora para seguir a carreira diplomática. Naquela mesma época, porém, ele se casou e teve filhos, o que, segundo ele, levou ao afastamento dos planos profissionais, devido à necessidade de sustento da família. Aos 19 anos, foi aprovado no concurso da Polícia Penal do DF, onde permaneceu por 14 anos. Paralelamente ao serviço policial, William diz que sempre trabalhou com a esposa em atividades comerciais para complementar a renda.
Naquele momento, ele achava que fazer o concurso para diplomacia não era uma realidade próxima, até que algumas oportunidades surgiram. Já formado em relações internacionais, participou do programa Brasília Sem Fronteiras, do Governo do Distrito Federal (GDF), que selecionou estudantes de escolas públicas e servidores para fazer intercâmbio, tendo a chance de fazer um curso de um mês na Áustria: “Eu olhava a diplomacia com olhos brilhantes”, diz. Em 2017, William resolveu se dedicar a essa jornada e prestou o concurso do Itamaraty pela primeira vez, passando para a etapa discursiva da prova.
Estágio na Organização das Nações Unidas (ONU)
Apesar da reprovação, por meio da Bolsa Prêmio de Vocação para Diplomacia, programa do MRE que fornece recursos para profissionalização de candidatos pretos e pardos, o diplomata fez uma formação complementar junto à Organização das Nações Unidas (ONU) na Suíça durante quase quatro meses, o que aumentou, ainda mais, seu desejo pela profissão. “Foi aí que eu me apaixonei mesmo. Falei: ‘Cara, é isso que eu quero para minha vida’. Só não sabia que seriam mais seis anos de luta, tentativas e falhas até chegar lá”, expõe o servidor.
Nos últimos dois anos de estudo antes da aprovação no concurso, William conta que trabalhava 48h semanais na Polícia Penal, além do emprego em uma clínica de estética com a esposa e também no ramo de construção, com a fabricação de blocos de cimento. “Naquele momento tão turbulento, a galera perguntava como eu fazia para estudar. Eu estudava na hora que dava e, muitas vezes, isso era das 3h às 7h da manhã. Foi difícil, realmente extenuante, mas era o possível, e que bom que deu certo.”
Trabalhando no ramo de construção
Sem ter diploma de língua estrangeira, importante para a diplomacia, William acredita que seu diferencial foi a persistência. “Eu tinha medo de nunca passar, porque achava difícil. Eu via os aprovados nos anos anteriores e pensava: ‘Como esses caras conseguem fazer isso?’. Mas se tem algo que eu fiz bem, foi não desistir. Eu decidi que iria até o final, porque uma hora eu passaria. E quem não desiste, chega”, compartilha, alegre.
Como sua primeira inspiração, ele cita a mãe, que sempre acreditou no seu potencial. “Ela me falava: ‘Você pode ser o que você quiser. Corre atrás e dá o seu melhor, que você vai conseguir’. Minha mãe já se dizia muito orgulhosa dos filhos, mas eu sempre quis dar mais orgulho ainda para ela”, conta, emocionado. Ele diz que também tem grande admiração por Sérgio Vieira de Mello, diplomata brasileiro das Nações Unidas morto em um atentado no Iraque em 2003: “Era uma figura fantástica”.
William no Sol Nascente, onde foi criado
Além da mãe e de Sérgio, William se espelhava em outros jovens que tinham vivências parecidas às dele. “Eu achava muito bonito ver histórias de pessoas que, apesar das dificuldades, passaram em concursos, como a de um rapaz que foi gari e tomou posse como juiz federal”, destaca.
Como recado final, o diplomata espera que sua trajetória possa inspirar outros que, assim como ele, vieram “de baixo”, em um contexto com poucas oportunidades e perspectivas de vida, mostrando que é possível ascender profissionalmente e superar os obstáculos da realidade social em que estão inseridos. A essas pessoas, ele diz: “Se você tem um sonho, corre atrás disso que vai dar certo. O estudo é sempre o melhor caminho, e foi assim que cheguei até onde estou hoje.”
*Estagiária sob a supervisão de Marina Rodrigues
Sol, cultura, brasilidade e diversão, a melhor receita para ficar de bem com a vida!

Sol, cultura, brasilidade e diversão, a melhor receita para ficar de bem com a vida! (Rio de Janeiro (Imagem: Victoria/ Pixabay))
Estamos a 14 dias do carnaval e já passou da hora de escolhermos onde, como e com quem passaremos a primeira grande festa popular do ano! Se no ano passado boa parte dos feriados passou despercebida por cair durante o fim de semana, fique ligado, porque em 2025 a grande maioria das datas comemorativas será em dias úteis, com a possibilidade de serem emendadas no famoso feriadão.
A vida passa muito rapidamente, todos os dias assistimos em todas as mídias, as tragédias às quais o mundo nos expõe! Não temos tempo para muito sofrimento, a vida é bela e merece ser bem vivida, só temos uma chance. Por isso, siga o conselho do mestre compositor e “deixe a vida te levar”!
Sabemos que já temos um séquito de viajantes assíduos, mas maior ainda, é o número de pessoas que desejam realizar pelo menos uma boa viagem no ano!
Não perca tempo e se prepare para os feriados
Olho no calendário do primeiro semestre e admita, os primeiros meses de 2025 guardam excelentes oportunidades para todos nós.
Ouvindo uma especialista do setor de viagens, Patrícia Guedes, fundadora do site Passagens imperdíveis, me abriu os olhos, dizendo o seguinte, “Todo o setor de turismo já se prepara para altas demandas em 2025. Sem dúvida, as ofertas de passagem, hospedagem e pacotes completos estarão a preços bem competitivos para atrair o máximo de turistas”.
Foto: Fabricio Macedo Fabrício/ Pixabay
E é assim mesmo que funciona! Se não abrirmos os olhos, nossa rotina de “casa – trabalho – dorme – acorda – trabalho – casa….” vai roubando o nosso tempo e deixamos de perceber, que podemos e devemos aproveitar tudo que o Brasil nos oferece em termos de opções culturais, festas populares, tradições religiosas, folclore e as comemorações de massa!
Patrícia Guedes, ainda destaca, que existem diferentes experiências possíveis de se aproveitar em um curto período. “Somente no primeiro semestre serão oito datas, praticamente todas com a possibilidade de serem emendadas com o fim de semana”.
E vou além, percebam, que para nós brasileiros, outra grande vantagem é que o período, o primeiro semestre, terá duas estações distintas, o verão, ideal para quem quer aproveitar praias, cachoeiras e destinos mais tropicais e pular bastante o carnaval; e o outono, que traz temperaturas mais amenas, o friozinho chegando, excelente para a realização de trilhas, turismo urbano ou regiões montanhosas.
Nossa intenção com o conteúdo de hoje, é alertar o nosso leitor para se programar! Seja qual for o destino, o primordial é pesquisar, planejar e fazer o seu investimento com antecedência. É com este comportamento, que você garante sua diversão e certamente economiza e otimiza o seu dinheiro.
Como dizem nas redes sociais, “segue o fio” e entenda do que estou falando.
Começamos com o Carnaval! Nem precisa gostar da folia, mas descansar a mente também faz parte das coisas boas da vida. Com ponto facultativo nos primeiros dias de março o Carnaval oferece destinos clássicos para quem quer aproveitar a folia, como as Cidades Históricas de Minas, Rio de Janeiro, Salvador e Olinda.
No entanto, para quem prefere paz e sossego, é possível descansar muito aproveitando as paisagens da Chapada dos Veadeiros em Goiás ou dos muitos destinos no interior de Minas Gerais e São Paulo.
Logo ali, em abril, três feriados! Serão celebrações com ligações religiosas e históricas. Minas Gerais é destino principal neste período.
De cara, no dia 18, celebramos a Sexta-feira Santa, a paixão de Cristo; no domingo, a festa da Páscoa; e na segunda-feira, 21, a inconfidência Mineira, celebrando a memória do mártir Tiradentes e relembrando umas das mais efervescentes passagens históricas de nosso país. Vale pensar em uma viagem mais longa e contemplativa em destinos como as cidades históricas de Ouro Preto, Tiradentes, Diamantina e muitas outras em nosso estado.
No mês seguinte, maio já começa com um feriado no primeiro dia do mês, com a data dedicada aos trabalhadores e bem em uma quinta-feira! Aí o fim de semana, fica ideal para descansar da correria e do cansaço do dia a dia. Neste contexto, as praias do Nordeste, como Porto de Galinhas (PE) e Morro de São Paulo (BA), ou do Sudeste, como Ipanema (RJ) e Ubatuba (SP), são ótimas escolhas, com chances de bate-volta a baixo custo se planejadas com antecedência.
Junho, além das festas juninas com muitos feriados religiosos regionais, o mês tem um feriado nacional no dia 19, a celebração de Corpus Christi e em uma quinta feira. Se planejar direitinho, dá até pra pensar no caso!
Além das datas de cunho religioso e mais tradicionais, em junho é possível aproveitar o início do inverno e as baixas temperaturas em lugares como Campos do Jordão em São Paulo ou desfrutar do friozinho e da gastronomia nas serras de Gramado no Rio Grande do Sul e nas charmosas cidades do Sul de Minas Gerais.
Planejamento é fundamental
Viram, são muitas as oportunidades, no entanto, o planejamento antecipado é fundamental para garantir os melhores preços e maximizar a experiência em cada destino escolhido.
Para se divertir, é preciso planejamento, mas isso não custa nada. Organizem suas agendas com antecedência e explorem lugares incríveis aproveitando as datas comemorativas.
Agora, como eu gosto muito de curtir o melhor do carnaval, trago aqui para os mais sossegados, um apanhado de 10 destinos no Brasil para quem quer descanso e tranquilidade.
Eu e boa parte dos Brasileiros se prepara para mais um Carnaval com blocos, desfiles e festas espalhadas por todo o país, mas sabemos que há quem prefira aproveitar o feriado prolongado de forma diferente, buscando sossego e contato com a natureza. O Brasil oferece uma infinidade de destinos ideais para se desconectar da agitação da folia.
Serra do Cipó (Foto: Canva)
Começamos por Minas Gerais! A Serra do Cipó, localizada a poucos quilômetros de Belo Horizonte, é um refúgio para amantes da natureza. Cachoeiras cristalinas, trilhas e paisagens encantadoras garantem o destino ideal para quem busca silêncio e ar puro.
Um pouco mais distante, Monte Verde, distrito de Camanducaia, é ideal para casais que procuram um refúgio romântico. Clima agradável e pousadas encantadoras, o local combina beleza natural e tranquilidade.
Já no Centro Oeste brasileiro, no coração de Goiás, recomendo a Chapada dos Veadeiros. Lá é garantido encontrarmos um cenário deslumbrante com cânions, formações rochosas e cachoeiras. Além disso, a energia mística do lugar te leva para um outro patamar de paz e harmonia para levar com tranquilidade, o restante do ano!!
No Paraná, a dica é a Ilha do Mel. Confesso que ainda não conheço, mas todos garantem, que a ilha, é o lugar perfeito para quem quer relaxar. Imaginem um lugar sem carros e com praias preservadas!! Diferente não é mesmo?
Já no Rio de Janeiro, temos também, mas é a Ilha Grande, com praias paradisíacas e muita área verde. Uma boa alternativa para quem quer escapar do agito da folia e dos grandes centros. O clima rústico e as trilhas ecológicas são um convite ao descanso.
Ainda em terras cariocas, Paraty, com seu centro histórico charmoso e cercado por montanhas e mar, é uma opção tranquila e cheia de cultura para o feriado. Aproveite os passeios de barco e visite as cachoeiras, são imperdíveis!
Já citei antes, mas vale reforçar, Campos do Jordão, em São Paulo. Conhecida pelo clima ameno mesmo no verão, a cidade oferece charme e aconchego. A arquitetura europeia, as pousadas acolhedoras e os bons restaurantes garantirão uma experiência tranquila e sofisticada. Pode confiar!
E se quiser ir ainda mais distante, recomendo o paraíso, os Lençóis Maranhenses! Os Lençóis Maranhenses são um ótimo destino para o Carnaval. As lagoas ainda podem ser vistas e o cenário de dunas é deslumbrante.
Tem ainda a Chapada Diamantina, na Bahia. A Chapada reúne cachoeiras imponentes, grutas e trilhas que atraem aqueles mais aventureiros. Descanso garantido!
Amazônia (Foto: Canva)
E na Região Norte, que eu tanto gosto e destaco por aqui sempre que posso, chega a vez da Amazonia! Para quem deseja uma experiência única, a Amazônia oferece ecoturismo em meio à maior floresta tropical do mundo. Sem falar dos passeios de barco, a oportunidade de avistar os animais e se hospedar em lodges. De fato, esta é uma conexão profunda com a natureza.
Como disse, isso tudo demanda planejamento, organização e estratégia. Eu sei perfeitamente, que não dá pra ficar saindo em todos os feriados, mas vale escolher as melhores datas, para cuidar do seu descanso, seu lazer e sua diversão!
Passagens imperdíveis
Hoje em dia, está cada vez mais fácil viajar. Temos os agentes de viagens que nos ajudam, mas temos também outras tantas ferramentas na internet, que nos ajudam a encontrar boas oportunidades com preços acessíveis e dentro do nosso orçamento.
Compartilho com vocês a novidade da vez para mim! Descobri um site, o passagens imperdíveis, que se tornou a referência na divulgação de promoções de passagens aéreas e turismo. A inovação, a meu ver, foi o lançamento do primeiro aplicativo com aviso ativo de promoções em tempo real. Isso facilita muito a nossa vida, quando estamos dispostos a planejar nossos passeios.
Em 2025, como bons viajantes que somos, não dá mais para não estarmos conectados com as melhores oportunidades de viagens, com facilidade e estratégia.
Eu acredito nos achados da internet, porque neste caso específico e como sou muito precavido, a credibilidade do “passagens imperdíveis” é reforçada, por já ter divulgado grandes empresas como Gol, CVC, Booking.com, ChilliBeans e Burger King, ampliando o alcance e a oferta de benefícios exclusivos para seus usuários.
É bom destacar, que é uma dica de quem gosta de viajar, mas enfatizo, que o “Passagens Imperdíveis”, não é uma agência, que vende passagens. A sacada é o monitoramento e o compartilhamento das informações e dicas sobre viagens, direcionando as informações para onde estão as possibilidades de promoções!
Daí, só nos cabe aproveitar, não é mesmo!
No mais, a quem possa interessar, este ano, começo meu Carnaval aproveitando o início da folia, na região de Carajás no Pará, conhecendo um pouco dos festejos em Parauapebas, passo em Curionópolis, que promete um carnaval cultural e rico em tradições regionais e depois, caio em Minas Gerais, aproveitando toda a festança, que está sendo preparada nas Cidades Históricas do Estado.
E você, animou a planejar seu semestre de festas? Fique atento, planejamento e organização, são sinônimos de qualidade e economia no turismo!
Até a próxima e boa viagem! Feliz Carnaval!
Siga o @portaluaiturismo no Instagram e no TikTok @uai.turismo
Sobre asas

O futuro diretor da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), Tiago Faierstein, hoje diretor Comercial da Infraero, vai ter uma sabatina de peso a respeito dos recentes acidentes aéreos no Brasil. Nos últimos 30 dias, foram três graves com aeronaves consideradas de excelente operação – dois bimotores e um jato.
Senadores que preparam os dossiês vão questionar como a ANAC tem fiscalizado o setor e o que pode fazer para minorar esse cenário na aviação executiva diante dos significativos números de acidentes nos últimos anos. Uma informação chama a atenção de autoridades, independentemente das causas que as investigações podem apontar: nos três acidentes com vítimas fatais – Gramado (RS), Ubatuba (SP) e São Paulo, semana passada – a operação era single pilot (um único piloto), enquanto a praxe para voo dos aviões acidentados era o emprego de piloto e co-piloto.
Novo presidente da Câmara, Hugo Motta exonerou mais de 400 funcionários comissionados na última sexta-feira, numa canetada só. É uma turma com maioria de salários médios – de R$ 2 mil a R$ 4 mil – comissionados lotados em lideranças e secretarias, que começou a telefonar para seus padrinhos políticos desde sábado pedindo novos empregos. E vem mais guilhotina a partir de hoje.
O Programa Farmácia Popular do Governo Federal beneficiou 24,07 milhões de pessoas em 2024, segundo o Ministério da Saúde. Presente em 4.758 municípios, a ação tem uma cobertura em 85% do Brasil com 31.170 farmácias credenciadas. Cerca de 95% dos medicamentos e insumos podem ser retirados de forma gratuita, como por exemplo tratamentos para doenças como diabetes, hipertensão, asma e rinite.
O Ministério dos Portos e Aeroportos homologou o leilão de granéis destinado a minério de ferro no porto de Itaguaí (RJ). O certame foi realizado pela Antaq no final do ano passado na B3 e teve a Cedro Participações como vencedora em lance único. A assinatura do contrato, que prevê investimentos de R$ 3,58 bilhões em 35 anos, será dia 2, com a presença do presidente Lula da Silva e do ministro Silvio Costa Filho.
Se o protecionismo de Donald Trump já preocupava a diplomacia brasileira, que o diga Javier Milei. O presidente argentino nomeou Gerardo Werthein como chanceler, empresário que era o Embaixador nos EUA. Werthein, com a ajuda do atual cônsul argentino em São Paulo, Luíz Kreckler, está redesenhando a estratégia com prioridade de comércio com os yankees. A Argentina é o 3º maior parceiro comercial do Brasil.
De janeiro a setembro de 2024, as associadas da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) faturaram R$ 76 bilhões – avanço de 14% comparado a 2023 (R$ 66,6 bi), apurou a Coluna com a Abrafarma. Os medicamentos venderam R$ 51,63 bilhões. Mas do destaque são as operações de e-commerce e delivery, que superam R$ 10,3 bilhões – 44% superior ao mesmo período de 2023.
#O experiente jornalista André Balocco assume comunicação da Conab em Brasília. #Escola Zion, de Niterói, lança cursos de IA e efeitos visuais para cinema. #FenaCap celebra 18 anos com R$ 24,11 bi pagos em resgates e sorteios até novembro. #Clavis lança IA para reforçar segurança empresarial contra ataques cibernéticos. #Würth e CWS Platform digitalizam interação entre 200 mil clientes. #Oito dos 12 setores do Guia Salarial 2025 acompanham a inflação, segundo Michael Page. #Banda Yahoo apresenta turnê acústica em teatros pelo Brasil em 2025. #Longa “Tudo Que É Sólido” encerra filmagens no interior de Minas Gerais.
FAB abate avião venezuelano que entrou clandestinamente no espaço aéreo do Brasil

A Força Aérea Brasileira (FAB) abateu um avião venezuelano suspeito de envolvimento com o tráfico de drogas. A aeronave entrou ilegalmente no espaço aéreo brasileiro na manhã desta terça-feira, 11, e desobedeceu às ordens de pouso forçado.
Após a interceptação com tiros, o avião caiu em uma área de floresta nas proximidades de Manaus (AM). De acordo com a corporação, a medida é utilizada como último recuso, após a aeronave descumprir todos os procedimentos estabelecidos e continuar o voo ilícito.
Dois homens que pilotavam a aeronave foram encontrados mortos. Durante a operação, realizada em conjunto com a Polícia Federal (PF), os agentes localizaram um carregamento de drogas dentro do avião, cuja quantidade ainda está sendo avaliada.
Segundo a FAB, a aeronave não tinha identificação e foi detectada invadindo o espaço aéreo brasileiro. Diante disso, foram iniciadas “medidas de averiguação” para identificar sua procedência. Os procedimentos adotados seguem o Decreto nº 5.144, de 2004, que regulamenta a chamada “Lei do Abate”.
Os militares ordenaram que o avião alterasse a rota e pousasse em um aeródromo na região amazônica. Como não houve resposta, tiros de aviso foram disparados. Após a continuidade do voo irregular, a FAB classificou a aeronave como “hostil” e aplicou o Tiro de Detenção (TDE), recurso extremo utilizado para impedir a continuidade do voo ilícito.
“Não atendendo aos procedimentos coercitivos descritos no Decreto nº 5.144, a aeronave foi classificada como hostil e, dessa forma, submetida ao Tiro de Detenção (TDE), que consiste no disparo de tiros, com a finalidade de impedir a continuidade do voo. Essa medida é utilizada como último recurso, após a aeronave interceptada descumprir todos os procedimentos estabelecidos e forçar a continuidade do voo ilícito”, informou a FAB.
Carne, café, azeite: ‘vilões da inflação’ vão continuar a subir?

Com o governo Lula e os consumidores de olho nos preços dos alimentos neste início de ano, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou nesta terça-feira (11/2) que a inflação fechou janeiro em alta de 0,16%.
Em 12 meses, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medida oficial da inflação no país, acumula alta de 4,56%, desacelerando em relação aos 4,83% registrados em dezembro.
Foi a menor variação do IPCA para um mês de janeiro desde a implantação do Plano Real, em 1994, devido principalmente a uma queda de 14,21% no preço da energia elétrica residencial, por conta do repasse do “bônus de Itaipu” às contas de luz.
O bônus tem origem num saldo positivo de R$ 1,3 bilhão na conta de comercialização de energia da usina hidrelétrica de Itaipu, distribuído como crédito na conta de luz dos brasileiros, seguindo uma regulamentação do setor.
Se a conta de luz ajudou, esse não foi o caso dos transportes (com alta de 1,3%, puxada pelos reajustes das passagens aéreas e do transporte urbano em diversas capitais) e de alimentos e bebidas, que subiram 0,96% em janeiro, com uma alta de 1,07% na alimentação em domicílio, puxada pela cenoura (36,14%), tomate (20,27%), e café moído (8,56%).
Mas o que esperar para o preço de alimentos como carne, café, laranja, óleo de soja e azeite, que foram os “vilões da inflação” no período recente?
Conversamos com André Braz, coordenador de Índices de Preços na Fundação Getulio Vargas (FGV), para saber o que vem por aí.
Carnes
As carnes subiram 0,36% em janeiro e em 12 meses acumulam alta de 21,17%, bem acima da inflação geral (4,56%).
Segundo Braz, a carne está em alta desde o ano passado por uma combinação de dois fatores.
Produtores abateram muitas fêmeas no ano passado, e são elas que produzem os bezerros. A redução no número de bois no pasto afeta a oferta de carne
O primeiro fator foi a desvalorização da nossa moeda, que contribuiu para o Brasil bater recorde de exportação de carne no ano passado. Isso é bom para a balança comercial do país, mas deixa menos produto disponível no mercado interno.
O segundo fator é o chamado ciclo pecuário.
Por conta da queda do preço do boi em 2023, os produtores aumentaram o abate de fêmeas. Isso gera caixa para o produtor e aumenta temporariamente a oferta de carne, mas reduz o rebanho no médio prazo, já que são as fêmeas (chamadas de matrizes) que produzem os bezerros. Essa redução de oferta empurra os preços da carne para cima, que foi o que aconteceu no ano passado.
E a alta de preços deve se manter em 2025, já que leva tempo para recompor os rebanhos.
Café
O preço do café explodiu no ano passado, e o café moído acumula alta de 50,35% em 12 meses até janeiro.
“O café tem um ciclo bianual, então tem ano que [a oferta] é um pouco mais estável, e 2025 é o ano de oferta mais fraca para ele”, diz o economista da FGV.
‘O café tem um ciclo bianual e 2025 é ano de oferta mais fraca’, diz economista
Em 2024, o preço do café teve forte alta em meio a uma seca histórica que afetou os cafezais entre agosto e setembro, seguida por fortes chuvas em outubro.
“O efeito climático do ano passado pegou o café quando a gente esperava que a safra fosse boa, e aí a florada foi comprometida pela seca, então isso diminuiu a oferta. E esse ano é um ano fraco, então o café deve continuar como um dos itens que seguirão acumulando um maior aumento de preço”, prevê Braz.
Laranja
O preço da laranja foi recorde em 2024, com a laranja lima acumulando alta de 59,56% em 12 meses até janeiro e a laranja pera subindo 34,52% no mesmo período.
Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a alta nos preços foi causada pelo clima seco e temperaturas elevadas nas regiões produtoras, que afetaram a produtividade das lavouras.
Safra 2024/25 de laranja vai ser 27% menor do que a anterior, mantendo preços da fruta pressionado
Na safra 2024/25, produtores do Estado de São Paulo e do Triângulo Mineiro devem colher 223,14 milhões de caixas de 40,8 kg de laranja, conforme o relatório de dezembro do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), 27,4% menos do que na safra anterior (2023/24).
“A laranja vai depender mais da safra de outros países, [para definir] como é que o preço internacional dela vai se comportar, e o Brasil pode ter um grande protagonismo na exportação de laranja, porque também é um grande produtor mundial e pode se valer disso”, diz Braz.
“Mas o preço vai continuar pressionado, e se a gente exportar muito, isso vai virar um problema para a oferta doméstica”, completa o especialista em inflação.
Óleo de soja
O óleo de soja acumula alta de 24,55% em 12 meses, mas aqui as perspectivas são mais positivas, graças à projeção de safra recorde para o grão este ano.
Em janeiro, o óleo já registrou queda de 0,87%, segundo o IPCA.
‘Óleo de soja não vai recompor o preço de dois anos atrás, mas pode ser que deixe de subir ao longo de 2025’, prevê economista da FGV
“O óleo é o item que tem mais chances de desacelerar, porque o preço da soja vem recuando”, diz o economista da FGV.
“Então talvez o óleo acumule alguma queda de preço ao longo desse ano — ele não vai recompor o preço de dois anos atrás, mas pode ser que deixe de subir ao longo de 2025.”
Azeite
Um item de consumo das famílias brasileiras de renda mais alta, o azeite acumula um aumento de 17,24% em 12 meses, segundo o IBGE, com os preços internacionais tendo sido impactados nos últimos anos por secas históricas nos principais países produtores.
Neste início de ano, os preços no mercado externo já estão em queda, devido a uma safra melhor na Espanha, país responsável por mais de 40% da produção global de azeite.
Preços internacionais do azeite estão em queda, com safra maior na Espanha, mas câmbio deve impedir que preços baixem de forma significativa no Brasil
Mas, segundo Braz, é improvável que os preços voltem ao patamar pré-crise por aqui, porque o Brasil importa 99% do azeite consumido internamente, e o câmbio desvalorizado não deve ajudar.
“O azeite sofreu com um problema de clima, e vai depender das safras na Espanha, Portugal e Grécia, que são os grandes produtores mundiais de azeite”, diz Braz.
“Com o agravante da nossa desvalorização cambial, acredito que tem pouco espaço para vermos o azeite ficar muito mais barato.”