Defesa abandona Alexandre Correa após denúncias e ameaças
Alexandre Correa – (crédito: Reprodução Instagram)
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Mesmo após deixar o caso, o advogado garante que ele e Correa continuam amigos
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Alexandre Correa – (crédito: Reprodução Instagram)
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Após receber ameaças, o advogado que representa Alexandre Correa, no processo contra a apresentadora Ana Hickmann, decidiu deixar o caso. Enio Martins Murad esteve a frente do processo durante cento e cinquenta dias.
Em entrevista à revista Quem, Enio já adiantou que ele e Alexandre continuam amigos, apesar do fim do relacionamento profissional. O profissional teria recebido ameaças de morte e denúncias à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), através das redes sociais.
Murad afirma que optou por investigar para descobrir quem são os autores dos ataques virtuais. “Quero buscar a investigação de quem são os grupos cibernéticos e pessoas físicas que estão preocupados em desonrar minha imagem, intimidar meu comportamento, inclusive me ameaçando publicamente de morte e de me denunciar para a OAB pelo meu comportamento combativo na defesa dos interesses do meu cliente”, disse o advogado.
Em seguida, Enio continuou: “Preciso, então, me afastar do caso nesse momento para que seja apurado quem são os autores dessas ameaças. E para que eu tenha isenção nesse processo, porque nós cremos que esses ataques por robôs cibernéticos são promovidos pela parte ex-adversa e seu novo convivente, colega de 20 anos de trabalho, o cozinheiro da Bandeirantes”, referindo-se a modelo Ana Hickmann e Edu Guedes.
Apesar de entregar o caso, Martins acredita que concluiu com êxito o seu trabalho, e informa quem serão os próximos advogados e defesa de Alexandre Correa: “Assim, vou sair de todos os processos que envolvem o conflito do casal Alexandre Correa e Ana Hickmann. Considero meu trabalho de atuação
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Em entrevista à revista Quem, Enio já adiantou que ele e Alexandre continuam amigos, apesar do fim do relacionamento profissional. O profissional teria recebido ameaças de morte e denúncias à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), através das redes sociais.
Murad afirma que optou por investigar para descobrir quem são os autores dos ataques virtuais. “Quero buscar a investigação de quem são os grupos cibernéticos e pessoas físicas que estão preocupados em desonrar minha imagem, intimidar meu comportamento, inclusive me ameaçando publicamente de morte e de me denunciar para a OAB pelo meu comportamento combativo na defesa dos interesses do meu cliente”, disse o advogado.
Em seguida, Enio continuou: “Preciso, então, me afastar do caso nesse momento para que seja apurado quem são os autores dessas ameaças. E para que eu tenha isenção nesse processo, porque nós cremos que esses ataques por robôs cibernéticos são promovidos pela parte ex-adversa e seu novo convivente, colega de 20 anos de trabalho, o cozinheiro da Bandeirantes”, referindo-se a modelo Ana Hickmann e Edu Guedes.
Apesar de entregar o caso, Martins acredita que concluiu com êxito o seu trabalho, e informa quem serão os próximos advogados e defesa de Alexandre Correa: “Assim, vou sair de todos os processos que envolvem o conflito do casal Alexandre Correa e Ana Hickmann. Considero meu trabalho de atuação .836494 14.6263 0.547319 14.4159 0.331907C14.3137 0.226866 14.1914 0.143379 14.0563 0.0863742C13.9213 0.0293674 13.7761 -8.46257e-08 13.6295 -9.74423e-08C13.4829 -1.10259e-07 13.3378 0.0293673 13.2027 0.0863741C13.0677 0.143379 12.9454 0.226866 12.8431 0.331907L0.342583 13.1581C0.12303 13.3834 0.000152886 13.6855 0.000152858 14C0.000152831 14.3145 0.12303 14.6166 0.342583 14.8419L12.8431 27.6681C12.9454 27.7731 13.0677 27.8566 13.2027 27.9136C13.3378 27.9706 13.4829 28 13.6295 28C13.7761 28 13.9213 27.9706 14.0563 27.9136C14.1914 27.8566 14.3137 27.7731 14.4159 27.6681L14.4159 27.6705Z” fill=”black”/>
Tags alexandre correa vitorioso até esse momento e quem vai assumir os processos serão os advogados Bruno Ferullo, Diva Carla Bueno Nogueira e Sergue Barros”.
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Eclipse solar total: foguetes e aviões vão tentar desvendar mistérios do Sol durante fenômeno
Um raro eclipse solar total poderá ser visto a olho nu na América do Norte e em parte da Europa na segunda-feira, 8 de abril. No fenômeno, a lua tampará o Sol por completo, transformando temporariamente o dia em noite por cerca de 4 minutos e meio, a depender do local (que não inclui o Brasil, onde ele será imperceptível). Para pesquisadores do espaço, o evento será uma oportunidade de investigar alguns dos maiores segredos ainda não revelados sobre o sol.
Estados Unidos: seis prisioneiros entram na justiça e conseguem permissão para ver eclipse solar total Ansiedade, hora de dormir e acasalamento: animais podem se comportar de forma ‘estranha’ durante o eclipse; entenda
A agência espacial americana (Nasa), que transmitirá o eclipse ao vivo, preparou jatos WB-57, capazes de sobrevoar em uma grande altitude, para percorrem a trajetória completa do fenômeno e coletar dados sobre o Sol enquanto ele acontece.
Os aviões WB-57 estarão equipados com instrumentos científicos específicos durante o voo, a mais de 15 mil metros acima da superfície terrestre, para obter uma visão clara da atmosfera ao redor do Sol. Conhecida como coroa, esta atmosfera é milhões de graus mais quente do que a superfície da estrela central do nosso sistema, mas a ciência até hoje não sabe os motivos por trás disso.
Enquanto isso, a Nasa está equipando seus aviões WB-57 com instrumentos científicos enquanto voam a 50.000 pés (15.240 metros) acima da superfície da Terra para obter uma visão clara da atmosfera externa do sol.
Eclipse solar total: onde será visto, óculos, como acompanhar no Brasil e tudo sobre o eclipse do dia 8
Chamada de coroa solar, a atmosfera é milhões de graus mais quente do que a superfície do sol, mas os cientistas não sabem por quê. É nesta camada do Sol onde ocorre o nascimento do vento solar — um fluxo constante de partículas e materiais que fluem do Sol e afetam a Terra e outros planetas. Ela ficará visível durante o eclipse, quando a lua bloqueará a luz do Sol, permitindo que os cientistas possam analisar os detalhes da sua estrutura.
Segundo a Nasa, o melhor momento para ver a gama completa de dinâmicas na coroa é durante um eclipse solar total. O problema é que, como em todos os eclipses, em qualquer local ao longo do caminho esperado, a duração total será de menos de quatro minutos e meio, tempo que não é suficiente para observar mudanças na coroa.
Saiba mais: Cidades no rastro de ‘eclipse solar total’ quadruplicam diárias, que chegam a R$ 3 mil
Para resolver isso, a agência fará um “mega filme” com ajuda de centenas de voluntários que vão capturar imagens para três projetos de ciência cidadã financiados pela agência espacial americana. Com os fotógrafos posicionados ao longo de todo o caminho do eclipse, a Nasa espera contar com mais de 90 minutos de imagens para fazer a análise científica. O projeto já selecionou e enviou suportes de rastreamento para mais de 70 pessoas que estarão posicionadas ao longo do caminho do eclipse nos Estados Unidos e no México.
2 de 4 Voluntários selecionados estarão em todo o trajeto do eclipse — Foto: Divulgação/Eclipse Megamovie/Jeffreu Reedy/Nasa Voluntários selecionados estarão em todo o trajeto do eclipse — Foto: Divulgação/Eclipse Megamovie/Jeffreu Reedy/Nasa
Outros 80 fotógrafos que possuem suas próprias câmeras DSLR e suportes de rastreamento e que planejam estar na sombra da Lua em 8 de abril também se juntaram ao projeto. Liderado por Amir Caspi do Southwest Research Institute no Colorado, o projeto Citizen Continental-America Telescopic Eclipse (CATE) 2024 também colocará 35 equipes na trajetória do eclipse do Texas ao Maine para capturar a coroa em luz polarizada.
Três foguetes com sondas também vão decolar das instalações da Nasa, no estado americano da Virgínia, nos momentos antes, durante e depois do eclipse. O objetivo é medir o impacto do Sol na atmosfera superior da Terra, conhecida como ionosfera.
Quando vai acontecer o eclipse solar total?
Com duração de dois minutos a mais que os últimos dessa categoria, sua coroa solar será mais visível do que a do último, que aconteceu em 2017. O fenômeno inicia no sul do Oceano Pacífico e começará a ser perceptível às 16h — horário de Brasília —, na costa do México, e terminará às 17h, na costa Atlântica do Canadá.
3 de 4 As etapas do Eclipse Solar Total — Foto: Arte O GLOBO As etapas do Eclipse Solar Total — Foto: Arte O GLOBO
Quando foi o último eclipse solar?
No Brasil, o último eclipse solar total que pôde ser visto aconteceu aconteceu em 1994, ou seja, há 20 anos. Pessoas de quase todo o país puderam acompanhar a ocorrência deste evento astronômico.
No ano passado, em 14 de outubro de 2023, espectadores brasileiros também puderam acompanhar um eclipse solar — mas neste caso, ele ocorreu parcialmente, na forma anular, quando “o Sol não fica totalmente encoberto pela Lua, restando apenas um anel visível do disco solar”, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Qual o próximo eclipse solar no Brasil?
Também neste ano ocorrerá um eclipse solar, mas do tipo parcial, quando a Lua “cobre” apenas uma fração do Sol. De acordo com o especialista Negreiros, da UFF, o fenômeno vai acontecer logo no início de outubro, dia 2. A oportunidade de um eclipse solar total vai ocorrer somente em 2045, devido a sua raridade.
4 de 4 Para tirar foto do eclipse solar, é preciso usar filtros específicos — Foto: Martin Bernetti/AFP Para tirar foto do eclipse solar, é preciso usar filtros específicos — Foto: Martin Bernetti/AFP
Onde vai ser possível observar o eclipse solar total?
Apesar de ser visto em praticamente todo o território dos Estados Unidos, somente 31,6 milhões de pessoas poderão ver o fenômeno de forma total, em comparação com os 12 milhões de 2017. O resto verá de forma parcial. Mesmo não sendo possível assistir do Brasil, a Nasa permitirá acompanhamento através das redes sociais e canais oficiais.
Como observar o eclipse solar total?
Quando a Lua bloqueia completamente a face brilhante do Sol, não é seguro olhar diretamente para a estrela sem proteção ocular especializada. Observar qualquer parte do Sol brilhante através de lentes de câmera, binóculos ou telescópio sem um filtro solar especial pode causar lesões oculares graves.
Ao observar as fases parciais do eclipse solar diretamente com seus olhos, é preciso olhar através de óculos de visualização solar seguros — óculos de eclipse— ou de um visualizador solar portátil seguro, indica a NASA. Também é possível usar um método de visualização indireta, como um projetor pinhole.
Os óculos de eclipse não são óculos de sol normais. Os que são utilizados no cotidiano, por mais escuros que sejam, não são seguros para ver o sol. Os padrões para observar o fenômeno devem cumprir o padrão internacional ISO 12312-2. A Nasa não aprova nenhuma marca específica de visualizadores solares.
Caso o objeto esteja rasgado, arranhado ou danificado de outra forma, o ideal é descartar o dispositivo. Além disso, a NASA aconselha que óculos para eclipses ou visualizadores portáteis com câmeras, binóculos ou telescópios, pois requer diferentes tipos de filtros solares.
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Brasil é favorito ao prêmio de Melhor Destino Gastronômico da América do Sul
Brasil é favorito ao prêmio de Melhor Destino Gastronômico da América do Sul (Cozinha show do estande Brasil na WTM Londres. Apresentação culinária e cultural (Foto: @paespelomundo))
Pela primeira vez em mais de uma década o nome do Brasil surge, com favoritismo, ao prêmio de Melhor Destino Gastronômico da América do Sul. No World Travel Awards, uma das mais conceituadas premiações do turismo mundial, o Brasil já foi agraciado como melhor destino para cruzeiros em 2023; viagens para jovens em 2022; destino LGBTQIA+ em 2019; turismo esportivo, nos anos de 2010 a 2012; mas ainda não foi premiado como destino culinário, nome da categoria.
Embora tenhamos uma diversidade culinária criativa a partir de uma miscigenação da culinária de imigrantes e dos povos nativos, com insumos como a macaxeira, a farinha de milho, o cacau, a variedade de frutas como as bananas, o butiá, pequi que refletem em pratos únicos no mundo, o Brasil ainda não foi reconhecido como um destino de destaque gastronômico.
Barriga de porco pururuca pela chef Janaína Torres (Foto: Leandro Langoni)
A melhor chef do mundo
Para se chegar ao topo de prêmios como estes é preciso um trabalho contínuo e empenhado de pedagogia sobre essa diversidade, de autoconhecimento e que reflita na melhor divulgação do que é viajar pela gastronomia do Brasil. Trabalho que vem sendo feito por meio das conquistas individuais de chefs como Janaína Torres Rueda, que recentemente conquistou o título de melhor chef do mundo no “50 Best”, bem como o de dezenas de chefs “anônimos” que vem transformando a culinária brasileira. Desde 2023, a nova gestão da Embratur vem investindo esforços na campanha do Brasil Gastronômico.
Na WTM Londres, uma das maiores feiras de turismo do mundo, presenciei uma grande cozinha show que uniu atrações culturais ao melhor tempero do Brasil, montada pela Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo. Chefs como Paulo Machado e sua cozinha pantaneira apresentaram pratos surpreendentes para visitantes de vários lugares do mundo. A curiosidade pela volta do Brasil como destaque no turismo mundial atraiu dezenas de profissionais ao estande da feira, todos os dias.
Sucos de caju e caipirinhas servidas a profissionais do turismo em Londres (Foto: @paespelomundo)
Brasil nas feiras de turismo
Enquanto isso, 51 coexpositores – entre operadoras, cias aéreas, receptivos, hotéis e outros presentes na WTM Londres faziam negócios, entre brigadeiros e coxinhas, entre sucos de caju e caipirinha, viabilizando a vinda de novos turistas e investimentos para o turismo local. O reflexo desse esforço em conjunto, dessa união entre chefs badalados que utilizam a natureza de forma sustentável e políticas públicas para o turismo é este: o Brasil é favorito ao prêmio de Destino Gastronômico em 2024. Ao lado da Embratur, o Ministério do Turismo tem levado a gastronomia brasileira aos mais importantes eventos da área, como os preparativos para a COP30. O momento é único. Reúne interesse do governo brasileiro, atuação da Embratur e Ministério do Turismo, uma infinidade de bons profissionais do turismo e da gastronomia, além, claro, da tradição Diplomática do Brasil em participar dos encontros e conferências sobre o clima, biodiversidade, energias renováveis nesse novo cenário da sustentabilidade mundial.
Estande do Peru na WTM Londres servindo ceviches, lomitos e patacones (Foto: @paespelomundo)
A gastronomia peruana no mundo
O Peru, vencedor de 11 prêmios como Destino Mundial da Gastronomia nos últimos 12 anos – só perdeu no ano de 2020 devido ao fechamento durante a pandemia, quando a Colômbia ganhou o referido prêmio – fez a tarefa de casa há muitos anos. Entre tantas políticas utilizadas pelo país andino para se chegar, e se manter, no topo da gastronomia mundial, está a participação contínua do Peru nos melhores e maiores eventos da gastronomia e do turismo no mundo.
Em todas as feiras de turismo, oportunidade imprescindível para um país mostrar sua força e seu potencial turístico, demonstrando inclusive o tipo de turista que deseja atrair para o destino, o Peru sempre apresenta uma cozinha show com apresentações de chefs, servindo ceviches, lomitos e patacones, nomes que se tornaram popular entre os mais leigos em gastronomia, mas espertos no que há de melhor para comer no mundo.
“Lomitos saltados” do restaurante Bairro Cebiche, em Cusco/ Peru (Foto: @paespelomundo)
O novo turismo gastronômico
Deixo aqui mais uma dica, para o turismo de cidades e estados que queiram se destacar entre tantas possibilidade e atrações no Brasil e no mundo: invistam em gastronomia. Turismo Gastronômico não é nada novo, mas está repleto de novas possibilidades. Pense nisso!
Você pode ajudar o Brasil a ganhar de fato esse prêmio! A votação está aberta até hoje, 7 de abril, no site https://www.worldtravelawards.com
Thiago Paes é consultor em turismo gastronômico, apresentador de TV no Travel Box Brazil e colunista de Viagem e Gastronomia. Está nas redes sociais como @paespelomundo
Siga o @portaluaiturismo no Instagram e no TikTok @uai.turismo
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João Campos se inspira em Eduardo Paes e trava pressão do PT por vice no Recife
O prefeito do Recife, João Campos (PSB), tornou pública a posição de tratar somente nas convenções partidárias, em julho, da definição do nome que ocupará a sua vice na disputa pela reeleição.
Ele está pressionado pelo PT, que quer preencher a vaga na expectativa de assumir a prefeitura em caso de renúncia do prefeito para ser candidato a governador em 2026 ou de ter apoio dele para um eventual candidato petista no enfrentamento contra a governadora Raquel Lyra (PSDB).
O prefeito do Recife relatou a aliados que pretende usar estratégia semelhante à do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, de ter o controle do processo de escolha do vice e evitar cair em pressões petistas.
Paes também está pressionado pelo PT a ceder a vice no Rio de Janeiro. Possível candidato a governador em 2026, o prefeito da capital fluminense quer um aliado de primeira hora na linha de sucessão. O favorito para ocupar a vaga é o deputado federal Pedro Paulo (PSD).
O PT acredita que será mais fácil obter a vice no Recife do que no Rio e, para isso, quer contar com a articulação direta do presidente Lula. O chefe do Executivo federal teve encontros recentes com Campos, mas sem chegar a conclusões definitivas sobre o cenário no Recife.
Por outro lado, o PSB de Pernambuco aposta no insucesso do pleito do PT no Rio para justificar a não obrigatoriedade de ceder a vice ao PT. O entorno de Campos diz que não haverá como o PT justificar ter sido rifado no Rio e manter o apoio a Paes e não fazer o mesmo na capital pernambucana com um prefeito aliado.
Campos já confessou a pessoas próximas que defende o direito de Paes de definir o seu vice ouvindo os partidos aliados, o que foi interpretado como um sinal de restrição ao PT no Recife, que tem cenário semelhante.
No Recife, o PT abriu inscrições para a candidatura a vice-prefeito, mesmo sem ter a certeza de que ocupará a vaga. O episódio foi entendido como uma pressão sobre o prefeito, que não deu sinais de que acatará o calendário petista, que queria definir a situação até abril.
Em reação, Campos disse que apenas tratará do assunto em julho.
“É um prazo da própria legislação eleitoral. Quando se apresenta vice oficialmente é nas convenções. Nossa construção política é ouvindo todo mundo, construindo com os partidos aliados e a frente [política] que está em construção”, afirmou o prefeito.
O PT assimilou as mensagens como recados para frear o processo de escolha de vice, cujo posto não está assegurado. O diretório municipal aboliu a ideia de submeter os nomes a uma votação interna até abril. Agora, o partido entende, em Pernambuco, que as tratativas ficarão a cargo do presidente Lula e da cúpula do PT, cabendo à instância municipal, posteriormente, escolher um eventual nome.
Os petistas pernambucanos acreditam que, se Lula tiver irredutível com o pedido de vice, Campos não negará, mas há dúvidas entre os próprios integrantes do PT se o presidente estaria disposto a se mostrar intransigente no pleito junto ao prefeito.
No PT, dois nomes se inscreveram como pré-candidatos a vice-prefeito: o deputado federal Carlos Veras (PE) e Mozart Sales, um dos auxiliares do ministro Alexandre Padilha no Ministério das Relações Institucionais.
Padilha, inclusive, é um dos principais defensores de Mozart no PT. Por ser ministro, seu patrocínio é visto como forte nos bastidores do partido e da política local. Ambos são médicos e foram colegas no movimento estudantil universitário.
Mozart Sales também conta com apoio da senadora Teresa Leitão e da maioria do diretório do partido no Recife. Já o outro senador do PT de Pernambuco, Humberto Costa, defende o nome de Carlos Veras.
Para o PT, a fala de Campos sobre ouvir partidos aliados é tida como outra adversidade. Os petistas acreditam que siglas como MDB, Avante e Republicanos não sairiam em defesa de petistas.
Em paralelo, o prefeito continua em articulações para atrair outros partidos para a sua aliança. Há duas semanas, fechou o apoio do MDB, o que garantirá mais tempo de propaganda no rádio e na televisão durante a campanha.
O partido era especulado para aderir totalmente ao governo de Raquel Lyra e deixar a base de Campos, mas o prefeito conseguiu reverter o cenário ao garantir a filiação de vereadores para disputar a eleição pelo MDB, ajudando a ter chapa para montar bancada expressiva na Câmara Municipal.
Campos também está confiante em ter apoio da União Brasil, mesmo com o deputado federal Mendonça Filho, desafeto do PT, na presidência da legenda no Recife. Conta também com o ex-prefeito de Petrolina Miguel Coelho como voz na União Brasil a seu favor e acredita que haverá um acordo no Recife, mesmo se Mendonça Filho tiver posição pessoal diferente.
A União Brasil poderá ser determinante na tentativa do prefeito de obter o maior tempo de propaganda no rádio e na televisão. Cálculos internos dos partidos indicam que Campos já superou a coligação de Gilson Machado Neto (PL) e do candidato a ser lançado por Raquel Lyra, possivelmente o ex-deputado Daniel Coelho, que terá apoio de PSD, Podemos, PP, PDT e da federação PSD/Cidadania.
O entendimento do PSB é que, mesmo com alcance forte e 2,4 milhões de seguidores somente no Instagram, o rádio e a televisão são importantes para responder eventuais críticas da oposição ou tentativas de desconstruir a imagem do prefeito.
CENÁRIO ELEITORAL NO RECIFE
Partidos acertados com João Campos: PSB, MDB, Republicanos e Avante
Partidos que devem apoiar João Campos: federação PT/PV/PC do B
Partidos que vão apoiar candidato(s) de Raquel Lyra: PSDB/Cidadania, PSD, Podemos, PP, PDT
Partido da base de Raquel que vai lançar candidatura sem apoio da governadora: PL
Candidatura própria: federação PSOL/Rede
Indefinidos: União Brasil e Solidariedade
Semana do show de Madonna tem alta de 27% em compra de voos para o Rio. Veja de onde os turistas vêm
Com a iminente chegada da cantora Madonna ao Rio de Janeiro, a cidade se prepara para um boom no turismo internacional. A “rainha do pop” irá realizar uma única performance na América do Sul na noite de 4 de maio, na praia de Copacabana. Com uma duração de aproximadamente duas horas, o evento promete atrair mais de 1 milhão de espectadores à orla carioca. De acordo com dados fornecidos pela plataforma Forward Keys, a entrada de visitantes estrangeiros na cidade durante a semana do aguardado show, em comparação com o mesmo período do ano anterior, será de 27,3%.
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Canal do EXTRA no Whatsapp: Entre no canal Servidor Público e não perca as principais notícias
Ainda segundo dados da plataforma, quase 7,5 mil bilhetes aéreos já foram emitidos de diversos países do mundo, com destino ao Brasil através do Rio de Janeiro, em antecipação ao espetáculo. Os principais países emissores desses bilhetes incluem Argentina, Chile, Estados Unidos, França e Reino Unido, com aumentos significativos nas reservas aéreas.
O aumento previsto no fluxo de turistas internacionais também reflete nos números da ocupação hoteleira. De acordo com o Sindicato dos Hotéis e Meios de Hospedagem do Rio de Janeiro (HotéisRio), a expectativa é que a ocupação hoteleira atinja a marca impressionante de 100% durante a semana do show de Madonna. Em períodos normais, esse número gira em torno de 70%, demonstrando o impacto positivo que grandes eventos como este têm na economia local.
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O presidente da Embratur, Marcelo Freixo, enfatizou a aptidão do Rio de Janeiro para sediar grandes eventos.
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– O Rio é uma das vitrines do Brasil. É uma capital importante de um estado muito importante, e que é, por si só, internacional. Temos experiência em receber todos os anos grandes eventos, seja de cultura, de esporte ou de política internacional. Em 2024, além do show da Madonna, teremos a Cúpula do G-20, por exemplo – afirmou.
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Relator vota contra cassação de Sergio Moro em julgamento no Paraná
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Paraná começou a julgar nesta segunda-feira (1º/4) a ação eleitoral que pede a cassação do senador Sergio Moro (União Brasil-PR) por suposto abuso de poder econômico. O voto do relator da ação, desembargador Luciano Carrasco Falavinha, isentou o ex-juiz do cometimento de crime eleitoral em 2022.
Para o relator não há provas no processo que possam dar razão as acusações contra Moro — nem de abuso de poder econômico nem de uso de caixa dois na campanha do senador. O entendimento de Falavinha também aponta que apesar de contabilizar um gasto em pré-campanha de cerca de R$ 400 mil, em favor do princípio do pró-sufrágio, não há razão para dar prosseguimento a cassação do ex-juiz.
O magistrado apontou que o julgamento é imparcial e que o que está sendo analisado não é a Operação Lava Jato e sim o cometimento de crime eleitoral pelo candidato Sergio Moro. “Não se vai aqui julgar a Operação Lava Jato, dos seus erros e acertos”, disse.
Logo na abertura do julgamento, que teve a sustentação oral dos advogados e do Ministério Público e o voto, que isentou o ex-juiz do cometimento de crime eleitoral por excesso de gastos no período da pré-campanha eleitoral de 2022.
“Não há previsão legal sobre gastos de pré-campanha. Por mais que o limite de campanha possa ser utilizado como uma referência”, disse.
O argumento central da acusação do PL e PT contra Moro, é quanto ao valor gasto na pré-campanha, mas o magistrado apontou que não é possível apontar uma individualização desses valores antes mesmo do registro das candidaturas.
O relator ainda apontou que nenhum dos valores apresentados pelos advogados nas sustentações orais estavam de acordo com os valores apresentados nos autos do processo e discorreu que não há uma definição sobre o que seriam os valores permitidos no período de da pré-campanha.
Falavinha também refutou o argumento da acusação que Moro usou a pré-campanha para presidência como forma de ampliar o capital político na disputa ao Senado pelo Paraná. Para ele é absolutamente normal da democracia fazer negociações sobre quais cargos os políticos vão disputar e usou como exemplo o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que se lançou pré-candidato à presidência da República, mas acabou recuando e concorrendo à reeleição do governo gaúcho.
“Candidatura não nasce da noite para o dia. São construídas no dia a dia, dentro dos partidos. Não se pode fazer a soma das despesas da pré-campanha para concluir que houve abuso.”
O desembargador acabou por acolher a tese da defesa de Moro analisando apenas as despesas realizadas no Paraná. O relator apontou que nos valores juntados ao processo das passagens aéreas usadas por Moro, somente três se destinavam ao Paraná. Para ele, o ex-juiz só se dedicou, efetivamente, à campanha no Paraná depois de 10 de junho de 2022, quando teve a transferência do domicílio eleitoral para São Paulo anulada pela Justiça Eleitoral.
Quanto a possibilidade de utilização de caixa 2 na campanha, com a contratação do escritório do advogado Luis Felipe Cunha, primeiro suplente de Moro no Senado, Falavinha apontou que o valor da contratação do escritório é considerável, com valores compatíveis com renomados escritórios de ex-ministros do Supremo, mas reforçou que apenas o valor não prova o desvio e não observou outros elementos probatórios nos autos comprovando a prática do crime eleitoral.
Ao final do voto do relator, o juiz José Rodrigo Sade, escolhido em fevereiro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a cota de advogados no TRE-PR, pediu vista ao processo. A corte é formada por sete juízes e, após o voto do relator, o julgamento continua com os votos dos outros 6 julgadores na próxima quarta-feira (3/4). Independente do resultado na corte regional, tanto defesa quanto acusação devem recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que terá a última palavra sobre o futuro do ex-juiz.
Se condenado no TSE, Moro perde o mandato e se torna inelegível por oito anos, a partir da eleição de 2022, o que o impede de disputar cargos até 2030, e novas eleições extraordinárias no Paraná devem ser realizadas para preencher a cadeira do estado.
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60 anos do golpe: Como o decreto da ditadura de 1964 mexeu com a política no Ceará – PontoPoder
Quando a crise começou a eclodir, em 31 de março de 1964, um clima de incerteza pairou sobre a política cearense. O anúncio das Reformas de Base, feito poucas semanas antes pelo então presidente João Goulart, tinha intensificado os acenos conspiratórios de parte das lideranças de mandato e empresariais do Estado às Forças Armadas, mas não havia previsão de se e quando o levante militar se concretizaria.
Uma tentativa de impeachment, o deslocamento de tropas de Minas Gerais e do Rio de Janeiro em ofensiva, o sitiamento de Brasília e sete mortes depois – todos civis –, o Golpe se consolidou em 1º de abril. Houve uma tentativa de resistência por sindicatos, movimento estudantil e até por parte do corpo militar baseado em Fortaleza, mas sem eficiência.
Jango, como era chamado, saiu, então, em expedição pelo Brasil para tentar manter a legalidade e o seu mandato, também em vão. Ele retornou a Brasília na tarde do dia 1º, mas voou para Porto Alegre pouco tempo depois, ao se deparar com um cenário irreversível. Naquele dia, o Congresso Nacional iniciou a sessão que declararia vago o seu cargo, finalizada na madrugada de 2 de abril. A partir daí, o Legislativo e a alta cúpula militar começaram a preparar uma eleição indireta.
Em 11 de abril, o marechal cearense articulador do Golpe, Humberto Castello Branco, foi escolhido presidente, tomando posse em 15 de abril. Nesse ínterim, a política cearense passou por uma reorganização para se adequar aos moldes militares.
Legenda: Castello Branco discursa em sua cerimônia de posse.
Foto: Memorial da Democracia
O próprio governador Virgílio Távora (UDN) teve que articular a sua permanência no cargo, apesar de ser benquisto por setores empresariais e conservadores no Ceará. Isso porque, por outro lado, ele nutria boa relação com Jango e outros nomes de esquerda – alguns até chegaram a compor a gestão.
Também nesse intervalo, a Ditadura faria um despacho que iniciaria com toda força a institucionalização dos anos de repressão: a edição do Ato Institucional nº 1 (AI-1). Foi por meio dele que os militares criaram base legal para instalar um governo armado interino – provisoriedade que não se manteve nos meses seguintes –, derrubar garantias constitucionais de vitaliciedade e estabilidade e cassar mandatos eletivos.
Esta é a primeira de uma série de reportagens sobre a Ditadura Cívico-Militar e seus desdobramentos no Ceará. A partir deste domingo (31), data que marca os 60 anos do Golpe Militar de 1964, serão publicadas matérias que tratam do regime autoritário que durou 21 anos no Brasil e os movimentos de resistência a ela.
A experiência democrática e as bases da Ditadura
O Golpe de 1964 interrompeu o período entendido como a “experiência democrática”, iniciado em 1946. Após a Era Vargas (1930-1945), a sociedade brasileira se deparou com um inédito arcabouço legal sobre os processos democráticos, a exemplo do pluripartidarismo.
Com vínculos políticos fortalecidos, o processo de identificação ideológica se intensificou naturalmente nos anos seguintes, com cada vez mais adesão de setores populares. Como lembra o historiador Edmilson Alves, houve uma maior participação de sindicatos, ligas camponesas e outros movimentos nos processos democráticos, preocupando setores mais conservadores na mesma medida.
Foi nesse contexto, por exemplo, que Jango lançou a campanha das reformas de base e recebeu de reação as Marchas da Família com Deus pela Liberdade, entre outras manifestações, que fortaleceram as investidas golpistas.
Legenda: João Goulart foi deposto em sessão no Congresso que começou no dia 1º de abril e terminou na madrugada de 2 de abril.
Foto: Arquivo PDT
Afinal, o Brasil não saiu ileso da batalha ideológica que se instaurou com a Guerra Fria entre Estados Unidos e União Soviética e passou a reproduzir essas dinâmicas. Essas nuances escalaram e acirraram o clima político do fim dos anos 50 e início dos anos 60.
“Em 64, rompe-se o pacto institucional tão duramente construído e têm-se esses embates todos que se caracterizavam pela imersão maior desses setores populares, operários, sindicais, da esquerda (nas discussões). […] Aí setores mais elitistas e reacionários se articulam”, observa Edmilson, que é professor da Universidade Estadual do Ceará (Uece).
O contexto cearense também foi influenciado por essas dinâmicas. O começo dos anos 60 é de consolidação de um ciclo político liderado pela UDN e pelo PSD, que, desde o fim do Estado Novo, rivalizavam entre si e venciam eleições de forma alternada. Os dois partidos também protagonizavam os embates nacionais.
Mas o fortalecimento de uma espécie de terceira via, com o PTB, pela liderança de Carlos Jereissati, mostrou a necessidade de as duas primeiras legendas se coligarem e formarem a “União Pelo Ceará”, que congregou um grupo liberal-conservador, anticomunista e oligárquico no Estado.
No pleito de 1962, a “União” arrastou boa parte dos cargos em disputa, incluindo o Governo do Estado, com Virgílio Távora (UDN). O PTB disputou o governo com Adhail Barreto na oposição – esta moderada, mas inclinada às pautas de esquerda. O bloco alcançou uma vaga no Senado com Carlos, entre os postos mais visados na disputa. Contudo, ele morreu em 1963, deixando, de certo modo, o bloco órfão no Ceará, como aponta Airton de Farias.
Foi nesse cenário que Virgílio governou nos primeiros meses de mandato. Mesmo representando um grupo conservador e sendo, ele mesmo, detentor de patente militar, o gestor era próximo de figuras como o próprio presidente João Goulart. Ele, inclusive, foi ministro de Transportes sob Jango por um curto período, ganhando projeção nacional para disputar o Executivo cearense.
“Távora era uma figura muito habilidosa. […] Muitos recursos que ele usou no seu governo foram enviados pelo governo federal de João Goulart. Eles eram amigos pessoais, haviam sido deputados no mesmo mandato, nos anos 50, os dois solteiros no Rio de Janeiro, eram muito amigos, iam para os bairros e tal, então tinham uma amizade independente de questão ideológica”, comenta Airton, em entrevista ao .
Além disso, fazia parte da equipe responsável por tutorar as políticas educacionais de sua gestão a professora Luiza de Teodoro. A alfabetização era um dos focos do mandato, tendo em vista que 70% da população cearense não sabia ler ou escrever à época.
“Tal assessoria elaborou um projeto educacional para o estado com características inovadoras e populares, influenciado pelo socialismo cristão (uma parcela da Igreja que se inclinava, então, para as reformas sociais) e pelas pedagogias de Paulo Freire e do suiço Jean-Piaget”, relata Airton, ainda, em seu livro “História do Ceará”.
Assim, o terreno estava fértil para tramas conspiratórias não só na capital federal, mas também no Ceará. Nessa conjuntura, o Golpe se concretizou, mudando a política nacional e cearense consideravelmente.
Legenda: Jornais da época registraram as movimentações militares.
Foto: Acervo do Instituto do Ceará (Histórico, Geográfico e Antropológico) – CE/Brasil
Novo ciclo
Com a destituição de Jango, o presidente da Câmara Federal, Paschoal Ranieri Mazzilli, foi quem assumiu o governo interino até Castello Branco tomar posse. Amarrada a transição nacional, foi a vez de Virgílio recrudescer o discurso e articular a sua permanência no cargo.
A preocupação tinha fundamento, já que vários governadores tiveram seus mandatos cassados ao longo de 1964, além de o próprio ter sido informado pelo vice Figueiredo Correa da trama que se desenrolava pela sua deposição.
Em 3 de abril, o extinto jornal O Nordeste, um dos periódicos locais favoráveis ao Golpe, publicou uma nota de Virgílio comentando sobre os próximos passos:
O registro encontra-se na dissertação “Os jornais em marcha e as marchas da vitória nos jornais: a imprensa e o golpe civil-militar no Ceará (1961-1964)”, de Jucélio Regis da Costa (2015).
O chefe do Executivo cearense foi ao Rio de Janeiro negociar sua permanência no cargo, apelando para a também cordial relação com Castello Branco (lembrando que o primeiro tinha carreira militar) e para os laços familiares com Juarez Távora. Este era tio de Virgílio e tornar-se-ia ministro de Obras e Viação do presidente golpista. O diálogo, então, cumpriu o seu objetivo.
Os efeitos foram sentidos na própria administração: os técnicos da Secretaria de Educação considerados subversivos foram demitidos. Há, ainda, quem atribua ao governador a influência na cassação de parlamentares imediatamente após a publicação do AI-1, na madrugada de 10 de abril.
Apesar de a repressão ter sido mais forte contra grupos de esquerda, outros políticos moderados também foram vítimas dos primeiros dias de regime.
Perderam os mandatos os deputados estaduais Aníbal Fernandes Bonavides (PCB), Raimundo Ivan Barroso (PSP), Pontes Neto (PSP), Fiúza Gomes (PST), Blanchard Girão (PST) e Amadeu Arrais (PDC), sob justificativa de falta de decoro parlamentar. Todos eles foram imediatamente encaminhados ao 23º Batalhão de Caçadores (23BC), onde ficaram detidos. Destino semelhante tiveram outros parlamentares cearenses nos meses seguintes.
Legenda: Em sessão iniciada à meia-noite de 10 de abril de 1964, um dia depois da edição do AI-1, a Assembleia cassou mandatos de deputados.
Foto: Fabiane de Paula
Alinhado à cúpula militar e munido de um Parlamento hegemonizado, Virgílio poderia ter sido mais favorecido pelo contexto, mas o regime foi bastante impopular no seu início, muito em virtude da condução econômica, entre outros fatores. Em resumo, existia uma “falta de atenção ao Ceará pela Ditadura”, como destaca o historiado Altemar Muniz, também professor da Uece.
“Não teve grandes coisas, a não ser obras ligadas a estradas, a equipamentos como Castelão (já na gestão de Plácido), mas não houve equipamentos de peso, como aconteceu, por exemplo, no Polo Petroquímico de Camaçari, na Bahia, ou nas indústrias que se instalaram com o apoio da Sudene em Pernambuco”, comenta.
Fora isso, o governador tinha como grande bandeira a “modernização conservadora”. Deu as bases para a efetiva industrialização no Estado, cujo projeto teve considerável incremento da administração Goulart. Assim, elaborou I Plano de Metas Governamentais (Plameg I) que, segundo Airton de Farias, foi inspirado no Plano de Metas de Juscelino Kubitschek e no Plano Trienal do presidente deposto.
“Mas (o planejamento) vai ser feito de cima para baixo, sem participação popular, como vinha sendo feito aos trancos de barrancos de 45 a 64. […] É a vitória de um projeto tecnocrata, tutelado pelas forças militares, e aí vai potencializar o que o Estado já tinha, de mandonismos, de elites locais”, avalia Edmilson Alves.
Já em 1965, Virgílio começou a dar sinais do distanciamento de Castello. Na inauguração da Usina de Paulo Afonso em Fortaleza, datada de fevereiro de 1965, o governador saudou Jango em discurso proferido ao lado do presidente golpista.
Legenda: À esquerda, em destaque, o ex-presidente Humberto Castello Branco. Ao centro, ao microfone, o ex-governador Virgílio Távora.
Foto: Acervo Memória da Eletricidade
Não à toa, em 1966, seguiu outro rumo e concorreu a deputado federal, saindo vitorioso. O sucessor, então, foi o ex-deputado Plácido Aderaldo Castelo, outro coronel e defensor do Golpe. Virgílio não parou por aí e governou o Ceará novamente entre 1979 e 1982, já no chamado “ciclo dos coronéis”.
Considerando tudo isso, os historiadores ouvidos pelo entendem que a influência de Castello Branco nos ciclos políticos locais é mérito do regime que representava, e não de própria liderança. Além de ter morado no Rio de Janeiro por muito tempo, antes de 1964, dificultando relações com mandatários cearenses, ele teve breve vida: morreu em um acidente de avião em 1967.
“Ele não era uma pessoa com liderança política, embora a família dele de certa forma tivesse essa liderança. Ele passa a ser um fator importante, claro, a partir do momento que ele se elege presidente, mas antes disso ele não é uma pessoa com um peso político importante. Antes de ser lançado no cenário político, ele era basicamente um militar”, descreve Altemar.
Aliado a isso, um dos interlocutores e amigos pessoais de Castello no Estado, Paulo Sarasate, faleceu pouco tempo depois. Foi que, por exemplo, coordenou a escolha ao governo de Plácido Aderaldo, que enfrentou uma gestão difícil e chegou fragilizado ao fim do mandato.
Mesmo assim, o nome do ex-presidente militar continua a estampar a fachada de órgãos e espaços públicos no Ceará, como escolas, avenidas e até a sede da Justiça Federal no Estado. Mas isso está prestes a mudar – pelo menos, em parte.
Reparação
Algumas iniciativas Brasil afora buscam reparar simbolicamente avanços democráticos quebrados após o Golpe. Em 2013, o Congresso Nacional anulou a sessão que destituiu João Goulart da Presidência da República, em 1º de abril de 1964.
O argumento defendido pelos senadores Pedro Simon (RS) e Randolfe Rodrigues (AP) é de que a resolução foi inconstitucional, já que a vacância só podia ser declarada caso Jango estivesse em viagem internacional sem autorização do Legislativo, o que sabidamente não aconteceu. À época, ele estava no Rio Grande do Sul.
Legenda: A sessão de restituição do mandato de Jango foi conduzida pelo então presidente do Senado, Renan Calheiros. À sua direita, a ex-presidente da República Dilma Rousseff e o ex-vice-presidente Michel Temer.
Foto: Agência Senado
Antes disso, em 2011, a Câmara Municipal de Fortaleza tomou iniciativa semelhante. Por articulação da então vereadora Eliana Gomes (PCdoB) e do presidente da Casa naquele momento, Acrísio Sena (PT), o Parlamento da Capital restaurou o decoro parlamentar dos vereadores cassados. Somente em 1964, após o AI-1, três vereadores (Luciano Barreira, Tarcísio Leitão e Manuel Aguiar Arruda) foram cassados.
Já em 2019, o Governo do Estado sancionou uma lei que proíbe homenagens a torturadores, citados no Relatório Final da Comissão Nacional da Verdade, divulgado em 2014. O projeto na Assembleia Legislativa foi redigido por Renato Roseno (Psol).
Aliado a isso, em 2023, já sob nova direção, o Executivo cearense tomou outra decisão: a retirada do mausoléu de Castello Branco do Palácio da Abolição, inaugurado em 1972. O anúncio foi feito durante o evento “Agosto da Memória e Verdade: 44 anos da Anistia”. O espaço será transformado em um monumento em homenagem aos líderes abolicionistas cearenses, como o Dragão do Mar.
“No Palácio da Abolição não ficará o mausoléu de quem apoiou a ditadura. […] A minha vontade é que dia 11 de dezembro, no Dia Internacional dos Direitos Humanos, nós tragamos para cá Dragão do Mar e os abolicionistas e os lutadores pela democracia, honrando a história daqueles que dedicaram suas vidas pelo bem viver do nosso povo”, disse o governador Elmano de Freitas (PT).
Acredito ser uma incoerência manter o Mausoléu de Castelo Branco no Palácio da Abolição. Transformaremos o espaço em um monumento em homenagem aos líderes abolicionistas cearenses, como o Dragão do Mar, que lutaram por liberdade. […] Defendo a liberdade como o princípio da dignidade humana. Por isso, manifesto todo o meu respeito aos perseguidos políticos pelo regime militar. Que, com muita força, se mobilizaram e fizeram o movimento que resultou na Lei da Anistia
Em janeiro, o processo de retirada dos restos mortais do Mausoléu foi iniciado. A secretária da Cultura, Luisa Cela, informou, ainda, que a Procuradoria Geral do Estado (PGE) trabalharia na parte burocrática de documentação do processo. O contatou os dois órgãos para saber se há atualização sobre isso, e aguarda retorno.
Outra iniciativa mais recente, que partiu do Legislativo, busca reparação nesse sentido. O deputado De Assis Diniz (PT) apresentou uma proposta, na última semana, que revoga uma lei aprovada pela Casa em 1964 e restabelece o título de Cidadão Cearense dado ao ex-presidente João Goulart em 1961.
Para De Assis, essa é uma maneira de a Casa fazer uma “reparação histórica” à trajetória do ex-presidente. “O efeito represtinatório da Lei nº 5.796/1961 se mostra como um gesto de reparação histórica e reconhecimento dos méritos e contribuições do ex-presidente João Goulart para com a sociedade brasileira”, diz o projeto.
Daniel Alves é acusado de apropriação de música e responde outro processo na justiça
Daniel Alves teve uma vitória recente: condenado a quatro anos e meio por estupro, na Espanha, ele conseguiu a liberdade provisória. No entanto, no jogo da vida, ele ainda precisa organizar seu campo defensivo. Afinal, tem mais um processo a responder.
Daniel, afinal, é acusado agora de apropriar de uma música dos artistas Giuliano Matheus e do filho Thiago Matheus. A ação corre na justiça desde 2021 e será julgada nos próximos dias.
O “Uol” foi o primeiro a informar sobre o processo. Afinal, em depoimento na justiça, os músicos acusam Alves de não os incluírem na autoria da música “Avião”. A canção foi lançada pelo atleta em 2020, em uma campanha da Organização das Nações Unidas (ONU). Na ocasião, o objetivo era conscientizar a população em relação à desinformação na pandemia do Covid-19.
Nos depoimentos eles esclareceram que Daniel Alves os convidou para uma parceria. Na época, o atleta pretendia entrar no ramo da música. Em 2017, um ano após o primeiro encontro em Barcelona, os músicos encontraram o jogador na Itália e mostraram a música “Avião”. O atleta, aliás, pediu para realizar algumas modificações, todas aceitas pela dupla. Todavia, as partes passaram a se desentender comercialmente e a parceria encerrou.
Aliás, embora tenha sido utilizada para uma campanha, a música foi feita inicialmente em homenagem ao avô de Giuliano.
O que diz Daniel Alves
A defesa do jogador brasileiro, afinal, já está trabalhando. Os advogados, aliás, negaram a acusação e informaram à justiça que a música foi feita exclusivamente pelo jogador. O caso, na ótica da defesa de Alves, foi exatamente o contrário da acusação: o atleta fez a música e apresentou aos artistas que sugeriram as mudanças e, neste caso, Daniel não aceitou mudar a letra.
O lateral, afinal, acusou os autores de “querer enriquecer ilicitamente” e ainda reforçou que não foram apresentadas “provas documentais idôneas”.
O processo corre no Brasil. Portanto, Daniel Alves não deve se apresentar pessoalmente. Afinal, para conseguir a liberdade provisória, precisou pagar 1 milhão de euros (R$ 5,6 milhões), além de ter que entregar os passaportes por causa do risco de fuga. Ele ainda terá de comparecer semanalmente à justiça espanhola e não poderá se aproximar da vítima.
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Avião com estudantes brasileiros faz pouso não programado em Portugal
Um grupo de estudantes brasileiros, que estavam a caminho de Londres para as Olimpíadas Britânicas de Inglês, passou por um susto após o avião que os levava a Londres ter feito um pouso forçado no Porto, em Portugal. De acordo com a Latam, a aeronave precisou de uma manutenção não programada.
Tudo ocorreu na quarta-feira (27/3), quando a aeronave deveria descer no aeroporto Heathrow, em Londres, mas fez uma parada não programada na cidade portuguesa. A bordo estavam mais de 80 estudantes com idades entre 13 e 15 anos além de professores e funcionários de escolas que os acompanham na viagem.
O grupo estava a caminho de Londres para participar das Olimpíadas Britânicas de Inglês que começaria na quarta (27), mas teve abertura adiada para a quinta (28) devido ao atraso dos brasileiros, mesmo que a distância.
Em nota ao Correio, a Latam confirmou que ocorrido se deu por causa de uma manutenção não programada na aeronave. Além disso, confirmaram que a companhia conseguiu uma autorização de operar um voo especial que está programado para decolar às 12h35 (horário de Brasília) de sexta-feira (29/3) com destino a Londres.
A expectativa é de que os estudantes cheguem à capital inglesa na sexta (29) e já participem das atividades.
A LATAM Airlines Brasil conseguiu autorização para operar o voo especial LA9456 (Porto – Londres / Heathrow), programado para decolar às 12h35 (hora Brasil) de sexta-feira (29/3). O voo especial acomodará os passageiros do voo LA8084 (São Paulo/Guarulhos – Londres/Heathrow), desviado para a cidade portuguesa na última quarta-feira (27/3) para manutenção não programada na aeronave.
A LATAM lamenta mais uma vez os transtornos causados aos passageiros, que receberam toda a assistência da companhia.
A LATAM também reforça que adota todas as medidas de segurança técnicas e operacionais para garantir uma viagem segura para todos.
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Corrente Circumpolar Antártica ameaça o continente mais frio da Terra
Como um titã, ela move 100 vezes mais água do que todos os rios da Terra, mede 2 mil quilômetros no seu ponto mais largo e se estende até o fundo do mar. Com essa potência, a Corrente Circumpolar Antártica (ACC) é crucial na circulação oceânica global e influencia a troca de calor e CO2 com a atmosfera. Porém, o aquecimento do planeta coloca em risco a estabilidade desse sistema, com consequências para o clima da Antártida.
Um estudo divulgado na revista Nature mostra que, se os padrões de aquecimento continuarem, o Oceano Antártico armazenará menos CO2, abrindo caminho para altas temperaturas no continente gelado, o mais meridional do planeta.
Para chegar a essa conclusão, um grupo de pesquisadores liderados pelo Instituto Alfred Wegenern, na Alemanha, e pelo Observatório Terrestre Lamont-Doherty, nos Estados Unidos, usou sedimentos retirados do Pacífico Sul e reconstruiu a velocidade do fluxo da ACC nos últimos 5,3 milhões de anos. Os dados mostram que, nos períodos glaciais, a corrente abrandou, acelerando quando o clima estava mais quente.
No passado, o sistema de correntes oceânicas esteve sujeito a flutuações naturais muito fortes, como revelaram análises recentes de núcleos de sedimentos. As fases mais frias no Plioceno e no Pleistoceno, durante as quais a ACC desacelerou, coincidem com os avanços do manto de gelo da Antártida Ocidental. Nas épocas mais quentes, porém, com a aceleração da corrente, houve recuo das camadas geladas.
“Essa perda de gelo pode ser atribuída ao aumento do transporte de calor para o sul”, disse, em um comunicado, Frank Lamy, pesquisador da Divisão de Geologia Marinha do Instituto Alfred Wegener e primeiro autor do estudo. “Uma ACC mais forte significa que mais águas profundas e quentes atingem a borda da plataforma de gelo da Antártida.”
Lamy explicou que a ACC tem uma grande influência na distribuição de calor e no armazenamento de CO2 no oceano. “Até recentemente, não estava claro como a corrente responde às flutuações climáticas e se as alterações na ACC compensavam ou amplificavam os efeitos do aquecimento”, disse.
O cientista alega que, para melhorar as previsões do clima futuro e da estabilidade do manto de gelo da Antártida usando simulações de computador, são necessários dados do passado, que revelem como o sistema se comportou nas fases mais quentes da história da Terra.
Em 2019, uma expedição internacional liderada por Lamy e pela geoquímica Gisela Winckler, do Observatório Terrestre Lamont-Doherty, aventurou-se no centro do Pacífico Sul a bordo do navio de perfuração Joides Resolution. Lá, na zona subantártica, a equipe extraiu sedimentos a uma profundidade de 3,6 mil metros.
“Os locais de perfuração ficam nas proximidades do Ponto Nemo, o ponto da Terra mais distante de qualquer massa terrestre ou ilha, onde a ACC flui sem qualquer influência das massas continentais”, explica Helge Arz, geólogo marinho do Instituto Leibniz e um dos principais autores do estudo. “Usando os depósitos de sedimentos dessa região, podemos reconstruir a velocidade média do fluxo no passado.”
Os núcleos de sedimentos datam de 5,3 milhões de anos e abrangem três épocas. Primeiro, o Plioceno, quando o clima foi até 3ºC mais quente do que hoje, e a concentração atmosférica de CO2 era semelhante à atual. Depois, o Pleistoceno, iniciado há 2,6 milhões de anos e caracterizado pela alternância de eras glaciais e interglaciais (essas últimas mais quentes). Por fim, o Holoceno, mais aquecido e que começou há cerca de 12 mil anos, prolongando-se até hoje.
Com base nas camadas dos núcleos, que correspondem às diferentes épocas, os cientistas analisaram a distribuição do tamanho das partículas de sedimentos, que se depositam de forma diferente no fundo do mar, dependendo da velocidade do fluxo da água. Isso permitiu traçar a evolução da ACC desde o início do Plioceno, quando começou um arrefecimento prolongado do clima.
As descobertas mostram que, até três milhões de anos atrás, no Plioceno, a ACC acelerou pela primeira vez, à medida que a Terra arrefeceu gradualmente. Isso aconteceu devido a um crescente gradiente de temperatura entre o Equador e a Antártida, que produziu fortes ventos de oeste — o principal motor do sistema de correntes. Apesar do resfriamento prolongado, a ACC começou a desacelerar. “A mudança ocorreu num momento em que o clima e a circulação na atmosfera e no oceano sofreram grandes mudanças”, diz Frank Lamy.
Há 2,7 milhões de anos, no fim do Plioceno, vastas extensões do Hemisfério Norte estavam cobertas de gelo, e as camadas de gelo da Antártida se expandiram. “A causa foram mudanças nas correntes oceânicas, desencadeadas por processos tectônicos, juntamente com um arrefecimento a longo prazo do oceano e uma diminuição dos níveis atmosféricos de CO2”, esclarece Lamy.
No últimos 800 mil anos, quando os níveis atmosféricos de CO2 variaram entre 170 e 300 ppm (partes por milhão), os pesquisadores identificaram uma robusta ligação entre a força da ACC e os ciclos glaciais. Nos períodos mais quentes, quando mais dióxido de carbono era liberado, a velocidade do fluxo aumentou em até 80%, comparado à atual. Já nas eras glaciais, diminuiu 50%.
Ao mesmo tempo, durante as transições entre interglaciais e glaciais, houve uma mudança na posição da ACC e, portanto, na ressurgência de águas profundas ricas em nutrientes no Oceano Antártico. “Uma corrente mais fraca e níveis mais baixos de CO2 atmosférico durante as eras glaciais do Pleistoceno indicam mais armazenamento de dióxido de carbono”, diz Gisela Winckler, do Observatório Terrestre Lamont-Doherty. Com base nas flutuações naturais do passado da Corrente Circumpolar Antártica, os pesquisadores concluíram que, devido às alterações climáticas provocadas, hoje, pela atividade humana, a ACC poderá se fortalecer no futuro. “Isso poderia impactar o equilíbrio de CO2 do Oceano Antártico e levar ao derretimento acelerado do gelo da Antártida”, adverte Winckler.
Como uma corrente circular que flui no sentido horário ao redor da Antártida, a Corrente Circumpolar Antártica (ACC) conecta os oceanos Atlântico, Pacífico e Índico. Assim, desempenha um papel fundamental na circulação oceânica global e, por meio da correia transportadora atlântica, influencia o clima.
Impulsionado pelos poderosos ventos de oeste da zona subantártica e pelas diferenças de temperatura e salinidade entre as regiões subtropicais e o Oceano Antártico, a ACC forma uma barreira para as águas superficiais quentes das regiões subtropicais em seu caminho para a Antártida.
Ao mesmo tempo, águas profundas comparativamente quentes do Atlântico e do Pacífico fluem para ela. Grandes giros oceânicos que se formam na ACC e vagam para o sul, juntamente com a ressurgência de águas profundas, transportam calor para as plataformas de gelo na margem continental, especialmente no setor Pacífico da Antártida.
A ressurgência produzida pela ACC traz nutrientes para a superfície, o que impulsiona o crescimento de algas, ao mesmo tempo que amplifica a exportação de carbono biológico para o mar profundo no processo — mas também o transporte de CO2, que é liberado para a atmosfera.
A ocorrência de inundações aumenta à medida que o planeta aquece, com previsões drásticas, segundo modelos climáticos. Para compreender melhor como fatores individuais — temperatura do ar, umidade do solo, profundidade da neve e precipitação diária — contribuem para o fenômeno, pesquisadores do Centro Helmholtz de Pesquisa Ambiental, na Alemanha, estudaram mais de 3,5 mil bacias hidrográficas, incluindo no Brasil, e analisaram eventos entre 1981 e 2020 para cada uma delas.
O resultado, publicado em um artigo da revista Science Advances, mostra que a precipitação foi o único fator determinante em apenas cerca de 25% das quase 125 mil cheias. A umidade do solo foi decisiva em pouco mais de 10% dos casos, e o derretimento da neve e a temperatura do ar em 3%.
Em contrapartida, 51,6% dos casos foram causados por pelo menos dois fatores. A combinação de precipitação e umidade do solo ocorreu com mais frequência: por volta de 23% das ocorrências. Três ou mesmo os quatro fatores juntos foram decisivos em 5 mil inundações estudadas. “Também mostramos que os eventos de inundação se tornam mais extremos quando mais fatores estão envolvidos”, diz Jakob Zscheischler, autor sênior do artigo.
No caso de cheias anuais, 51,6% podem ser atribuídos a vários fatores; no caso de cheias de cinco e dez anos, 70,1% e 71,3%, respectivamente, podem ser atribuídos a vários factores. Quanto mais extrema for uma inundação, mais fatores determinantes existirão e maior será a probabilidade de eles interagirem na geração do evento. Esta correlação aplica-se frequentemente também a bacias hidrográficas individuais e é referida como complexidade das cheias.
A humanidade desperdiçou por dia o equivalente a 1 bilhão de refeições em 2022, segundo um estudo divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). Isso representa aproximadamente quase um quinto de tudo o que é produzido em um mundo onde mais de 800 milhões passam fome.
O desperdício de alimentos produz cinco vezes mais emissões de CO2 do que o setor da aviação e requer grandes áreas de terra onde são cultivados alimentos que não são consumidos.
Restaurantes, refeitórios e hotéis foram responsáveis por 28% do total de desperdício de alimentos em 2022, enquanto o comércio varejista como açougues e mercearias descartou 12%. Os maiores culpados foram os lares, que representaram 60%, cerca de 631 milhões de toneladas.
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